Vice-presidente democrata ultrapassou ex-presidente republicano nas pesquisas, apagando a vantagem que Trump tinha antes da desistência de Joe Biden há um mês
EFE/EPA/JEFFREY PHELPS Kamala Harris e Donald Trump iniciam, nesta sexta-feira (23), uma maratona final de 10 semanas de corrida rumo às eleições presidenciais
Kamala Harris e Donald Trump iniciam, nesta sexta-feira (23), uma maratona final de 10 semanas de corrida rumo às eleições presidenciais de 5 de novembro, com a democrata em ascensão depois de um discurso eletrizante no dia anterior, no qual aceitou a nomeação do Partido Democrata. Menos de três semanas antes do esperado debate entre a vice-presidente democrata e o ex-presidente republicano – e apenas um mês antes do início da votação antecipada – as pesquisas mostram que a batalha pela Casa Branca está acirrada. Harris deixa a Convenção Nacional Democrata realizada esta semana em Chicago com os ventos a seu favor. Ela ultrapassou Trump nas pesquisas, apagando a vantagem que o republicano exibia antes da desistência do presidente Joe Biden há um mês.
Mas Dan Kanninen, um dos gestores da campanha de Harris, alertou em um evento da Bloomberg à margem da cúpula do partido que a disputa “não mudou fundamentalmente” e permanece “muito, muito acirrada”. “Temos um enorme entusiasmo – acredito que o impulso está do nosso lado – mas agora temos que fazer algo com isso e envolver o eleitorado de forma eficaz”, disse ele. Harris aceitou a nomeação presidencial do seu partido em uma deslumbrante última noite em Chicago, cercada por uma constelação de celebridades que prepara o cenário para uma corrida cansativa até às eleições.
Margens estreitas
A vice-presidente, de 59 anos, conseguiu ficar à frente nas pesquisas por margens muito estreitas, revertendo o que começava a parecer uma tendência a favor de Trump, até que Biden se retirou, pressionado por questões sobre sua idade avançada de 81 anos, e a apoiou. Em apenas um mês, Harris arrecadou um recorde de US$ 500 milhões (R$ 2,7 bilhões) para sua campanha, desfrutando de uma lua de mel política. No entanto, os líderes do partido alertam que a sua candidatura pode ser afetada por ventos contrários, como controvérsias internas sobre a posição do governo Biden em relação à guerra de Gaza. As pesquisas também poderão variar com a possível retirada, nesta sexta-feira, do candidato independente Robert F. Kennedy Jr, disposto a apoiar Trump. O membro do clã Kennedy planeja fazer um anúncio nesta sexta-feira no Arizona, onde Trump também faz campanha, e promete apresentar um “convidado especial”.
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Os analistas não concordam sobre o efeito que a saída de Kennedy teria. As pesquisas não lhe dão mais do que um dígito nas intenções de voto e a sua proximidade com as teorias da conspiração transformaram-no em uma figura marginal. No entanto, em uma disputa tão incerta, mesmo alguns milhares de votos em um estado crucial podem, em última análise, determinar quem ganha a Casa Branca. Pesos-pesados democratas, como Michelle Obama e Bill Clinton ou o companheiro de chapa de Harris, Tim Walz, alertam que o partido poderá perder para os republicanos de Trump se cair no triunfalismo.
Conquistar o centro
Trump tem tentado em grande parte mobilizar a sua base conservadora com avisos apocalípticos sobre “migrantes criminosos” e pintando um quadro sombrio de um país em “decadência” que só ele poderia salvar. Do outro lado, Harris e os democratas aproximaram-se do centro. Ao longo desta semana, estrategistas democratas apresentaram em Chicago um desfile de republicanos anti-Trump, incluindo ex-funcionários do gabinete do ex-presidente, um prefeito de uma pequena cidade e um ex-funcionário estadual. “Se você votar em Kamala Harris em 2024, você não é um democrata, você é um patriota”, disse o ex-vice-governador da Geórgia, Geoff Duncan. Embora antes caracterizassem Trump como um demagogo, os democratas começaram agora a zombar do candidato republicano de uma forma destinada a menosprezá-lo e a minar a sua aura de invencibilidade.
Harris inclusive o descreveu como uma pessoa “pouco séria” em seu discurso de aceitação da nomeação. A vice-presidente, que não tem eventos previstos para o fim de semana, retorna nesta sexta-feira a Washington com o marido, Doug Emhoff, para começar a traçar o seu plano de batalha para os próximos 70 dias. “Serei uma presidente que nos une em torno das nossas maiores aspirações”, disse ela, sob aplausos, à convenção. “Uma presidente que lidera e ouve, que é realista, prática e tem bom senso, e que luta sempre pelo povo americano”, prometeu.
Publicado por Luisa Cardoso *Com informações da AFP
O pontífice também disse orar ‘para que eles temam o julgamento da consciência, da história e de Deus, e convertam seus olhos e corações, sempre colocando o bem comum em primeiro lugar’
GIUSEPPE LAMI/EFE/EPA O papa acrescentou que ‘a Europa precisa da Bélgica para levar adiante o caminho da paz e da fraternidade entre os povos que a compõem’
O papa Francisco advertiu nesta sexta-feira (27) que “estamos próximos de uma quase guerra mundial” e espera que “aqueles que governam saibam assumir sua responsabilidade, o risco e a honra da paz”, durante seu discurso a autoridades belgas no Castelo de Laeken, em seu primeiro ato oficial na Bélgica. “Rezo para que os líderes das nações, ao olharem para a Bélgica e sua história, aprendam com ela e, assim, salvem seu povo de catástrofes intermináveis e luto incontável. Rezo para que aqueles que governam saibam assumir sua responsabilidade, o risco e a honra da paz, e saibam afastar o perigo, a ignomínia e o absurdo da guerra”, afirmou.
