Pelo menos 90% da população da Faixa foi deslocada pela guerra, e a grande maioria está amontoada em conjuntos de tendas, em más condições humanitárias marcadas pela escassez de água e eletricidade
Omar AL-QATTAA/AFP A “Wafa” relatou ainda que, próximo a Deir al-Balah, o campo de refugiados de Nuseirat – também no centro de Gaza – sofreu ataques de artilharia israelense
O Exército de Israel bombardeou na madrugada de hoje (5), tendas de refugiados adjacentes ao Hospital dos Mártires de Al Aqsa, em Deir al-Balah, naquela que é considerada uma “zona humanitária” estabelecida pelas próprias Forças Armadas, e matou quatro palestinos, segundo informou a Defesa Civil do enclave. Uma declaração militar israelense afirmou que a área estava sendo usada como centro de operações do Hamas e da Jihad Islâmica Palestina, razão pela qual o Exército realizou um ataque seletivo com o objetivo de “eliminar uma ameaça imediata”. As Forças Armadas destacaram à que o ataque ocorreu contra uma área “adjacente” ao hospital, e não contra o centro em si, embora seus arredores sirvam de refúgio para alguns dos cerca de dois milhões de deslocados que estão amontoados na “zona humanitária”.
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A agência de notícias palestina “Wafa” informou que entre as vítimas fatais do ataque havia mulheres e crianças, embora não tenha fornecido mais informações a respeito. “Antes do ataque, foram tomadas medidas para mitigar o risco de danos aos civis, como a utilização de munições de precisão, vigilância aérea e inteligência adicional”, alegou o comunicado militar israelense, com uma mensagem que costuma utilizar após atacar pontos protegidos pelo direito humanitário internacional, como hospitais ou escolas. Neste sentido, as Forças Armadas denunciaram que as milícias palestinas operam a partir de infraestruturas civis, o que “viola o direito internacional”.
Esta não é a primeira vez que Israel ataca a “zona humanitária” localizada ao longo da costa no sul de Gaza. No último mês de julho realizou contra este ponto um dos seus mais violentos bombardeios, matando 90 pessoas ao longo das praias de Al Mawasi com o objetivo de atingir Mohammed Deif, chefe do braço armado do grupo terrorista Hamas. As Forças Armadas de Israel designaram uma “zona humanitária” que abrange os territórios de Al Mawasi e Khan Younis, no sul de Gaza, e Deir al-Balah, no centro, embora tenham reduzido seu perímetro ao longo dos meses sob a premissa de que o os milicianos usam-no para atacar as tropas.
Pelo menos 90% da população de Gaza – mais de dois milhões de pessoas – foi deslocada pela guerra, e a grande maioria está amontoada no enxame de tendas da “zona humanitária”, em más condições humanitárias marcadas pela escassez de água e eletricidade. Segundo o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA), “mais de um milhão de pessoas não receberam qualquer ração alimentar em agosto no sul e no centro de Gaza” devido ao fluxo reduzido de caminhões de ajuda humanitária que entram no enclave. A “Wafa” relatou ainda que, próximo a Deir al-Balah, o campo de refugiados de Nuseirat – também no centro de Gaza – sofreu ataques de artilharia israelense, algo que também ocorreu no sul de Khan Younis e Rafah.
*Com informações da EFE Publicado por Marcelo Bamonte
O pontífice também disse orar ‘para que eles temam o julgamento da consciência, da história e de Deus, e convertam seus olhos e corações, sempre colocando o bem comum em primeiro lugar’
GIUSEPPE LAMI/EFE/EPA O papa acrescentou que ‘a Europa precisa da Bélgica para levar adiante o caminho da paz e da fraternidade entre os povos que a compõem’
O papa Francisco advertiu nesta sexta-feira (27) que “estamos próximos de uma quase guerra mundial” e espera que “aqueles que governam saibam assumir sua responsabilidade, o risco e a honra da paz”, durante seu discurso a autoridades belgas no Castelo de Laeken, em seu primeiro ato oficial na Bélgica. “Rezo para que os líderes das nações, ao olharem para a Bélgica e sua história, aprendam com ela e, assim, salvem seu povo de catástrofes intermináveis e luto incontável. Rezo para que aqueles que governam saibam assumir sua responsabilidade, o risco e a honra da paz, e saibam afastar o perigo, a ignomínia e o absurdo da guerra”, afirmou.
