Brasil
5 dicas infalíveis para melhorar a experiência do cliente
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1 ano agoon
Veja como aprimorar a relação com os clientes para criar relações duradouras e aumentar a satisfação com o seu negócio
Imagem: antoniodiaz| Shutterstock)
O Dia do Cliente, celebrado em 15 de setembro, é uma excelente oportunidade para lembrar às empresas que a jornada do cliente, também conhecida como Customer Experience (CX), se tornou um diferencial crucial para o sucesso dos negócios. Segundo uma pesquisa de 2024 da SuperOffice (fornecedor europeu de software de gerenciamento de relacionamento com clientes business-to-business), 86% dos compradores estão dispostos a pagar mais por uma excelente experiência, evidenciando que, mais do que produtos ou serviços, os consumidores valorizam interações que os façam sentir-se especiais e bem atendidos.
Adicionalmente, um estudo da PwC (rede global de empresas que oferecem serviços de consultoria e auditoria) revela que, quanto mais caro o item, maior a disposição dos clientes para pagar por uma prática excepcional. A valorização reflete uma mudança significativa no comportamento do consumidor, na qual a qualidade do atendimento e a personalização do serviço se tornaram tão importantes quanto o próprio produto.
Empresas que investem em CX ganham destaque no mercado
No mundo digital, com opções vastas e a concorrência a um clique de distância, as empresas que investem em CX conseguem se destacar e fidelizar clientes, criando uma base sólida e leal. Essa transformação no comportamento tem raízes em diversas mudanças sociais e tecnológicas. A ascensão das redes sociais e a proliferação de dispositivos móveis deram às pessoas o poder de voz como nunca antes. Conforme a Esteban Kolsky, 72% dos clientes compartilharão uma experiência positiva com seis ou mais pessoas.
Por outro lado, se um consumidor não estiver satisfeito, 13% deles compartilharão suas vivências com 15 ou até mais. Ou seja, um relacionamento ruim pode ser compartilhado instantaneamente com milhares de pessoas, enquanto uma satisfação excepcional, transformar o usuário em verdadeiros embaixadores da marca.
Ignorar os sinais de insatisfação pode levar à perda de clientes
A transformação digital, principalmente a ocorrida no cenário pandêmico, intensificou a mudança e a interação online, fazendo com que a jornada do cliente se consolidasse como um elemento-chave para garantir a continuidade dos negócios. Diante disso, as empresas que conseguiram proporcionar uma vivência digital fluida e empática durante a pandemia conquistaram a confiança de seus compradores, enquanto aquelas que falharam nessa adaptação sofreram perdas significativas.
Conforme o estudo da SuperOffice, um em cada 26 usuários insatisfeitos realmente reclama e o restante simplesmente para de comprar produtos ou serviços com a empresa, fazendo com que as práticas ruins sejam determinantes para um negócio. Dados da PwC apontam que uma em cada 3 pessoas deixará uma marca que ama após apenas um atendimento ruim, enquanto 92% abandonariam completamente uma empresa após duas ou três interações negativas.
Essa realidade ressalta a importância de uma abordagem proativa por parte das empresas. Ignorar os sinais de insatisfação, mesmo quando não verbalizados, pode resultar na perda de consumidores. Em um mercado no qual as opções são abundantes e a concorrência, acirrada, as empresas não devem subestimar o impacto de um relacionamento ruim. Portanto, investir em uma jornada de qualidade, desde o primeiro contato até o pós-venda, não é apenas uma vantagem competitiva, mas uma necessidade para a sobrevivência e o crescimento no cenário atual.
Imagem: moo photograph | ShutterstockDicas para melhorar a experiência do usuário
A seguir, confira algumas estratégias simples para melhorar a experiência do cliente com o seu négocio e fidelizá-lo:
1. Coloque o consumidor certo no centro de suas estratégias
Identificar e focar os clientes certos é uma tática indispensável, porque eles se tornam o foco do seu negócio. Dessa forma, estimulam o envolvimento em torno da marca, bem como a atração de novos compradores, e aumentam as vendas.
