Novo ciclo de negociações com os mediadores dos EUA, Catar e Egito deve começar esta semana no Cairo
EFE/EPA/HAITHAM IMAD A guerra eclodiu em 7 de outubro, quando militantes do Hamas mataram 1.199 pessoas no sul de Israel
As esperanças de um cessar-fogo em Gaza, onde o Exército israelense intensificou suas operações nesta quinta-feira (22), diminuem, apesar da pressão dos Estados Unidos sobre Israel e Hamas para que alcancem um acordo. Um novo ciclo de negociações entre Israel e mediadores dos EUA, Catar e Egito deve começar esta semana no Cairo, embora ainda não tenha sido confirmado após mais de 10 meses de guerra. O presidente americano, Joe Biden, insistiu na quarta-feira na urgência de um cessar-fogo em Gaza e na libertação dos reféns sequestrados pelo Hamas, durante uma conversa telefônica com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, segundo aa Casa Branca. O gabinete de Netanyahu insiste em alcançar “todos os objetivos da guerra”, desencadeada em 7 de outubro, após o ataque do movimento islamista Hamas no sul de Israel.
Isto requer, segundo a mesma fonte, “garantir a fronteira sul” do território palestino, em referência ao Corredor Filadélfia, uma faixa de 14 km ao longo da fronteira entre Gaza e Egito. O Hamas, que governa Gaza desde 2007, rejeita a manutenção de tropas israelenses neste setor do território e acusa o governo dos Estados Unidos de incluir esta condição na proposta mais recente de trégua, anunciada na semana passada, cujos detalhes não foram divulgados.
Informações “imprecisas”
O secretário de Estado americano, Anthony Blinken, concluiu na quarta-feira uma viagem ao Oriente Médio. Blinken destacou que Washington se opõe a “uma ocupação de longo prazo de Israel em Gaza”, após afirmar que Netanyahu havia aceitado a proposta americana. Segundo o jornal israelense Yedioth Ahronoth, Blinken cometeu um erro ao dizer que Netanyahu a havia aceitado. O coordenador da Casa Branca para o Oriente Médio, Brett McGurk, viajou ao Cairo para encontrar uma solução para a questão do Corredor Filadélfia. “As informações que indicam que o primeiro-ministro aceitou a retirada de Israel do Corredor Filadélfia são imprecisas”, disse o porta-voz do governo israelense, David Mencer. Netanyahu repetiu que continuará a guerra até destruir o Hamas, considerado uma organização terrorista por Israel, Estados Unidos e União Europeia.
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O movimento islamista exige a aplicação do plano anunciado em 31 de maio por Biden, com uma trégua de seis semanas, a retirada de Israel das áreas densamente povoadas e a libertação de reféns. Em uma segunda fase, o plano prevê uma retirada total de Israel do território palestino. Para Washington, um cessar-fogo ajudaria a evitar uma conflagração regional, incluindo um possível ataque do Irã e aliados a Israel, em retaliação ao assassinato do líder do Hamas, em 31 de julho em Teerã, atribuído ao Estado hebreu.
“Nossas crianças morreram”
A guerra eclodiu em 7 de outubro, quando militantes do Hamas mataram 1.199 pessoas no sul de Israel, a maioria civis, segundo um balanço da AFP baseado em números oficiais. Entre os mortos havia mais de 300 soldados. Também tomaram 251 reféns, dos quais 105 permanecem em Gaza, incluindo 34 que o Exército declarou mortos. A ofensiva israelense na Faixa de Gaza já deixou pelo menos 40.265 mortos, segundo o Ministério da Saúde do Hamas, que não especifica civis e combatentes. A maioria são mulheres, adolescentes e crianças. O Exército israelense intensificou as operações no sul da Faixa, especialmente em Rafah e Khan Yunis, e em Deir al Balah, no centro. “Dezenas de locais com infraestrutura terrorista” foram desmantelados e “mais de 50 terroristas” foram eliminados”, anunciou.
Segundo Mahmoud Basal, porta-voz da Defesa Civil de Gaza, cinco corpos foram retirados dos escombros de uma casa destruída por um bombardeio israelense em Khan Yunis. Testemunhas relataram bombardeios no centro e no sul do território, além de confrontos entre o Exército e militantes palestinos no norte.”Israel luta pelo seu povo e o Hamas luta pelo seu povo. Basta, cada lado deve ceder ao outro. Todas as nossas crianças morreram”, disse Abu Jamal Al Khur, em frente ao hospital de Al Aqsa, em Deir al Balah.
Publicado por Luisa Cardoso *Com informações da AFP
O pontífice também disse orar ‘para que eles temam o julgamento da consciência, da história e de Deus, e convertam seus olhos e corações, sempre colocando o bem comum em primeiro lugar’
GIUSEPPE LAMI/EFE/EPA O papa acrescentou que ‘a Europa precisa da Bélgica para levar adiante o caminho da paz e da fraternidade entre os povos que a compõem’
O papa Francisco advertiu nesta sexta-feira (27) que “estamos próximos de uma quase guerra mundial” e espera que “aqueles que governam saibam assumir sua responsabilidade, o risco e a honra da paz”, durante seu discurso a autoridades belgas no Castelo de Laeken, em seu primeiro ato oficial na Bélgica. “Rezo para que os líderes das nações, ao olharem para a Bélgica e sua história, aprendam com ela e, assim, salvem seu povo de catástrofes intermináveis e luto incontável. Rezo para que aqueles que governam saibam assumir sua responsabilidade, o risco e a honra da paz, e saibam afastar o perigo, a ignomínia e o absurdo da guerra”, afirmou.
