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Internacional

Cúpula se encerra na França com US$ 27,55 bilhões para nutrição

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A cúpula Nutrition for Growth (N4G) – Nutrição para o Crescimento – foi encerrada nesta sexta-feira (28), em Paris com um saldo de US$ 27,55 bilhões em compromissos financeiros para a nutrição global. No total, foram firmados 403 compromissos financeiros ou políticos na cúpula.

O evento, iniciado em 2013 e realizado de quatro em quatro anos por anfitriões dos últimos Jogos Olímpicos, reúne governos, empresas e sociedade civil, em busca de garantir compromissos políticos e financeiros para fornecer nutrição saudável e sustentável para a população global.

Mesmo com o fim do evento, ainda será possível firmar compromissos financeiros e políticos junto à plataforma da N4G de Paris até junho deste ano.

O ministro de Francofonia e Parcerias Internacionais da França, Thani Mohamed-Soilihi, agradeceu as parcerias com o setor privado, filantropos e bancos de desenvolvimento, “que mostraram que a luta contra a má nutrição é assunto de todos”.

“Temos que recusar coletivamente um mundo onde a má nutrição é responsável pela metade das mortes de crianças com menos de 5 anos. Graças à solidariedade e ação coordenada, temos as chaves para construir um futuro mais justo e resiliente”, disse Mohamed-Soilihi.

Segundo o secretário-geral da cúpula, Brieuc Pont, foi positivo conseguir um valor que supera o levantado na edição anterior do evento, em Tóquio, em 2021 (US$ 27 bilhões), ainda mais em um contexto de cortes de fundos para ajuda internacional. Ele destacou, no entanto, que é preciso mais do que o dinheiro.

“Não tem sentido angariar dinheiro a cada quatro anos como se fosse um concurso de beleza, se você não tiver uma visão, uma direção.”

Assuntos

Um dos principais assuntos discutidos por especialistas e governos no evento foi a necessidade de buscar parcerias público-privadas para garantir financiamento de ações em um cenário de cortes em auxílios internacionais por países ocidentais.

Nesta sexta-feira (28), o Programa Mundial de Alimentos das Nações Unidas (WFP) divulgou uma nota em que alerta que os cortes na ajuda internacional reduziram em 40% o seu orçamento para este ano. Com isso, existe o risco de comprometimento da assistência a 58 milhões de pessoas, em 28 de seus projetos de resposta a crises, a não ser que novos fundos sejam recebidos urgentemente.

A cúpula tratou ainda da urgência em resolver problemas nutricionais do planeta antes de 2030 e da necessidade de mudanças no sistema produtivo de forma a incentivar modelos de produção de alimentos mais sustentáveis, além da resiliência em situações de conflito e perante as mudanças climáticas.

A forma desigual sobre como a fome atinge a população global, em especial as mulheres e crianças de países mais pobres, também foi tratada no evento.

“No decorrer das últimas décadas, o mundo teve um progresso significante em reduzir a má nutrição infantil. Mas hoje estamos enfrentando uma crise de financiamento que ameaça reverter nosso progresso e mulheres e crianças infelizmente vão arcar com o peso disso”, afirmou a diretora executiva do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), Catherine Russell, em discurso nesta sexta-feira.

“Quando a comida é escassa e falta dinheiro, as mulheres servem primeiro os homens e crianças, para quem são destinadas as melhores e maiores porções. Elas comem menos ou podem até nem fazer a refeição. De 2019 a 2022, a lacuna dos gêneros em relação à insegurança alimentar mais que dobrou.”

Declarações

O evento também foi finalizado com a divulgação de três declarações: do setor privado, dos jovens e da sociedade civil.

A declaração do setor privado, divulgada pelo Fórum de Paris pela Paz, destacou a necessidade de reformular a economia da nutrição por meio de uma abordagem multissetorial e de um esforço conjunto de governos, sociedade e empresas, a fim de enfrentar a má nutrição em todas as suas formas: subnutrição, obesidade e  deficiência de micronutrientes.

Entre as propostas da declaração estão a mudança do modelo dos subsídios governamentais para que eles sejam direcionados à comida mais nutritiva e localmente produzida; e a necessidade de empresas assumirem responsabilidade pela reformulação de seus produtos, oferecendo alimentos mais saudáveis e evitando fazer propaganda para produtos não saudáveis.

Já os jovens destacam, em sua declaração, que o futuro de seus países depende do enfrentamento à má nutrição e que a nutrição da juventude está ameaçada por alimentos processados, que podem causar câncer, pela falta de acesso à água potável e pelo saneamento impróprio.

Para a juventude, todos devem se responsabilizar – governos, empresas e sociedade civil. Segundo a declaração, a nutrição não afeta apenas o bem-estar individual, mas das nações como um todo. O documento destaca que as recomendações têm apoio de mais 100 organizações, que representam milhares de especialistas em nutrição, ativistas, jovens, trabalhadores de campo e profissionais comprometidos com o acesso universal à boa nutrição.