Segundo Antonio Muniz, especialista em negócios, IA e inovação, CEO Advisor 10X e Presidente da Editora Brasport, é importante direcionar esforços ao público ideal. “O marketing recomenda definir uma persona, que servirá como base para projetar anúncios e conteúdos focados nesse perfil. No entanto, nem todos são iguais; é crucial identificar quem são os compradores ideais e como você pode entregar valor para eles da maneira certa. Em outras palavras, você precisa colocar a pessoa certa no centro de suas ações”, afirma.
2. Aposte na personalização com a tecnologia
Conforme dados da Epsilon, 80% dos consumidores têm maior probabilidade de comprar de uma empresa que oferece experiências personalizadas. Além disso, a McKinsey aponta que aproximadamente 78% dos usuários estão mais propensos a realizar compras repetidas de marcas que oferecem conteúdo altamente personalizado.
De acordo com Fellipe Guimarães, especialista em negócios digitais da Keyrus (consultoria internacional especialista em Inteligência de Dados e Transformação Digital). os negócios precisam adotar uma abordagem cada vez mais holística para conhecer seus clientes.
“A forma de vender está em constante transformação, impulsionada por avanços tecnológicos e mudanças no comportamento do público alvo. Por isso, é essencial que as empresas não se limitem apenas ao monitoramento das ações dos usuários, mas também invistam em entender profundamente o que eles pensam, sentem e desejam. Somente assim é possível criar experiências verdadeiramente personalizadas e construir relacionamentos duradouros”, ressalta.
Neste cenário, os dados são fundamentais. O especialista da Keyrus ainda explica que “os dados podem conter as respostas aos maiores desafios de uma empresa em relação aos seus clientes especificamente. É possível, através da tecnologia de Customer Data, por exemplo, criar campanhas personalizadas para diferentes regiões e segmentos, prever a rotatividade de clientes, o que ajuda as empresas a melhorarem a interação com o cliente e aumentar as vendas, segmentando e direcionando as campanhas de marketing para o público certo”.
3. Utilize a inteligência artificial para otimizar o atendimento
O relatório do Fórum Econômico Mundial revela que 75% das empresas estão buscando incorporar sistemas de inteligência artificial para se adaptar às mudanças. Um estudo da MindMiners (empresa de software) destaca que 56% das pessoas interagem atualmente com alguma ferramenta ou serviço que utiliza IA, e 54% acreditam que a IA ajudará a melhorar a produtividade.
O mesmo se aplica ao atendimento ao consumidor. Automatizar processos pode reduzir o tempo de resposta e, com o auxílio da IA, oferecer soluções mais precisas e personalizadas, otimizando o atendimento. Dados da Gartner preveem que até 2025, 80% das interações de atendimento ao público serão gerenciadas por tecnologias de IA, o que representa um salto significativo em relação aos 52% registrados em 2020.
“A automação no atendimento, quando bem implementada, tem o poder de elevar significativamente a satisfação do usuário. As perspectivas para a evolução de chatbots e sistemas como o ChatGPT e outros modelos de linguagem no contexto do atendimento ao cliente são amplas e promissoras. Imagine uma pequena loja de varejo utilizando IA para prever demandas sazonais com base em dados históricos e tendências de mercado, otimizando seu estoque de forma precisa. Da mesma forma, agências de marketing estão aumentando sua produtividade ao adotar ferramentas que permitem a criação de conteúdo personalizado em grande escala. Estamos entrando em uma era de relacionamento com o cliente mais sofisticado, personalizado e eficiente”, afirma o especialista em dados e inovação e professor de MBA da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Kenneth Corrêa.
Imagem: Kite_rin | Shutterstock4. Ofereça uma jornada de compra personalizada
Dados da Nasdaq (índice de mercado de ações) indicam que 95% das compras serão online até 2040. No último ano, o e-commerce brasileiro registrou 395 milhões de pedidos, segundo dados da ABComm (Associação Brasileira de Comércio Eletrônico). A instituição também prevê que o faturamento do e-commerce pode ultrapassar R$ 250 bilhões até 2027.