O pontífice também disse orar “para que eles temam o julgamento da consciência, da história e de Deus, e convertam seus olhos e corações, sempre colocando o bem comum em primeiro lugar”. Diante do rei belga Philippe e da rainha Mathilde e do primeiro-ministro em exercício, Alexander De Croo, com quem se reuniu nesta sexta-feira, o papa desejou que a Bélgica seja “uma ponte, portanto, indispensável para construir a paz e repudiar a guerra”. “Essa é a dimensão da pequena Bélgica. Você entende a necessidade da Europa de se lembrar de sua história, composta de povos e culturas, de catedrais e universidades, das conquistas da engenhosidade humana, mas também de tantas guerras e de um desejo de dominar que às vezes se transformou em colonialismo e exploração”, lembrou.
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O papa acrescentou que “a Europa precisa da Bélgica para levar adiante o caminho da paz e da fraternidade entre os povos que a compõem”, especialmente “se as fronteiras e os tratados começarem a ser desrespeitados, e o direito de criar leis for deixado às armas, subvertendo a lei existente, a caixa de Pandora será aberta e todos os ventos começarão a soprar violentamente, batendo contra a casa e ameaçando destruí-la”. O líder religioso pediu “ações culturais, sociais e políticas constantes e oportunas que sejam corajosas e prudentes e que excluam um futuro no qual a ideia e a prática da guerra, com suas consequências catastróficas, sejam novamente uma opção viável”.
*Com informações da EFE Publicado por Marcelo Bamonte
Vítima foi encontrada em um muro no quintal da casa de Lourival Correa Netto Fadiga, que trabalhava para a família da vítima e confessou ter cometido o crime
Quase sete meses após o seu desaparecimento, o corpo da advogada Anic de Almeida Peixoto Herdy foi encontrado pela Polícia Civil do Rio de Janeiro na quarta-feira (25) em Petrópolis, na região serrana do Rio. O corpo de Anic foi identificado por meio de exame odontológico, feito por peritos do Instituto Médico Legal do Rio e cujo resultado foi divulgado pela Polícia Civil nesta quinta-feira (26). Ele estava concretado em um muro no quintal da casa de Lourival Correa Netto Fadiga, que trabalhava para a família da vítima e confessou ter cometido o crime.
Em entrevista à TV Record, a advogada de Fadiga, Flávia Froes, afirmou que a morte de Anic foi planejada em conjunto pelo seu cliente e pelo marido da vítima, Benjamin Cordeiro Herdy, e que o sequestro era uma forma de encobrir o homicídio. O motivo do crime seria uma questão familiar, disse a advogada. A defesa de Benjamin Herdy nega que ele tenha participado do crime e classificou a confissão de Fadiga como “um ato de desespero e crueldade”.
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Anic tinha 54 anos, era advogada, estudante de Psicologia e casada com Benjamin Cordeiro Herdy, de 78 anos, herdeiro de uma família que foi proprietária de um importante grupo educacional no Rio. O casal vivia em Petrópolis, na serra fluminense. Ela foi vista pela última vez em 29 de fevereiro saindo de um shopping de Petrópolis. Câmeras de vigilância do estabelecimento mostraram que ela parou o carro no estacionamento, trocou mensagens por celular e, minutos depois, saiu do centro comercial, atravessando uma rua. No mesmo dia, Benjamin recebeu mensagem no celular informando que Anic havia sido sequestrada. As mensagens, enviadas do próprio celular da advogada, também traziam ameaças contra ela. Os sequestradores pediram R$ 4,6 milhões como resgate e orientaram o marido a não avisar a polícia.
O caso só foi informado à polícia 14 dias depois, por uma filha, e passou a ser investigado pela 105ª DP (Petrópolis). Àquela altura, o montante pedido pelos supostos sequestradores já havia sido pago e um áudio de conversa de telefone entre Benjamin e Lourival foi gravado pela filha. Quatro suspeitos foram presos, incluindo Lourival, que seria um homem de confiança da família e o mandante do crime. Ele se apresentava como policial federal, mas, segundo as investigações, nunca integrou os quadros da corporação. Além dele, um casal de filhos e uma mulher com quem ele teria um caso também foram presos. O Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) apresentou denúncia contra os suspeitos. Os investigadores tiveram acesso aos telefones de todos os envolvidos e cruzaram dados de localização do dia do sequestro e do pagamento dos resgates.
Segundo mostrou o Fantástico, da TV Globo, foi possível comprovar que Lourival não esteve em uma favela para supostamente pagar os criminosos – mas sim em uma concessionária na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio, onde comprou uma caminhonete avaliada em R$ 500 mil e uma moto. Também adquiriu 950 aparelhos celulares, que foram levados a uma loja da família. Os filhos estiveram na concessionária com o pai, e a mulher chegou a viajar a Foz do Iguaçu, no Paraná, para resolver pendências relativas à aquisição dos celulares. Os três também teriam ajudado a ocultar os valores do resgate.
*Com informações do Estadão Conteúdo Publicado por Marcelo Bamonte