O pontífice também disse orar “para que eles temam o julgamento da consciência, da história e de Deus, e convertam seus olhos e corações, sempre colocando o bem comum em primeiro lugar”. Diante do rei belga Philippe e da rainha Mathilde e do primeiro-ministro em exercício, Alexander De Croo, com quem se reuniu nesta sexta-feira, o papa desejou que a Bélgica seja “uma ponte, portanto, indispensável para construir a paz e repudiar a guerra”. “Essa é a dimensão da pequena Bélgica. Você entende a necessidade da Europa de se lembrar de sua história, composta de povos e culturas, de catedrais e universidades, das conquistas da engenhosidade humana, mas também de tantas guerras e de um desejo de dominar que às vezes se transformou em colonialismo e exploração”, lembrou.
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O papa acrescentou que “a Europa precisa da Bélgica para levar adiante o caminho da paz e da fraternidade entre os povos que a compõem”, especialmente “se as fronteiras e os tratados começarem a ser desrespeitados, e o direito de criar leis for deixado às armas, subvertendo a lei existente, a caixa de Pandora será aberta e todos os ventos começarão a soprar violentamente, batendo contra a casa e ameaçando destruí-la”. O líder religioso pediu “ações culturais, sociais e políticas constantes e oportunas que sejam corajosas e prudentes e que excluam um futuro no qual a ideia e a prática da guerra, com suas consequências catastróficas, sejam novamente uma opção viável”.
*Com informações da EFE Publicado por Marcelo Bamonte
Vítima foi encontrada em um muro no quintal da casa de Lourival Correa Netto Fadiga, que trabalhava para a família da vítima e confessou ter cometido o crime
Quase sete meses após o seu desaparecimento, o corpo da advogada Anic de Almeida Peixoto Herdy foi encontrado pela Polícia Civil do Rio de Janeiro na quarta-feira (25) em Petrópolis, na região serrana do Rio. O corpo de Anic foi identificado por meio de exame odontológico, feito por peritos do Instituto Médico Legal do Rio e cujo resultado foi divulgado pela Polícia Civil nesta quinta-feira (26). Ele estava concretado em um muro no quintal da casa de Lourival Correa Netto Fadiga, que trabalhava para a família da vítima e confessou ter cometido o crime.
Em entrevista à TV Record, a advogada de Fadiga, Flávia Froes, afirmou que a morte de Anic foi planejada em conjunto pelo seu cliente e pelo marido da vítima, Benjamin Cordeiro Herdy, e que o sequestro era uma forma de encobrir o homicídio. O motivo do crime seria uma questão familiar, disse a advogada. A defesa de Benjamin Herdy nega que ele tenha participado do crime e classificou a confissão de Fadiga como “um ato de desespero e crueldade”.
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Anic tinha 54 anos, era advogada, estudante de Psicologia e casada com Benjamin Cordeiro Herdy, de 78 anos, herdeiro de uma família que foi proprietária de um importante grupo educacional no Rio. O casal vivia em Petrópolis, na serra fluminense. Ela foi vista pela última vez em 29 de fevereiro saindo de um shopping de Petrópolis. Câmeras de vigilância do estabelecimento mostraram que ela parou o carro no estacionamento, trocou mensagens por celular e, minutos depois, saiu do centro comercial, atravessando uma rua. No mesmo dia, Benjamin recebeu mensagem no celular informando que Anic havia sido sequestrada. As mensagens, enviadas do próprio celular da advogada, também traziam ameaças contra ela. Os sequestradores pediram R$ 4,6 milhões como resgate e orientaram o marido a não avisar a polícia.
O caso só foi informado à polícia 14 dias depois, por uma filha, e passou a ser investigado pela 105ª DP (Petrópolis). Àquela altura, o montante pedido pelos supostos sequestradores já havia sido pago e um áudio de conversa de telefone entre Benjamin e Lourival foi gravado pela filha. Quatro suspeitos foram presos, incluindo Lourival, que seria um homem de confiança da família e o mandante do crime. Ele se apresentava como policial federal, mas, segundo as investigações, nunca integrou os quadros da corporação. Além dele, um casal de filhos e uma mulher com quem ele teria um caso também foram presos. O Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) apresentou denúncia contra os suspeitos. Os investigadores tiveram acesso aos telefones de todos os envolvidos e cruzaram dados de localização do dia do sequestro e do pagamento dos resgates.
Segundo mostrou o Fantástico, da TV Globo, foi possível comprovar que Lourival não esteve em uma favela para supostamente pagar os criminosos – mas sim em uma concessionária na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio, onde comprou uma caminhonete avaliada em R$ 500 mil e uma moto. Também adquiriu 950 aparelhos celulares, que foram levados a uma loja da família. Os filhos estiveram na concessionária com o pai, e a mulher chegou a viajar a Foz do Iguaçu, no Paraná, para resolver pendências relativas à aquisição dos celulares. Os três também teriam ajudado a ocultar os valores do resgate.
*Com informações do Estadão Conteúdo Publicado por Marcelo Bamonte