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Internacional

Amorim diz que diversificar comércio é a nova independência do país

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O embaixador Celso Amorim, assessor especial para Assuntos Internacionais do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, avalia que a Casa Branca procura desestabilizar o Brasil, e outros governos tidos como progressistas na América Latina, em uma estratégia para subordinar a região à área de influência dos Estados Unidos.

Amorim cita ainda um “estado de quase guerra” dos Estados Unidos contra o Brasil e rebate críticas de que o governo não estaria sabendo negociar. 

“Para negociar, é preciso que os dois queiram”, lembra Celso Amorim em entrevista ao programa Roda Vida, da TV Cultura, na segunda-feira (11). 

Para o embaixador, está implícita, e às vezes explícita, a tentativa da Casa Branca de reeditar a Doutrina Monroe, tese expansionista dos EUA do início do século 19, que definiu todas as Américas como a área de influência exclusiva de Washington. 

“Essa interpretação da Doutrina de Monroe e da América Latina e do Caribe como seu quintal existe na cabeça dos estrategistas norte-americanos. Mas, para não sermos do quintal de ninguém, nós temos que diversificar os nossos parceiros, porque a época da autosuficiência e da proteção absoluta não existe mais. Então, a diversificação é o novo nome da independência”, explicou.

Amorim argumentou que o segundo governo de Trump é algo totalmente novo, que busca acabar com o multilateralismo e reforçar a ideia de nova divisão do mundo em blocos regionais. 

“Eles querem considerar a América Latina e a América do Sul, e o Brasil, em particular, como parte do seu quintal. Mas isso nós não vamos aceitar”, afirmou.

O embaixador destacou ainda que Washington sob Trump não pratica mais a diplomacia, têm dado apoio à extrema-direita em todo o mundo, além de atacar governos progressistas.

O assessor do presidente Lula disse que a diversificação econômica do Brasil não é feita só no âmbito do Brics, mas também com África, União Europeia, com o acordo com o Mercosul, e com os países da Ásia, entre eles, os reunidos na Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean).

“Essa situação [com Trump] reforça a necessidade de diversificação sem nenhum caráter ideológico. Aliás, o próprio Brics tem países de posicionamento totalmente distintos. Fico espantado quando vejo na mídia brasileira a ideia de ideologia no Brics. Temos os Emirados Árabes Unidos, a Índia e a Indonésia no bloco”, destacou, acrescentando que são países com relações próximas aos Estados Unidos.

Estado quase de guerra

Para Amorim, a informação de que Trump teria exigido da China quadruplicar a compra de soja no acordo entre as duas potências, o que poderia prejudicar as vendas de soja do Brasil para Pequim, revela o quadro “quase de guerra” dos EUA contra o país.

“Isso revela quase o estado de guerra contra o Brasil, né? Porque não é uma coisa ganha na competição comercial, é uma coisa ganha na força. Então, é um mundo diferente”, avaliou.

Amorim reconhece que o mercado estadunidense é importante, apesar de hoje representar 12% das exportações do Brasil [contra 24% no início dos anos 2000], além de que compra produtos que outros mercados não compram. Porém, argumenta que esse comportamento do governo Trump traz muita imprevisibilidade.

“Um dia é uma questão econômica e tarifária. No dia seguinte, passa a ser uma questão política, de apoio à extrema-direita, ou de ataque ao nosso Judiciário. Isso fortalece a necessidade da diversificação”, defende.

Integração latino-americana

O embaixador Celso Amorim reconheceu as dificuldades para integração latino-americana, em especial devido ao avanço da extrema-direita em muitos países e, no caso do México e do Caribe, por causa da proximidade com os EUA e maior dependência dessas economias à economia da potência norte-americana.

Amorim ponderou ainda que houve um retrocesso na integração sul-americana nos últimos anos e defendeu a reconstituição do Conselho Sul-Americana de Saúde e do Conselho Sul-Americano de Defesa.

“Durante seis anos a integração ficou totalmente parada, sobretudo nos quatro últimos. Houve, ao contrário, uma desintegração. Recuperar isso não é uma tarefa fácil. Nós estamos usando os mecanismos possíveis. Criamos aqui o Consenso de Brasília, em que vieram todos os países”, lembrou.

O Consenso de Brasília é o documento assinado por 11 países sul-americanos, em Brasília, no início de 2023, sob coordenação do Brasil, para definir metas e objetivos para integração regional. 

Desdolarização

Celso Amorim foi questionado sobre o processo de desdolarização, uma das propostas do Brics que tem provocado reações contrárias do governo Trump. 

Para o embaixador brasileiro, o uso de moedas locais, em alternativa ao dólar, é inevitável, sendo uma consequência de uma realidade prática de um mundo em transformação.

