As Brigadas Al-Qassam — braço armado do Hamas — afirmaram que o assassinato é ‘um ato perigoso que leva a batalha para um novo nível e terá importantes consequências em toda a região’
Montagem: EFE/AFP Rússia, Abbas e Hezbollah condenaram ataque e denunciaram escalada do conflito
O líder do Hamas, Ismail Haniyeh, morreu em Teerã, anunciaram nesta quarta-feira (31) a Guarda Revolucionária do Irã e o movimento islâmico palestino, que atribuiu o ataque a Israel. O Hamas trava, desde outubro de 2023, uma guerra contra Israel na Faixa de Gaza, um território que governa desde 2007, desencadeada pelo ataque sem precedentes de seus combatentes contra o sul do território israelense. “O irmão, o líder, o mujahideen Ismail Haniyeh, líder do movimento, morreu em um ataque contra sua residência em Teerã após comparecer à cerimônia de posse do novo presidente iraniano”, afirmou o movimento palestino em um comunicado. No exílio entre a Turquia e o Catar, o líder do grupo muçulmano viajou para Teerã para assistir, na terça-feira (30), à cerimônia de posse do novo presidente do Irã, Masud Pezeshkian.
O assassinato do oficial gerou repercussão entre aliados do grupo palestino. As Brigadas Al-Qassam — braço armado do Hamas — afirmaram, hoje, que o assassinato é “um ato perigoso que leva a batalha para um novo nível e terá importantes consequências em toda a região”. O grupo acusou o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, de conduzir o país para o abismo. Até o momento, nenhum alto responsável israelense reconheceu o ataque, que ocorre em um ponto de máxima tensão devido à escalada do fogo cruzado com o grupo xiita libanês Hezbollah, aliado do Irã e das milícias palestinas. As Brigadas Al-Qassam afirmaram também, em um comunicado, que Israel cometeu um “erro de cálculo” ao expandir seus ataques a outras frentes. Até o momento, as autoridades israelenses não aumentaram o nível de alerta militar, apesar dos apelos de diferentes grupos para responder com contundência aos ataques das últimas horas. A morte de Haniyeh, a face mais política e moderada do grupo, a favor da negociação com Israel e de ganhar a legitimidade internacional, deixa os islâmicos nas mãos da liderança mais extremista, encarnado por Yahya Sinwar, mentor dos ataques de 7 de outubro.
Presidente da Autoridade Nacional Palestina e Rússia se pronunciaram contra Israel
O presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, e o secretário do Comitê Executivo da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), Hussein al Sheikh, condenaram a morte do líder político do Hamas. Abbas, que governa pequenas partes da Cisjordânia ocupada, “condenou veementemente o assassinato do líder do movimento Hamas e considerou-o um ato covarde e um acontecimento perigoso”, segundo informou a agência de notícias oficial palestina “Wafa”. O presidente da ANP também pediu que “as massas e as forças do povo palestino” tenham “unidade, paciência e firmeza diante da ocupação israelense”. Por sua vez, Al Sheikh também condenou o “assassinato” de Haniyeh, classificando-o como “um ato covarde”. “Isto nos chama a permanecermos mais firmes face à ocupação e à necessidade de alcançar a unidade das forças e facções palestinas”, frisou o também ministro da ANP na rede social X (antigo Twitter).
Veja a publicação:
We strongly denounce and condemn the assassination of the head of the Political Bureau, the national leader, Ismail Haniyeh. We consider it a cowardly act, this pushes us to remain more steadfast in the face of the occupation, and the necessity of achieving the unity of the… https://t.co/YTvdyiAJw8
— حسين الشيخ Hussein AlSheikh (@HusseinSheikhpl) July 31, 2024
Em 23 de julho, o Hamas e o partido secular Fatah, liderado por Abbas, assinaram uma declaração em Pequim na qual se comprometem a acabar com a divisão que prevalece desde 2007 entre estas duas facções e a reforçar a unidade com os demais grupos. Os signatários, incluindo a Jihad Islâmica, a Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP) e a Frente Democrática para a Libertação da Palestina (FDLP), buscam com esse acordo o estabelecimento de um Estado palestino independente com capital em Jerusalém (um propósito que os grupos já apoiavam individualmente) de acordo com as resoluções da ONU.