O relatório “Tendências do Varejo 2024”, do Opinion Box (empresa de tecnologia e pesquisa de mercado), revelou que 46% dos consumidores preferem comprar pela internet, destacando o crescimento contínuo do comércio eletrônico. Para João Paulo Amadio, vice-presidente de estratégia e crescimento da Coretava (plataforma de crescimento empresarial), o e-commerce não é apenas sobre conveniência, mas sobre criar uma jornada de compra personalizada que fortaleça o vínculo com o cliente e aumente seu engajamento.
“À medida que a demanda por experiências de compras mais significativas cresce, os programas de fidelidade devem ter o foco em construir conexões reais e duradouras com os consumidores. O valor está em criar missões e recompensas personalizadas que ressoem com as preferências e comportamentos individuais dos clientes”, explica o especialista.
“A personalização eficaz vai além das recomendações transacionais e trata-se de criar experiências customizadas que incentivem o cliente a se engajar mais profundamente com a marca. Através da gamificação e da personalização das missões e recompensas, é possível gerar um vínculo mais significativo e motivador com o cliente, transformando a fidelização em algo muito mais rico e aprofundado do que simples cashback. O foco deve estar em oferecer um valor real e uma experiência que inspire identificação genuína, mudanças positivas no comportamento do consumidor, e aumente a satisfação com a marca a longo prazo”, ressalta João Paulo Amadio.
5. Priorize a segurança digital
A jornada do usuário em produtos e serviços digitais tornou-se um fator determinante, especialmente com a crescente regulamentação sobre o uso de dados. No contexto da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), as empresas precisam não apenas garantir a segurança das informações compartilhadas, mas também oferecer plataformas intuitivas que respeitem a privacidade e os direitos dos usuários. Esse cenário é particularmente relevante em setores como o bancário, no qual o compartilhamento de dados e a segurança das transações são cruciais para manter a confiança dos consumidores.
Com o avanço de tecnologias como o Open Finance e o PIX, a proteção de dados se tornou ainda mais central. No Brasil, as empresas, de qualquer segmento, que não se adaptarem aos rigorosos requisitos da LGPD correm o risco de comprometer a segurança dos clientes, enfrentando desde vazamentos de informações até a perda de credibilidade no mercado.
“A adaptação à LGPD apresenta vários desafios para as empresas, como revisar políticas internas, treinar funcionários e implementar novas tecnologias de proteção de dados. No entanto, essas medidas são essenciais para evitar vazamentos de informações e garantir a confiança dos consumidores,” analisa o CEO da Lina Open X, Alan Mareines. “Entender a importância do compartilhamento de dados e adotar práticas seguras podem trazer inúmeros benefícios, promovendo um ambiente digital mais seguro e eficiente”, conclui.
Por Letícia Carvalho
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Brasil
Pé-de-Meia: pagamento da 8ª parcela começa nesta segunda
Published
35 minutos agoon
outubro 27, 2025
O Ministério da Educação (MEC) inicia, nesta segunda-feira (27), o pagamento da oitava parcela aos participantes do programa Pé-de-Meia de 2025.

Os beneficiados pelo programa federal são os estudantes do ensino médio matriculados na rede pública regular e também na modalidade Educação de Jovens e Adultos (EJA), inscritos no Cadastro Nacional de Programas Sociais do governo federal (CadÚnico).
Para ter direito ao benefício, eles devem ter presença mínima de 80% nas aulas.
Nesta nova etapa, a Caixa Econômica Federal – responsável pela gestão dos recursos repassados pelo MEC – informa que, ao todo, cerca de 3,2 milhões de estudantes de escolas públicas receberão o benefício até a próxima segunda-feira (3).
Os nascidos nos meses de janeiro e fevereiro são os primeiros a receber o valor de R$ 200 correspondente ao incentivo-frequência às aulas.
Pagamento escalonado
O pagamento do incentivo-frequência ocorre até o dia 3 de novembro, conforme o mês de nascimento dos alunos que estão matriculados em uma das três séries do ensino médio na rede pública de ensino.
