País está diante de uma fatura de quase R$ 53 bilhões para sediar os Jogos Olímpicos, mas altos funcionários consideram que as repercussões podem ser mais ‘psicológicas’ que econômicas
Reprodução/AFP Até o momento, o governo e as autoridades locais destinaram cerca de 2,4 bilhões de euros
A França está diante de uma fatura de quase 9 bilhões de euros (53 bilhões de reais na cotação atual) para sediar os Jogos Olímpicos de Paris, mas altos funcionários consideram que as repercussões financeiras podem ser mais “psicológicas” que econômicas. Menos de um mês antes da cerimônia de abertura dos Jogos em 26 de julho, ministros e analistas financeiros fazem malabarismos com os números para calcular os custos e os lucros do espetáculo esportivo. Até agora, as autoridades francesas preveem um custo de quase 9 bilhões de euros para os Jogos, embora a cifra final demore a ser confirmada. Os custos são sempre difíceis de prever ou confirmar. Os Jogos Olímpicos de Tóquio, atrasados em um ano para 2021 devido à covid-19, custaram cerca de 12,9 bilhões de dólares (r$ 71 bilhões), segundo os auditores japoneses. O Ministério da Fazenda grego calcula que Atenas-2004 custou 9,1 bilhões de dólares (R$ 50 bilhões), embora algumas estimativas independentes elevem a fatura a quase 15 bilhões (R$ 82 bilhões), o mesmo custo que Londres-2012.
US$ 9,5 bilhões
O Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos (COJO), impulsionado pela venda de ingressos, patrocinadores e financiamento do Comitê Olímpico Internacional (COI), tem um orçamento de cerca de 4,4 bilhões de euros (R$ 25 bilhões). A empresa pública Solideo, que construiu a Vila Olímpica ao norte de Paris, tem um orçamento semelhante. Mas a conta final também dependerá dos gastos com bônus olímpicos para motoristas de metrô, polícia e serviços de emergência, bem como do custo geral da segurança. Nesta semana, o governo alocou outros 33 milhões de euros (R$ 195 milhões) para os organizadores dos Jogos Paralímpicos, que estão enfrentando dificuldades com a venda de ingressos.
Até o momento, o governo e as autoridades locais destinaram cerca de 2,4 bilhões de euros (R$ 14,2 bilhões) para os Jogos, principalmente para a construção de infraestrutura. Mas o primeiro presidente do Tribunal de Contas da França estimou que o custo final para os cofres públicos poderia ser o dobro desse valor. Bruno Cavalier, economista-chefe do grupo de serviços financeiros Oddo BHF, disse que “o envolvimento direto do Estado é relativamente limitado” e que os Jogos não “mudarão radicalmente” a dívida pública da França, que é de cerca de US$ 3,2 trilhões (17,7 trilhões de reais).
Siga o canal da Jovem Pan Esportes e receba as principais notícias no seu WhatsApp!
Impacto “psicológico”
De acordo com o Centro de Direito e Economia do Esporte (CDES), que monitorou os Jogos para o COI e o COJO, o evento produzirá entre 6,7 e 11,1 bilhões de euros – entre R$40 e 65 bilhões – em benefícios econômicos para a região de Paris. No entanto, ele especifica que esses benefícios serão distribuídos ao longo de 20 anos. Em fevereiro, a empresa de consultoria Asteres estimou que os Jogos Olímpicos trariam 5,3 bilhões de euros (31 bilhões de reais) em receitas fiscais e sociais adicionais. O Deutsche Bank afirmou em um estudo realizado este mês que “os países anfitriões dos Jogos Olímpicos ou da Copa do Mundo da Fifa raramente obtêm um retorno econômico, ou mesmo social positivo do que são, muitas vezes, investimentos maciços financiados com recursos públicos em novos estádios e infraestrutura pública”. O banco estima ainda que o impulso de curto prazo para o investimento e o emprego é “limitado”, a menos que o país-sede esteja em recessão. Para o governador do Banco da França, François Villeroy de Galhau, Paris-2024 terá um impacto mais “psicológico” do que econômico. Mas ele disse que, se a França conseguir melhorar sua imagem no mundo graças aos Jogos, pode esperar novos investimentos.
“Isso criou empregos”
No curto prazo, algumas empresas já estão tentando lucrar. A Le Slip Français, fabricante de roupas íntimas, está produzindo milhares de cuecas, trajes de banho, pijamas e outros itens com as cores olímpicas, de acordo com sua gerente geral, Lea Marie. “Isso criou empregos em nossas fábricas” e para os 80 subcontratados da empresa, disse ela. As empresas envolvidas na construção olímpica também se beneficiaram. De acordo com o CDES, as companhias de construção e reforma esperam aumentar suas receitas em até 3 bilhões de euros (R$ 17,7 bilhões) por causa dos Jogos. O turismo estima faturar até 3,6 bilhões de euros (R$ 21,2 bilhões) com os 15 milhões de visitantes esperados para as Olimpíadas, dois milhões deles vindos do exterior. A Oddo BHF previu que as empresas de mídia, entretenimento, bebidas e álcool, bens de consumo e transporte se beneficiarão do evento global.
O pontífice também disse orar ‘para que eles temam o julgamento da consciência, da história e de Deus, e convertam seus olhos e corações, sempre colocando o bem comum em primeiro lugar’
GIUSEPPE LAMI/EFE/EPA O papa acrescentou que ‘a Europa precisa da Bélgica para levar adiante o caminho da paz e da fraternidade entre os povos que a compõem’
O papa Francisco advertiu nesta sexta-feira (27) que “estamos próximos de uma quase guerra mundial” e espera que “aqueles que governam saibam assumir sua responsabilidade, o risco e a honra da paz”, durante seu discurso a autoridades belgas no Castelo de Laeken, em seu primeiro ato oficial na Bélgica. “Rezo para que os líderes das nações, ao olharem para a Bélgica e sua história, aprendam com ela e, assim, salvem seu povo de catástrofes intermináveis e luto incontável. Rezo para que aqueles que governam saibam assumir sua responsabilidade, o risco e a honra da paz, e saibam afastar o perigo, a ignomínia e o absurdo da guerra”, afirmou.