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A Rússia, através do Kremlin, alertou para o perigo que a ação pode causar no xadrez global. “Condenamos veementemente o assassinato do chefe do gabinete político do movimento palestino Hamas, Ismail Haniyeh, como resultado de um ataque com mísseis à sua residência em Teerã”, disse Andrei Nastasin, um dos porta-vozes do Ministério das Relações Exteriores russo, em entrevista coletiva. O diplomata russo destacou que “não há dúvida de que o assassinato de Haniyeh terá um impacto muito negativo no progresso dos contatos indiretos entre Hamas e Israel, no âmbito dos quais foram acordadas condições mutuamente aceitáveis para um cessar-fogo na Faixa de Gaza”.
Moscou também apela “a todas as partes para que se contenham e se abstenham de medidas que possam levar a uma dramática degradação da situação de segurança na região e provocar um confronto armado em grande escala”. O país também condenou os ataques israelenses contra Beirute, que “representam uma grosseira violação da soberania do Líbano e das normas básicas do direito internacional”. “Expressamos a nossa profunda preocupação relativamente à ameaça de agravamento da situação no Oriente Médio”, destacou. O Hamas, que a Rússia não reconhece como organização terrorista e com cujos representantes manteve consultas nos últimos anos em Moscou, culpou Israel pelo assassinato de Haniyeh e prometeu que sua morte “não ficará impune”.
O pontífice também disse orar ‘para que eles temam o julgamento da consciência, da história e de Deus, e convertam seus olhos e corações, sempre colocando o bem comum em primeiro lugar’
GIUSEPPE LAMI/EFE/EPA O papa acrescentou que ‘a Europa precisa da Bélgica para levar adiante o caminho da paz e da fraternidade entre os povos que a compõem’
O papa Francisco advertiu nesta sexta-feira (27) que “estamos próximos de uma quase guerra mundial” e espera que “aqueles que governam saibam assumir sua responsabilidade, o risco e a honra da paz”, durante seu discurso a autoridades belgas no Castelo de Laeken, em seu primeiro ato oficial na Bélgica. “Rezo para que os líderes das nações, ao olharem para a Bélgica e sua história, aprendam com ela e, assim, salvem seu povo de catástrofes intermináveis e luto incontável. Rezo para que aqueles que governam saibam assumir sua responsabilidade, o risco e a honra da paz, e saibam afastar o perigo, a ignomínia e o absurdo da guerra”, afirmou.
O pontífice também disse orar “para que eles temam o julgamento da consciência, da história e de Deus, e convertam seus olhos e corações, sempre colocando o bem comum em primeiro lugar”. Diante do rei belga Philippe e da rainha Mathilde e do primeiro-ministro em exercício, Alexander De Croo, com quem se reuniu nesta sexta-feira, o papa desejou que a Bélgica seja “uma ponte, portanto, indispensável para construir a paz e repudiar a guerra”. “Essa é a dimensão da pequena Bélgica. Você entende a necessidade da Europa de se lembrar de sua história, composta de povos e culturas, de catedrais e universidades, das conquistas da engenhosidade humana, mas também de tantas guerras e de um desejo de dominar que às vezes se transformou em colonialismo e exploração”, lembrou.
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O papa acrescentou que “a Europa precisa da Bélgica para levar adiante o caminho da paz e da fraternidade entre os povos que a compõem”, especialmente “se as fronteiras e os tratados começarem a ser desrespeitados, e o direito de criar leis for deixado às armas, subvertendo a lei existente, a caixa de Pandora será aberta e todos os ventos começarão a soprar violentamente, batendo contra a casa e ameaçando destruí-la”. O líder religioso pediu “ações culturais, sociais e políticas constantes e oportunas que sejam corajosas e prudentes e que excluam um futuro no qual a ideia e a prática da guerra, com suas consequências catastróficas, sejam novamente uma opção viável”.