“[A desdolarização] vai acontecer até independentemente da vontade dos governantes, porque a aceitação do dólar como moeda para todos está ligada ao sistema multilateral. Isso não é uma coisa que nasceu à toa. Foi construído por passos que têm ligação com certo sistema. Na medida em que esse sistema deixa de existir, é natural que os países procurem outras formas de garantir a estabilidade e o progresso do seu comércio. Não é uma questão só voluntarista, é uma questão que tem a ver com a realidade atual”, explicou.

Dependência

O embaixador rejeita a versão da oposição de que o governo seria anti-americano, e lembrou que os governos anteriores a Lula sempre tiveram boa relação com os Estados Unidos, incluindo o governo republicano de George W. Bush.

Para Amorim, existe uma mentalidade de dependência em setores do Brasil que esperam do governo uma posição de auto humilhação para, em tese, evitar o pior.

“Muita gente tem uma mentalidade de dependência, eu não vou nem dizer de vira-lata, quem dizia isso era o Nelson Rodrigues. A gente fala em defesa da integridade territorial, mas a gente tem que defender também a integridade da dignidade nacional”, justificou.



Fonte: Agência Brasil

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Lula: Em poucos dias teremos uma solução definitiva entre EUA e Brasil

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou na madrugada desta segunda-feira (27) estar “convencido” de que em poucos dias haverá um acordo definitivo entre Estados Unidos e Brasil sobre o tema da taxação

“Estou convencido de que, em poucos dias, teremos uma solução definitiva entre Estados Unidos e Brasil para que a vida siga boa e alegre do jeito que dizia o Gonzaguinha na sua música”, afirmou o presidente em coletiva de imprensa em Kuala Lumpur, na Malásia.

O presidente disse estar muito otimista com a reunião ocorrida com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e afirmou ter entregado um documento com temas que pretende abordar nas negociações.

“Eu estou muito otimista com a reunião de ontem e acho que nós vamos encontrar uma solução para o tarifaço. Não estou reivindicando nada que não seja justo para o Brasil e tenho, do meu lado, a verdade mais verdadeira do mundo: os Estados Unidos não têm déficit com o Brasil”, destacou.

Perguntado por jornalista estrangeiro se Trump fez alguma promessa ao Brasil, Lula brincou dizendo que não é santo para receber promessas. “Pra mim, o que ele tem que fazer é compromisso. E o compromisso que ele fez é que ele pretende fazer um acordo de muita boa qualidade com o Brasil.” 



Fonte: Agência Brasil

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Argentinos vão às urnas para renovar Câmara e Senado

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Os argentinos já estão nas ruas neste domingo (26) para votar nas eleições legislativas que irão renovar 127 vagas da Câmara dos Deputados e 24 do Senado. Os centros eleitorais estão abertos desde as 8h à espera de 35 milhões de eleitores. A votação se encerrará às 18h (horário local), em todas as províncias.  

O novo processo eleitoral determinará a composição do Congresso para os dois últimos anos de mandato do presidente Javier Milei. Internamente, o pleito é visto como um referendo que irá avaliar o impacto das profundas políticas de austeridade do presidente argentino. 

Renovação 

Metade da Câmara dos Deputados da Argentina, ou seja, 127 cadeiras, bem como um terço do Senado, ou seja, 24 cadeiras, estão em disputa. A corrida mais relevante se dará na província de Buenos Aires, onde um grande número de vagas é disputado.

A previsão no país é que os primeiros resultados sejam divulgados às 23h.  

*Com informações da Agência Reuters e TeleSur 



Fonte: Agência Brasil

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Casa Branca publica foto de encontro de Lula e Trump

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A Casa Branca publicou nas redes sociais uma foto do encontro do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em Kuala Lumpur, na Malásia, neste domingo (26).

Na postagem, Trump diz que foi uma honra se reunir com Lula e declarou que eles estão preparados para realizar bons acordos.

“É uma grande honra estar com o presidente do Brasil. Acredito que seremos capazes de fazer bons acordos para os dois países. Nós sempre tivemos boas relações. Acredito que isso vai continuar”, declarou Trump.

Durante a reunião, o presidente Lula pediu a revogação do tarifaço norte-americano contra as exportações brasileiras.

Após o encontro, a diplomacia norte-americana foi autorizada por Trump a iniciar as negociações com o governo brasileiro.

Em julho deste ano, Trump anunciou um tarifaço de 50% sobre todos os produtos brasileiros que são exportados para os Estados Unidos. Em seguida, ministros do governo brasileiro e do Supremo Tribunal Federal (STF) também foram alvo da revogação de vistos de viagem e outras sanções pela administração norte-americana, como a Lei Magnitsky – mecanismo previsto na legislação estadunidense usado para punir unilateralmente supostos violadores de direitos humanos no exterior.



Fonte: Agência Brasil

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