O pontífice também disse orar “para que eles temam o julgamento da consciência, da história e de Deus, e convertam seus olhos e corações, sempre colocando o bem comum em primeiro lugar”. Diante do rei belga Philippe e da rainha Mathilde e do primeiro-ministro em exercício, Alexander De Croo, com quem se reuniu nesta sexta-feira, o papa desejou que a Bélgica seja “uma ponte, portanto, indispensável para construir a paz e repudiar a guerra”. “Essa é a dimensão da pequena Bélgica. Você entende a necessidade da Europa de se lembrar de sua história, composta de povos e culturas, de catedrais e universidades, das conquistas da engenhosidade humana, mas também de tantas guerras e de um desejo de dominar que às vezes se transformou em colonialismo e exploração”, lembrou.
Siga o canal da Jovem Pan News e receba as principais notícias no seu WhatsApp!
O papa acrescentou que “a Europa precisa da Bélgica para levar adiante o caminho da paz e da fraternidade entre os povos que a compõem”, especialmente “se as fronteiras e os tratados começarem a ser desrespeitados, e o direito de criar leis for deixado às armas, subvertendo a lei existente, a caixa de Pandora será aberta e todos os ventos começarão a soprar violentamente, batendo contra a casa e ameaçando destruí-la”. O líder religioso pediu “ações culturais, sociais e políticas constantes e oportunas que sejam corajosas e prudentes e que excluam um futuro no qual a ideia e a prática da guerra, com suas consequências catastróficas, sejam novamente uma opção viável”.
*Com informações da EFE Publicado por Marcelo Bamonte
Vítima foi encontrada em um muro no quintal da casa de Lourival Correa Netto Fadiga, que trabalhava para a família da vítima e confessou ter cometido o crime
Quase sete meses após o seu desaparecimento, o corpo da advogada Anic de Almeida Peixoto Herdy foi encontrado pela Polícia Civil do Rio de Janeiro na quarta-feira (25) em Petrópolis, na região serrana do Rio. O corpo de Anic foi identificado por meio de exame odontológico, feito por peritos do Instituto Médico Legal do Rio e cujo resultado foi divulgado pela Polícia Civil nesta quinta-feira (26). Ele estava concretado em um muro no quintal da casa de Lourival Correa Netto Fadiga, que trabalhava para a família da vítima e confessou ter cometido o crime.
Em entrevista à TV Record, a advogada de Fadiga, Flávia Froes, afirmou que a morte de Anic foi planejada em conjunto pelo seu cliente e pelo marido da vítima, Benjamin Cordeiro Herdy, e que o sequestro era uma forma de encobrir o homicídio. O motivo do crime seria uma questão familiar, disse a advogada. A defesa de Benjamin Herdy nega que ele tenha participado do crime e classificou a confissão de Fadiga como “um ato de desespero e crueldade”.
Siga o canal da Jovem Pan News e receba as principais notícias no seu WhatsApp!
Anic tinha 54 anos, era advogada, estudante de Psicologia e casada com Benjamin Cordeiro Herdy, de 78 anos, herdeiro de uma família que foi proprietária de um importante grupo educacional no Rio. O casal vivia em Petrópolis, na serra fluminense. Ela foi vista pela última vez em 29 de fevereiro saindo de um shopping de Petrópolis. Câmeras de vigilância do estabelecimento mostraram que ela parou o carro no estacionamento, trocou mensagens por celular e, minutos depois, saiu do centro comercial, atravessando uma rua. No mesmo dia, Benjamin recebeu mensagem no celular informando que Anic havia sido sequestrada. As mensagens, enviadas do próprio celular da advogada, também traziam ameaças contra ela. Os sequestradores pediram R$ 4,6 milhões como resgate e orientaram o marido a não avisar a polícia.
O caso só foi informado à polícia 14 dias depois, por uma filha, e passou a ser investigado pela 105ª DP (Petrópolis). Àquela altura, o montante pedido pelos supostos sequestradores já havia sido pago e um áudio de conversa de telefone entre Benjamin e Lourival foi gravado pela filha. Quatro suspeitos foram presos, incluindo Lourival, que seria um homem de confiança da família e o mandante do crime. Ele se apresentava como policial federal, mas, segundo as investigações, nunca integrou os quadros da corporação. Além dele, um casal de filhos e uma mulher com quem ele teria um caso também foram presos. O Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) apresentou denúncia contra os suspeitos. Os investigadores tiveram acesso aos telefones de todos os envolvidos e cruzaram dados de localização do dia do sequestro e do pagamento dos resgates.
Segundo mostrou o Fantástico, da TV Globo, foi possível comprovar que Lourival não esteve em uma favela para supostamente pagar os criminosos – mas sim em uma concessionária na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio, onde comprou uma caminhonete avaliada em R$ 500 mil e uma moto. Também adquiriu 950 aparelhos celulares, que foram levados a uma loja da família. Os filhos estiveram na concessionária com o pai, e a mulher chegou a viajar a Foz do Iguaçu, no Paraná, para resolver pendências relativas à aquisição dos celulares. Os três também teriam ajudado a ocultar os valores do resgate.
*Com informações do Estadão Conteúdo Publicado por Marcelo Bamonte