*Com informações da EFE Publicado por Marcelo Bamonte
Vítima foi encontrada em um muro no quintal da casa de Lourival Correa Netto Fadiga, que trabalhava para a família da vítima e confessou ter cometido o crime
Quase sete meses após o seu desaparecimento, o corpo da advogada Anic de Almeida Peixoto Herdy foi encontrado pela Polícia Civil do Rio de Janeiro na quarta-feira (25) em Petrópolis, na região serrana do Rio. O corpo de Anic foi identificado por meio de exame odontológico, feito por peritos do Instituto Médico Legal do Rio e cujo resultado foi divulgado pela Polícia Civil nesta quinta-feira (26). Ele estava concretado em um muro no quintal da casa de Lourival Correa Netto Fadiga, que trabalhava para a família da vítima e confessou ter cometido o crime.
Em entrevista à TV Record, a advogada de Fadiga, Flávia Froes, afirmou que a morte de Anic foi planejada em conjunto pelo seu cliente e pelo marido da vítima, Benjamin Cordeiro Herdy, e que o sequestro era uma forma de encobrir o homicídio. O motivo do crime seria uma questão familiar, disse a advogada. A defesa de Benjamin Herdy nega que ele tenha participado do crime e classificou a confissão de Fadiga como “um ato de desespero e crueldade”.
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Anic tinha 54 anos, era advogada, estudante de Psicologia e casada com Benjamin Cordeiro Herdy, de 78 anos, herdeiro de uma família que foi proprietária de um importante grupo educacional no Rio. O casal vivia em Petrópolis, na serra fluminense. Ela foi vista pela última vez em 29 de fevereiro saindo de um shopping de Petrópolis. Câmeras de vigilância do estabelecimento mostraram que ela parou o carro no estacionamento, trocou mensagens por celular e, minutos depois, saiu do centro comercial, atravessando uma rua. No mesmo dia, Benjamin recebeu mensagem no celular informando que Anic havia sido sequestrada. As mensagens, enviadas do próprio celular da advogada, também traziam ameaças contra ela. Os sequestradores pediram R$ 4,6 milhões como resgate e orientaram o marido a não avisar a polícia.
O caso só foi informado à polícia 14 dias depois, por uma filha, e passou a ser investigado pela 105ª DP (Petrópolis). Àquela altura, o montante pedido pelos supostos sequestradores já havia sido pago e um áudio de conversa de telefone entre Benjamin e Lourival foi gravado pela filha. Quatro suspeitos foram presos, incluindo Lourival, que seria um homem de confiança da família e o mandante do crime. Ele se apresentava como policial federal, mas, segundo as investigações, nunca integrou os quadros da corporação. Além dele, um casal de filhos e uma mulher com quem ele teria um caso também foram presos. O Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) apresentou denúncia contra os suspeitos. Os investigadores tiveram acesso aos telefones de todos os envolvidos e cruzaram dados de localização do dia do sequestro e do pagamento dos resgates.
Segundo mostrou o Fantástico, da TV Globo, foi possível comprovar que Lourival não esteve em uma favela para supostamente pagar os criminosos – mas sim em uma concessionária na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio, onde comprou uma caminhonete avaliada em R$ 500 mil e uma moto. Também adquiriu 950 aparelhos celulares, que foram levados a uma loja da família. Os filhos estiveram na concessionária com o pai, e a mulher chegou a viajar a Foz do Iguaçu, no Paraná, para resolver pendências relativas à aquisição dos celulares. Os três também teriam ajudado a ocultar os valores do resgate.
*Com informações do Estadão Conteúdo Publicado por Marcelo Bamonte