Biden não dissipou os questionamentos sobre seu estado físico e Trump conseguiu controlar suas famosas explosões em uma tentativa de convencer os eleitores indecisos na noite desta quinta-feira (27)
EFE/EPA/MICHAEL REYNOLDS e EFE/EPA/MICHAEL REYNOLDS Os candidatos à presidência dos Estados Unidos, Donald Trump e Joe Biden, durante primeiro debate presidencial
Joe Biden não conseguiu acalmar seu eleitorado sobre seu estado físico no primeiro debate com Donald Trump na noite desta quinta-feira (27), a quatro meses das eleições presidenciais nos Estados Unidos. Já Trump foi evasivo sobre se reconhecerá incondicionalmente os resultados eleitorais. Biden, de 81 anos, tinha a oportunidade, nesse primeiro debate, de dissipar as dúvidas que os americanos podem ter sobre seu estado físico para governar por mais quatro anos (2025-2029). Com a voz rouca, se repetindo com frequência e se perdendo em frases confusas, o mandatário deixou uma imagem diametralmente oposta à mostrada por seu rival republicano, com um tom claro e enérgico. O presidente desapontou até mesmo quem está ao seu lado. “A atuação de Joe Biden durante o debate foi decepcionante, não há outra forma de dizer isso”, admitiu Kate Bedingfield, ex-diretora de comunicação da Casa Branca durante seus primeiros anos de mandato. Biden estava “lento no início, mas terminou forte”, reconheceu sua vice-presidente, Kamala Harris. Em uma tentativa de diminuir as críticas à sua atuação, a equipe de campanha do democrata disse que ele estava resfriado.
Trump, de 78 anos e apreciado entre seus partidários por suas subidas de tom, teve apenas que controlar suas famosas explosões em uma tentativa de convencer os eleitores indecisos. Durante uma hora e meia de debate, o republicano se mostrou moderado e disciplinado. As regras do debate fixaram que o microfone do candidato que não possuía a vez da palavra fosse desligado. Isso “pode ter ajudado Trump porque o impediu de gritar diante das intervenções de Biden”, disse Robert Rowland, professor de comunicação na Universidade do Kansas.
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Dúvidas no partido democrata
O desempenho de Joe Biden no debate presidencial tem gerado pressão no Partido Democrata para que ele seja substituído como candidato. Especialistas apontam que Biden teve uma performance fraca, com momentos de incoerência e dificuldade em concluir raciocínios, o que ressalta sua vulnerabilidade devido à idade. Isso levanta a questão sobre a possibilidade de escolher outro candidato democrata. A falta de novas lideranças nos partidos e a ausência de um candidato forte para substituir Biden aumentam os riscos de uma mudança nesta altura do campeonato. Mesmo com a Convenção Democrata marcada para agosto, a pressão para trocar o candidato atual é evidente. O debate destacou a fragilidade de Biden e a necessidade de um candidato mais assertivo.
Trump apresentou dados contraditórios e falsos durante o debate, o que poderia ter sido explorado por Biden, mas não foi. A falta de reação do candidato democrata diante das mentiras de Trump foi um ponto fraco. Os ataques pessoais também marcaram o debate, com Trump chamando Biden de “otário e perdedor”, o que evidenciou a capacidade de cada candidato em se defender e contra-argumentar.
A imagem que ficou do debate foi a de um Biden cansado e incapaz de se defender dos ataques pessoais de Trump. A energia e assertividade do presidente foram destacadas, apesar das mentiras apresentadas. A qualidade geral do debate foi considerada ruim por analistas, que apontaram a necessidade de novas lideranças políticas nos Estados Unidos. A incerteza política no país aumentou após o primeiro round dos debates.
Embate e ataques pessoais
Os dois candidatos se odeiam, e não fazem nada para esconder isso. Biden e Trump não deixaram de se atacar. Os golpes vieram sobretudo do democrata, que acusou o ex-presidente de ter o “senso de moral de um depravado”, e o classificou de “chorão”, “perdedor” e “imbecil”. Também o chamou de “criminoso convicto” por rua recente sentença como culpado de crimes penais em Nova York. Trump desafiou Biden a passar por um “teste cognitivo” e insistiu que o democrata é “o pior presidente da história do país”.
Diferentemente do primeiro debate entre os dois candidatos na campanha de 2020, quando se interrompiam constantemente, desta vez, nenhum deles conseguiu interromper a intervenção do outro devido às estritas regras. Como consequência, os candidatos tiveram poucas trocas diretas espontâneas, e os apresentadores se limitaram a passar a palavra, sem questionar os exageros ou as afirmações falsas de Trump.
Trump, que segue sem reconhecer a vitória de Biden em 2020, se negou a se comprometer a aceitar sem condições o resultado das eleições presidenciais de novembro. Ele só faria isso “se as eleições fossem absolutamente justas e equitativas”, disse ele quando perguntado sobre o assunto. “Esse cara não tem noção do que é democracia”, repreendeu Biden.
O pontífice também disse orar ‘para que eles temam o julgamento da consciência, da história e de Deus, e convertam seus olhos e corações, sempre colocando o bem comum em primeiro lugar’
GIUSEPPE LAMI/EFE/EPA O papa acrescentou que ‘a Europa precisa da Bélgica para levar adiante o caminho da paz e da fraternidade entre os povos que a compõem’
O papa Francisco advertiu nesta sexta-feira (27) que “estamos próximos de uma quase guerra mundial” e espera que “aqueles que governam saibam assumir sua responsabilidade, o risco e a honra da paz”, durante seu discurso a autoridades belgas no Castelo de Laeken, em seu primeiro ato oficial na Bélgica. “Rezo para que os líderes das nações, ao olharem para a Bélgica e sua história, aprendam com ela e, assim, salvem seu povo de catástrofes intermináveis e luto incontável. Rezo para que aqueles que governam saibam assumir sua responsabilidade, o risco e a honra da paz, e saibam afastar o perigo, a ignomínia e o absurdo da guerra”, afirmou.