A declaração da sociedade civil cita que a polarização política, o autoritarismo e agendas nacionalistas dificultam esforços colaborativos para enfrentar desafios globais. “Cortes de ajuda – estimados em 44% – ameaçam décadas de progresso, com o financiamento para desnutrição aguda grave caindo em US$ 290 milhões”, aponta o texto, ao ressaltar que os cortes podem resultar cortes em mais 369 mil mortes de crianças anualmente. 

O documento destaca que a cúpula é uma oportunidade de impulsionar a ação global sobre nutrição. As principais recomendações são colocar as pessoas em primeiro lugar, garantir responsabilização e transparência sustentadas para compromissos de nutrição, assim como financiamento sustentável, tornar a nutrição um pilar central do desenvolvimento global e resposta à crise, e responsabilizar o setor privado pelas soluções nutricionais. Segundo o texto, a declaração recebeu o apoio de mais de uma centena de organizações.

A próxima cúpula está prevista para 2029, nos Estados Unidos, mas há receio de que, devido às decisões do presidente estadunidense, Donald Trump, de cortar fundos para organismos internacionais e para ajuda humanitária, o evento possa ser cancelado ou tenha que ser realizado em outro país.

*O repórter viajou a convite da Embaixada da França em Brasília



Fonte: Agência Brasil

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Brasil assina Convenção da ONU contra crimes cibernéticos

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O Brasil tornou-se, neste sábado (25), signatário da Convenção das Nações Unidas Contra o Crime Cibernético. Adotada pela Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), o tratado estabelece as bases para a cooperação internacional contra os delitos digitais.

A adoção da convenção pelo Brasil foi assinada pelo diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Rodrigues, em Hanói, no Vietnã. Rodrigues integra a comitiva que acompanha o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que percorre o sudeste asiático em busca de uma aproximação política com países da região e da possibilidade de expandir o comércio brasileiro.

Outros 59 países assinaram o pacto na mesma cerimônia. Ao menos no caso brasileiro, a assinatura é um ato político que manifesta a intenção do Brasil se tornar parte da convenção, mas a adesão definitiva, que gera obrigações jurídicas, depende do aval do Congresso Nacional.

Segundo a PF, a Convenção Contra o Crime Cibernético prevê a tipificação de crimes cibernéticos, inclusive o abuso sexual infantil por meio digital.

“Ao permitir a troca de provas eletrônicas, a convenção constituirá importante instrumento de cooperação internacional para fortalecer o combate a crimes e a proteção às vítimas”, informou a PF, em nota.

Adotada pela Assembleia-Geral das Nações Unidas desde dezembro de 2024, o texto conta, ainda, com dispositivos de segurança e garantias de proteção aos direitos humanos que devem nortear as atividades de enfrentamento a crimes cibernéticos.

Em nota, a ONU classificou a convenção como um “tratado histórico para a nova era digital”. Presente à cerimônia de assinatura, o secretário-geral da entidade, António Guterres, destacou a importância da iniciativa para fazer frente às “ameaças crescentes” que o mundo enfrenta no ciberespaço.

Guterres também lembrou o alcance sem precedentes da criminalidade digital e dos ataques informáticos, capazes de “roubar meios de subsistência, financiar o tráfico e espalhar material de abuso infantil”.



Fonte: Agência Brasil

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Internacional

PF desenvolve plano de segurança para os dias de COP 30 em Belém

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A Polícia Federal (PF) definiu o plano de ação para a segurança da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30) , que ocorrerá entre 10 e 21 de novembro, em Belém. Iniciadas em 1º de outubro na capital paraense, as ações da corporação têm o objetivo de garantir a proteção de um número recorde de delegações internacionais e, ao mesmo tempo, assegurar o exercício da liberdade de expressão.

Eixos de atuação

O planejamento da PF diante dos desafios de segurança e logística para a COP 30, concentram-se em três eixos:

1. diplomacia e recorde de delegações: a complexidade da agenda climática e a expectativa de um número recorde de delegações com visões antagônicas exigem um esquema de segurança adaptado e especial para autoridades e uma articulação geopolítica intensa.

2. logística reforçada: abrange o reforço na imigração, na fiscalização de portos (como o de Outeiro, que receberá navios de cruzeiro) e a segurança aeroportuária, incluindo a atuação na Base Aérea de Belém, por onde as autoridades de diversos países chegarão ao território brasileiro;

3. liberdade de manifestação: a conferência de Belém será um palco central para a livre manifestação de povos originários e movimentos sociais. A Polícia Federal atuará para proteger os participantes, estabelecer perímetros e garantir uma “convivência harmônica” entre os segmentos sociais, sem prejudicar o funcionamento regular da cidade.

Efetivo policial

Para enfrentar a complexidade do evento, a Polícia Federal já recrutou aproximadamente 1,2 mil servidores, entre policiais e administrativos.

O esquema de segurança também inclui o emprego de equipes dedicadas no aeroporto e no Porto de Outeiro, com atividades diárias, além de capacidades investigativas para prevenção de crimes cibernéticos e de terrorismo.A estrutura envolve, ainda, varreduras e contramedidas anti-bombas.