Confira o calendário:
– nascidos em janeiro e fevereiro recebem em 27 de outubro;
– nascidos em março e abril, em 28 de outubro;
– nascidos em maio e junho, em de 29 de outubro;
– nascidos em julho e agosto, em 30 de outubro;
– nascidos em setembro e outubro recebem em de 31 outubro;
– nascidos em novembro e dezembro, em 3 de novembro.
Depósitos
As parcelas da chamada poupança do ensino médio de 2025 são depositadas em uma conta poupança da Caixa Econômica Federal, aberta automaticamente em nome dos estudantes.
Se o estudante tiver 18 anos ou mais, a conta já estará desbloqueada para movimentação imediata do valor recebido pelo incentivo-frequência. O banco avisa que é possível solicitar de forma gratuita o cartão Pé-de-Meia no aplicativo Caixa Tem, o que permite o uso dos recursos financeiros em compras e pagamentos.
Se o participante desejar, o valor também pode ser sacado nos terminais de autoatendimento, mesmo sem o cartão – apenas com o uso da identificação biométrica previamente cadastrada.
No caso de menor de idade, será necessário que o responsável legal autorize a movimentação da conta. O consentimento poderá ser feito no próprio aplicativo ou em uma agência da Caixa.
O participante poderá consultar no aplicativo Jornada do Estudante do MEC informações escolares, regras do programa e status de pagamentos (rejeitados ou aprovados).
As informações relativas ao pagamento também podem ser consultadas no aplicativo Caixa Tem ou no aplicativo Benefícios Sociais.
Incentivos
A chamada Poupança do Ensino Médio tem quatro tipos de incentivo financeiro:
incentivo-matrícula: por matrícula registrada no início do ano letivo, valor pago uma vez por ano, no valor de R$ 200;
incentivo-frequência: por frequência mínima escolar de 80% do total de horas letivas. Para o ensino regular, são nove parcelas, durante o ano, de R$ 200.
incentivo-conclusão: por conclusão e com aprovação em cada um dos três anos letivos do ensino médio e participação em avaliações educacionais, no valor total de R$ 3 mil. O saque depende da obtenção de certificado de conclusão do ensino médio;
incentivo-Enem: paga após a participação nos dois dias do Exame Nacional do Ensino Médio, no ano em que o estudante conclui o 3º ano do ensino médio. Os R$ 200 são pagos em parcela única.
Dessa forma, a soma do incentivo pode alcançar R$ 9,2 mil por aluno, no fim do 3º ano do ensino médio.
Pé-de-Meia
Criado em 2024, o programa do governo federal é voltado a estudantes de baixa renda do ensino médio da rede pública. A iniciativa funciona como uma poupança para promover a permanência e a conclusão escolar nessa etapa de ensino.
Saiba aqui quais são os requisitos para ser inserido no programa.
O MEC esclarece que não há necessidade de inscrição. Todo aluno que se encaixa nos critérios do programa é incluído automaticamente na iniciativa do governo federal.
Para tirar dúvidas sobre o programa Pé-de-Meia, o Ministério da Saúde criou um site com perguntas e respostas. Confira aqui.
Brasil
PND 2025: questão discursiva aborda idadismo como desafio social
Published
13 horas agoon
outubro 26, 2025
A questão discursiva da Prova Nacional Docente (PND), aplicada neste domingo (26), abordou o idadismo como desafio social e educacional no Brasil.

O idadismo, também conhecido como etarismo, é um termo que define o preconceito, estereótipo e/ou discriminação contra indivíduos ou grupos com base na sua idade.
O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) informou que o enunciado da questão destaca o conceito do idadismo, a importância de combater estereótipos e práticas discriminatórias baseadas na idade e de promover a integração entre diferentes gerações no ambiente escolar. O texto foi extraído do Relatório Mundial sobre o Idadismo de 2023, produzido pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas).
O texto a ser elaborado pelo candidato deve abordar os efeitos das diferenças entre gerações no contexto escolar.