O pontífice também disse orar “para que eles temam o julgamento da consciência, da história e de Deus, e convertam seus olhos e corações, sempre colocando o bem comum em primeiro lugar”. Diante do rei belga Philippe e da rainha Mathilde e do primeiro-ministro em exercício, Alexander De Croo, com quem se reuniu nesta sexta-feira, o papa desejou que a Bélgica seja “uma ponte, portanto, indispensável para construir a paz e repudiar a guerra”. “Essa é a dimensão da pequena Bélgica. Você entende a necessidade da Europa de se lembrar de sua história, composta de povos e culturas, de catedrais e universidades, das conquistas da engenhosidade humana, mas também de tantas guerras e de um desejo de dominar que às vezes se transformou em colonialismo e exploração”, lembrou.
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O papa acrescentou que “a Europa precisa da Bélgica para levar adiante o caminho da paz e da fraternidade entre os povos que a compõem”, especialmente “se as fronteiras e os tratados começarem a ser desrespeitados, e o direito de criar leis for deixado às armas, subvertendo a lei existente, a caixa de Pandora será aberta e todos os ventos começarão a soprar violentamente, batendo contra a casa e ameaçando destruí-la”. O líder religioso pediu “ações culturais, sociais e políticas constantes e oportunas que sejam corajosas e prudentes e que excluam um futuro no qual a ideia e a prática da guerra, com suas consequências catastróficas, sejam novamente uma opção viável”.
*Com informações da EFE Publicado por Marcelo Bamonte
Vítima foi encontrada em um muro no quintal da casa de Lourival Correa Netto Fadiga, que trabalhava para a família da vítima e confessou ter cometido o crime
Quase sete meses após o seu desaparecimento, o corpo da advogada Anic de Almeida Peixoto Herdy foi encontrado pela Polícia Civil do Rio de Janeiro na quarta-feira (25) em Petrópolis, na região serrana do Rio. O corpo de Anic foi identificado por meio de exame odontológico, feito por peritos do Instituto Médico Legal do Rio e cujo resultado foi divulgado pela Polícia Civil nesta quinta-feira (26). Ele estava concretado em um muro no quintal da casa de Lourival Correa Netto Fadiga, que trabalhava para a família da vítima e confessou ter cometido o crime.
Em entrevista à TV Record, a advogada de Fadiga, Flávia Froes, afirmou que a morte de Anic foi planejada em conjunto pelo seu cliente e pelo marido da vítima, Benjamin Cordeiro Herdy, e que o sequestro era uma forma de encobrir o homicídio. O motivo do crime seria uma questão familiar, disse a advogada. A defesa de Benjamin Herdy nega que ele tenha participado do crime e classificou a confissão de Fadiga como “um ato de desespero e crueldade”.
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Anic tinha 54 anos, era advogada, estudante de Psicologia e casada com Benjamin Cordeiro Herdy, de 78 anos, herdeiro de uma família que foi proprietária de um importante grupo educacional no Rio. O casal vivia em Petrópolis, na serra fluminense. Ela foi vista pela última vez em 29 de fevereiro saindo de um shopping de Petrópolis. Câmeras de vigilância do estabelecimento mostraram que ela parou o carro no estacionamento, trocou mensagens por celular e, minutos depois, saiu do centro comercial, atravessando uma rua. No mesmo dia, Benjamin recebeu mensagem no celular informando que Anic havia sido sequestrada. As mensagens, enviadas do próprio celular da advogada, também traziam ameaças contra ela. Os sequestradores pediram R$ 4,6 milhões como resgate e orientaram o marido a não avisar a polícia.
O caso só foi informado à polícia 14 dias depois, por uma filha, e passou a ser investigado pela 105ª DP (Petrópolis). Àquela altura, o montante pedido pelos supostos sequestradores já havia sido pago e um áudio de conversa de telefone entre Benjamin e Lourival foi gravado pela filha. Quatro suspeitos foram presos, incluindo Lourival, que seria um homem de confiança da família e o mandante do crime. Ele se apresentava como policial federal, mas, segundo as investigações, nunca integrou os quadros da corporação. Além dele, um casal de filhos e uma mulher com quem ele teria um caso também foram presos. O Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) apresentou denúncia contra os suspeitos. Os investigadores tiveram acesso aos telefones de todos os envolvidos e cruzaram dados de localização do dia do sequestro e do pagamento dos resgates.
Segundo mostrou o Fantástico, da TV Globo, foi possível comprovar que Lourival não esteve em uma favela para supostamente pagar os criminosos – mas sim em uma concessionária na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio, onde comprou uma caminhonete avaliada em R$ 500 mil e uma moto. Também adquiriu 950 aparelhos celulares, que foram levados a uma loja da família. Os filhos estiveram na concessionária com o pai, e a mulher chegou a viajar a Foz do Iguaçu, no Paraná, para resolver pendências relativas à aquisição dos celulares. Os três também teriam ajudado a ocultar os valores do resgate.
*Com informações do Estadão Conteúdo Publicado por Marcelo Bamonte