Livre debate

No evento de visibilidade internacional, a instituição policial explica que a conferência – realizada pela primeira vez na Amazônia brasileira – virá após edições realizadas em países com maiores restrições às liberdades civis.

“A PF destaca o Brasil se consolida como o principal palco dos últimos cinco anos para a livre manifestação de povos originários”, diz a nota da entidade.

Os cidades-sede das últimas Conferências das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP) foram:

·         em 2024, Baku, no Azerbaijão, sediou a COP29;
·         em 2023, Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, sediou a COP28;
·         em 2022, Sharm el-Sheikh, no Egito, sediou a COP27;
·         em 2021, Glasgow, na Escócia, sediou a COP26.

Aldeia COP

De olho na importância da presença e do saber dos povos tradicionais nas negociações climáticas, o governo brasileiro também organizou uma “Aldeia COP” para receber povos indígenas do Brasil e de todo o mundo durante a COP30.

A área total de 72.695 m², com área construída de 14.903,81 m², foi montada na Universidade Federal do Pará. Desde setembro, o espaço é destinado ao acampamento e à realização de atividades culturais, políticas e espirituais.

A estimativa é de que 3 mil indígenas fiquem hospedados no local, durante a realização do evento internacional.

A Aldeia COP é coordenada pelo Ministério dos Povos Indígenas, em parceria com a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), a Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (COIAB) e a Federação dos Povos Indígenas do Pará (Fepipa).



Fonte: Agência Brasil

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Internacional

Problema do mundo é ausência de lideranças , diz Lula na Malásia

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse, no início da madrugada deste sábado (25), em Kuala Lumpur, na Malásia, que um dos problemas do mundo é a falta de lideranças para conter as guerras e a fome.

“Na ausência de lideranças, tudo que é de pior pode acontecer”, avaliou o presidente. 

No evento com o primeiro-ministro da Malásia, Anwar Ibrahim, em que celebrou parcerias com o país asiático, Lula criticou a guerra entre Ucrânia e Rússia e o conflito no Oriente Médio, que ele voltou a chamar de genocídio contra Palestina. 

Lula argumentou que esses conflitos e também os desastres ambientais têm ocorrido por falta de instrumentos de governança global. ”Hoje, o Conselho de Segurança da ONU e a ONU não funcionam mais. Todas as guerras nos últimos tempos foram determinadas por gente que faz parte do Conselho de Segurança da ONU”, lamentou. 

“Quem é que se conforma com a duração da guerra entre a Ucrânia e a Rússia? Quem é que pode se conformar com um genocídio impetrado na Faixa de Gaza durante tanto tempo?”, questionou. 

Ele apontou que as violências vão além dos tiros e das bombas. “Mas a violência de utilizar fome, a vontade de comer de uma criança, como forma de tortura. Quando nós aceitamos isso como normal, nós não estamos sendo seres humanos”, criticou. Ele argumentou que isso ocorre porque as instituições multilaterais “pararam de existir”.

O presidente atacou a falta de responsabilidade dos países com o meio ambiente. “Como é que nós vamos evitar que o planeta possa ser destruído, se nós sabemos o que está destruindo o planeta e não tomamos atitude para evitar que ele seja destruído?”, questionou Lula, afirmando que a COP30, em Belém, será a COP da verdade.

“Nós, lideres políticos, é que temos que tomar a decisão do que fazer. Chega um momento que a gente tem que pensar no planeta. E aí é que é preciso ter instrumentos de governança global. E isso é o que nos faz falta hoje.”

Parceria

Na visita à Malásia, Lula disse que a parceria excede o interesse comercial entre os dois países. Há um movimento de exportações e importações na casa dos US$ 5,8 bilhões por ano. Ele destacou os acordos de cooperação na área de ciência e tecnologia e lamentou que nenhum presidente brasileiro esteve no país nos últimos 30 anos.

“A relação do Brasil com a Malásia muda de patamar a partir de hoje. Eu não vim aqui apenas com o interesse de vender ou com o interesse de comprar. Nós temos possibilidade de mudar o mundo, de fazer com que as coisas sejam melhores.”

O presidente defendeu que o humanismo não deve ser derrotado pelos algoritmos e disse que o mundo precisa de paz e não de guerra, de livre comércio e não de protecionismo. “Quero dizer ao mundo que precisamos de mais comida e menos armas. Esse é o objetivo da minha visita à Malásia.” 

Lula voltou a defender o papel do Estado no auxílio aos mais pobres. 

“Governar é fazer escolhas, é decidir de que lado você está. Para um governante, andar de cabeça erguida é mais importante que um Prêmio Nobel. Cuidar das pessoas mais humildes é quase uma missão bíblica.” 

O primeiro-ministro da Malásia cumprimentou o presidente brasileiro que irá receber o título de Doutor Honoris Causa pela Universidade Nacional da Malásia, em evento que deve ocorrer ainda neste sábado. Anwar Ibrahim ainda destacou o papel de liderança de Lula. “Este é um encontro entre amigos que compartilham convicções e ideias. E tenho certeza de que nossos países vão trabalhar juntos como parceiros em diferentes áreas”.



Fonte: Agência Brasil

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