O pontífice também disse orar “para que eles temam o julgamento da consciência, da história e de Deus, e convertam seus olhos e corações, sempre colocando o bem comum em primeiro lugar”. Diante do rei belga Philippe e da rainha Mathilde e do primeiro-ministro em exercício, Alexander De Croo, com quem se reuniu nesta sexta-feira, o papa desejou que a Bélgica seja “uma ponte, portanto, indispensável para construir a paz e repudiar a guerra”. “Essa é a dimensão da pequena Bélgica. Você entende a necessidade da Europa de se lembrar de sua história, composta de povos e culturas, de catedrais e universidades, das conquistas da engenhosidade humana, mas também de tantas guerras e de um desejo de dominar que às vezes se transformou em colonialismo e exploração”, lembrou.
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O papa acrescentou que “a Europa precisa da Bélgica para levar adiante o caminho da paz e da fraternidade entre os povos que a compõem”, especialmente “se as fronteiras e os tratados começarem a ser desrespeitados, e o direito de criar leis for deixado às armas, subvertendo a lei existente, a caixa de Pandora será aberta e todos os ventos começarão a soprar violentamente, batendo contra a casa e ameaçando destruí-la”. O líder religioso pediu “ações culturais, sociais e políticas constantes e oportunas que sejam corajosas e prudentes e que excluam um futuro no qual a ideia e a prática da guerra, com suas consequências catastróficas, sejam novamente uma opção viável”.
*Com informações da EFE Publicado por Marcelo Bamonte
Vítima foi encontrada em um muro no quintal da casa de Lourival Correa Netto Fadiga, que trabalhava para a família da vítima e confessou ter cometido o crime
Quase sete meses após o seu desaparecimento, o corpo da advogada Anic de Almeida Peixoto Herdy foi encontrado pela Polícia Civil do Rio de Janeiro na quarta-feira (25) em Petrópolis, na região serrana do Rio. O corpo de Anic foi identificado por meio de exame odontológico, feito por peritos do Instituto Médico Legal do Rio e cujo resultado foi divulgado pela Polícia Civil nesta quinta-feira (26). Ele estava concretado em um muro no quintal da casa de Lourival Correa Netto Fadiga, que trabalhava para a família da vítima e confessou ter cometido o crime.
Em entrevista à TV Record, a advogada de Fadiga, Flávia Froes, afirmou que a morte de Anic foi planejada em conjunto pelo seu cliente e pelo marido da vítima, Benjamin Cordeiro Herdy, e que o sequestro era uma forma de encobrir o homicídio. O motivo do crime seria uma questão familiar, disse a advogada. A defesa de Benjamin Herdy nega que ele tenha participado do crime e classificou a confissão de Fadiga como “um ato de desespero e crueldade”.
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Anic tinha 54 anos, era advogada, estudante de Psicologia e casada com Benjamin Cordeiro Herdy, de 78 anos, herdeiro de uma família que foi proprietária de um importante grupo educacional no Rio. O casal vivia em Petrópolis, na serra fluminense. Ela foi vista pela última vez em 29 de fevereiro saindo de um shopping de Petrópolis. Câmeras de vigilância do estabelecimento mostraram que ela parou o carro no estacionamento, trocou mensagens por celular e, minutos depois, saiu do centro comercial, atravessando uma rua. No mesmo dia, Benjamin recebeu mensagem no celular informando que Anic havia sido sequestrada. As mensagens, enviadas do próprio celular da advogada, também traziam ameaças contra ela. Os sequestradores pediram R$ 4,6 milhões como resgate e orientaram o marido a não avisar a polícia.
O caso só foi informado à polícia 14 dias depois, por uma filha, e passou a ser investigado pela 105ª DP (Petrópolis). Àquela altura, o montante pedido pelos supostos sequestradores já havia sido pago e um áudio de conversa de telefone entre Benjamin e Lourival foi gravado pela filha. Quatro suspeitos foram presos, incluindo Lourival, que seria um homem de confiança da família e o mandante do crime. Ele se apresentava como policial federal, mas, segundo as investigações, nunca integrou os quadros da corporação. Além dele, um casal de filhos e uma mulher com quem ele teria um caso também foram presos. O Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) apresentou denúncia contra os suspeitos. Os investigadores tiveram acesso aos telefones de todos os envolvidos e cruzaram dados de localização do dia do sequestro e do pagamento dos resgates.
Segundo mostrou o Fantástico, da TV Globo, foi possível comprovar que Lourival não esteve em uma favela para supostamente pagar os criminosos – mas sim em uma concessionária na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio, onde comprou uma caminhonete avaliada em R$ 500 mil e uma moto. Também adquiriu 950 aparelhos celulares, que foram levados a uma loja da família. Os filhos estiveram na concessionária com o pai, e a mulher chegou a viajar a Foz do Iguaçu, no Paraná, para resolver pendências relativas à aquisição dos celulares. Os três também teriam ajudado a ocultar os valores do resgate.
*Com informações do Estadão Conteúdo Publicado por Marcelo Bamonte