Como solução para o problema, o participante da PND deve apresentar, ao menos, uma atividade de combate ao idadismo e que promova a integração intergeracional nas unidades de ensino.
Textos motivadores
Para auxiliar na construção do texto discursivo, os mais de 1,08 milhão de inscritos na prova chamada de CNU dos Professores tiveram como suporte textos motivadores ou de apoio. O conjunto de materiais que acompanha a proposta da prova discursiva tem a principal função de fornecer o recorte temático e contextualizar o candidato sobre o assunto que ele precisa desenvolver.
Entre os texto disponibilizados neste domingo está o 22º artigo do Estatuto do Idoso, que propõe a inserção de conteúdos sobre envelhecimento e valorização da pessoa idosa nos currículos escolares.
Outro texto a que os participantes da PND tiveram acesso é um trecho da obra À Sombra Desta Mangueira, do pedagogo e educador Paulo Freire (1921-1997), publicado em 1995, a partir dos manuscritos de próprio punho do autor. O texto reflete sobre a juventude e a velhice como atitudes diante da vida e da aprendizagem.
Prova objetiva
Além da questão discursiva, os participantes também respondem a questões objetivas de formação geral docente e do componente específico das 17 áreas da licenciatura.
De acordo com o edital da PND 2025, a parte da prova com conteúdo de formação geral inclui 30 questões objetivas e uma discursiva, elaboradas a partir de temas ligados à formação de um professor.
A parte específica conta com 50 questões de múltipla escolha, voltadas ao conteúdo e às habilidades próprias de cada uma das licenciaturas. São elas: artes visuais; ciências biológicas; ciências sociais; computação; educação física; filosofia; física; geografia; história; letras (inglês); letras (português); letras (português e espanhol); letras (português e inglês); matemática; música; pedagogia e química.
A prova tem a mesma matriz da avaliação teórica do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) das Licenciaturas, que, desde a sua edição, em 2024, foca nos cursos de formação docente.
Com duração de cinco horas e 30 minutos, o término ocorreu às 19h, no horário de Brasília.
PND
A Prova Nacional Docente (PND) não é uma certificação pública para o ofício de professor, também não é um concurso.
O exame, criado pelo Ministério da Educação (MEC) para avaliar o nível de conhecimento e a formação dos futuros professores das licenciaturas, tem o objetivo de auxiliar estados e municípios a selecionarem professores para as suas redes de ensino.
O MEC quer, por meio da Prova Nacional Docente, estimular a realização de concursos públicos e aumentar o número de professores efetivos nas redes de ensino do Brasil.
A prova será realizada anualmente pelo Inep. A iniciativa faz parte do programa Mais Professores para o Brasil, que reúne ações de reconhecimento e qualificação do magistério da educação básica e de incentivo à docência no país.
Brasil
Melhorar a educação: veja histórias de professores que fazem a PND
Published
15 horas agoon
outubro 26, 2025
Mais de 1,08 milhão de inscritos participam, desde as 13h30 deste domingo (26), da primeira edição da Prova Nacional Docente (PND) em todo o país. A prova é etapa obrigatória para quem conclui um curso de licenciatura em 2025 e também para os professores que querem usar a nota do exame em um processo seletivo de docentes, feito por estados e municípios que aderiram ao chamado CNU dos Professores.

A prova tem a duração de 5 horas e 30 minutos e terminará às 19h, no horário de Brasília. Os candidatos, no entanto, podem deixar a sala de aplicação do exame após duas horas do início.
No Distrito Federal, um dos candidatos da PND é Francisco Gilvar Pereira da Silva, filho de um casal de analfabetos do Piauí. Aos 56 anos, ele concluirá o curso de letras – português em dezembro, sua segunda graduação. A vida nunca foi fácil para Francisco, que começou a trabalhar aos 7 anos como auxiliar no carregamento de areia e madeira de caminhões em Amarante (PI). A vinda para Brasília foi motivada pelo serviço militar. Mas, foi como auxiliar de limpeza, em uma escola privada de Brasília, e a proximidade com o meio acadêmico que a vontade de ser professor foi despertada em Francisco.
Francisco Gilvar aguarda a abertura dos portões para realização da Prova Nacional Docente – Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Dentro da instituição de ensino, ele galgou posições até o cargo de auxiliar administrativo, o que o influenciou na escolha do primeiro curso, o de administração. Ele foi o primeiro integrante da família a ter um curso superior, mas faltava algo para realizar o sonho. Então, conquistou uma bolsa de estudos e correu atrás do sonho de cursar a licenciatura que mais tem familiaridade com as letras, aquelas que seus parentes não conheciam. Os pais falecidos não terão a oportunidade de ver o filho com diploma na mão. Mas é para a terra natal que ele quer voltar para fazer a diferença na educação de outros “Franciscos e Franciscas”, como foi um dia em Amarante.
“Sinto uma emoção grande porque tenho vontade de retornar para o meu estado para dar oportunidade àqueles que não têm condições [de estudar], como eu não tive. E para ensinar, passar o meu conhecimento e um pouco da minha experiência para a frente. Será gratificante.”
Um sonho
Outro candidato no Distrito Federal, o indígena da etnia Marubo, Edinácio Silva Vargas, de 32 anos, aguardava o momento de cruzar o portão do Centro de Ensino Médio Paulo Freire, na Asa Norte, centro da capital federal, para fazer a Prova Nacional Docente. Ele contou à reportagem da Agência Brasil que desde que saiu da Terra Indígena (T.I.) Vale do Javari, em Cruzeiro do Sul (AC), tinha o sonho de ser professor de língua inglesa.
“Era um sonho antigo de querer falar outra língua. Ainda não estou fluente, mas falta pouco. Também penso nas perspectivas profissionais que o inglês pode proporcionar.”
Em sua trajetória de estudante, Edinácio se formou em gestão pública pela Universidade Estadual do Amazonas. Hoje, ele quer unir as duas formações superiores em benefício de seus futuros alunos.
“Com base nos últimos estágios obrigatórios que eu fiz, na licenciatura, eu quero dar apoio, mediar o conhecimento. Quero, com a minha profissão, ensinar, ajudar as pessoas, o que contribui na formação para a vida dos alunos. Eu gostei mesmo dessa ‘coisa’ de ajudar”, admite.
O exemplo arrasta
O futuro professor de educação física, Diego Lima, decidiu pelo exemplo. Como atleta paralímpico, o jovem conta que teve grandes mestres que lhe deram incentivo para competir. A dedicação desses professores o inspirou a ser um deles.
“Para mim, estar aqui, hoje, nessa última etapa, é muito gratificante, porque estou seguindo os grandes exemplos que tive.” Também é um orgulho para eles ver um aluno se formando e querendo ser um profissional assim como eles foram.”
Diego Lima aguarda para fazer a Prova Nacional Docente em Brasília. Foto Marcelo Camargo/Agência Brasil
Diego Lima nasceu com paralisia cerebral. Atualmente, além de estudante do último ano da graduação, ele é velocista cadeirante, depois de ter praticado atletismo, tênis e basquete de cadeira de rodas. A virada de chave na cabeça e no coração, que o fez pensar na docência, foi há dez anos.
Porém, a falta de recursos financeiros quase o fez abandonar a faculdade no meio do curso. Pelo Programa Atleta Cidadão, do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), que tem o objetivo de estimular o desenvolvimento pessoal e profissional, Diego Lima voltou a estudar e quer alçar novos voos após se formar.
“Agora, estou na fase de querer fazer a diferença na vida de outros atletas. Quando estiver na carreira de professor, quero dar sequência, passar o que aprendi para os futuros alunos e dar o conhecimento que eles precisam.”
Para Maíra Araújo dos Santos, de 23 anos, moradora da cidade de Itapoã, no Distrito Federal, os comportamentos de uma professora de química chamada Marina, no ensino médio, a influenciaram a decidir pelo curso.
“Se a gente parar para pensar, tudo ao nosso redor é química. Eu quero mostrar para os estudantes que essa área é muito mais do que uma matéria que vai dar medo, como a professora Marina me ensinou.
Munida de caneta preta para fazer a prova, Maíra confessa que antes mesmo de pensar em ser professora, ela faz a prova neste domingo porque precisa comprovar a presença para, enfim, ter o aguardado diploma. “Essa prova é do Enade das Licenciaturas. Então, para a faculdade liberar meu diploma, preciso fazer a PND.”
Maíra Santos conta que o comportamento de uma professora de química, no ensino médio, a influenciou para fazer o curso – Foto Marcelo Camargo/Agência Brasil
Os candidatos respondem às questões da PND neste domingo, que têm o conteúdo baseado na mesma matriz da avaliação teórica do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) das Licenciaturas, que, desde a sua primeira edição em 2024, tem foco nos cursos de formação docente,
Carreira do cuidado
Se Maíra quer, com urgência, concluir o curso de química, o objetivo de Solange Oliveira Braga, formada em pedagogia, é ser aprovada no concurso da Secretaria de Educação do Distrito Federal, autorizado neste mês e que vai ser realizado em 2026. “Já estou estudando, porque no ano que vem já vai ter concurso da Secretaria de Educação do DF. Estou nesse propósito. Pretendo dar aulas a crianças menores 5 anos.” A vocação para a educação infantil ela diz ter percebido ao cuidar dos irmãos pequenos, na cidade mineira de São Francisco. “Você lembra da sua infância, do cuidado com os irmãos e de como é bom aquele contato com crianças. É o amor verdadeiro.”
O pontapé que faltava para lecionar veio da própria família. “Tenho parentes que atuam nessa área. Então, fui me espelhando neles. Por isso, a vida toda eu sempre falei: quando eu estudar, quero ser professora”
Profissão que forma todas as outras
A estudante Marcela Silva Vaz, de 31 anos, também concluirá o curso de licenciatura em 2025. Ao mirar na estabilidade do serviço público e no salário certo todo início de mês, Marcela pensa ainda nas crianças em situação de vulnerabilidade econômica e social. “Há muitas crianças carentes e algumas escolas deixam muito a desejar. Quero ser um diferencial nisso tudo, trabalhando no primeiro ano do ensino fundamental, onde o saber começa com o ensino para ler e escrever.”
Marcela Silva Vaz quer trabalhar com crianças, no ensino fundamental – Foto Marcelo Camargo/Agência Brasil
Marcela explica que o professor da educação básica é o profissional que forma todos os outros.
Sobre a realidade dentro de sala de aula, ela defende que as redes de ensino devem se adaptar melhor para o atendimento de estudantes neurodivergentes e com outras necessidades especiais. “Hoje em dia, há um número maior de crianças especiais nas escolas. Entendo que professores têm dificuldades e muitos não conseguem atingir bem o objetivo de ensinar, por diversos fatores. Mas aprendi a dar o meu máximo. Na escola, quero ser uma professora que dá a direção, em conjunto com a família. O professor tem que ter essa dedicação”.
Participantes
Segundo o Ministério da Educação (MEC), Brasília e demais cidades do DF aparecem na terceira posição entre as que têm maior número de inscritos (18.754), entre 1,08 milhão de inscritos. As primeiras colocações são do município de São Paulo (84.633), seguido pelo município do Rio de Janeiro (28.765). O estado com maior número de inscritos confirmados é São Paulo (253.895), seguido por Minas Gerais (97.113) e o Rio de Janeiro (72.230).
Em relação às 17 áreas da licenciatura avaliadas neste domingo, a pedagogia liderou as inscrições na PND, com 560.576 pessoas confirmadas. Em segundo lugar, figura a área de letras – português, com 73.187 confirmações; seguida de matemática (72.530) e de educação física (65.911).
A PND
A PND será aplicada anualmente. A prova faz parte do programa Mais Professores para o Brasil, que reúne ações de reconhecimento e qualificação do magistério da educação básica e de incentivo à docência no país.
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