Força Armada Nacional Bolivariana qualificou de ‘desesperados e sediciosos’ os pedidos de apoio da oposição, em meio a denúncias de fraude nas eleições presidenciais de 28 de julho
EFE/Prensa Miraflores O CNE proclamou Maduro como presidente reeleito para um terceiro mandato de seis anos com 52% dos votos
A Força Armada Nacional Bolivariana ratificou nesta terça-feira (6) sua “lealdade absoluta” ao presidente Nicolás Maduro e qualificou de “desesperados e sediciosos” os pedidos de apoio da oposição, em meio a denúncias de fraude nas eleições presidenciais de 28 de julho. A líder opositora María Corina Machado, que denunciou uma “campanha de terror” no país, e seu candidato Edmundo González Urrutia, publicaram na segunda-feira uma carta aberta a militares e policiais na qual defendiam sua vitória nas eleições e pediam aos oficiais que se colocassem “ao lado do povo”.
Nesta terça-feira, no entanto, o ministro da Defesa, general Vladimir Padrino, classificou o documento de “panfleto” e os pedidos de apoio de “desesperados e sediciosos”. “Estes apelos ridículos e irracionais buscam desestabilizar nossa unidade e institucionalidade, mas nunca conseguirão”, destacou Padrino, acompanhado do alto comando militar e policial.
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“Ratificamos nossa absoluta lealdade ao cidadão Nicolás Maduro Moros (…), legitimamente reeleito pelo poder popular para o próximo período presidencial 2025-2031”, acrescentou. O Ministério Público abriu uma investigação criminal contra Machado e González Urrutia por “incitação à insurreição” e outros crimes como “conspiração”. Maduro disse na semana passada que ambos deveriam “estar atrás das grades”.
A União Europeia, que assim como os Estados Unidos e vários países da América Latina questiona a vitória do presidente chavista, pediu o fim do que considera uma “campanha de intimidação judicial”.
“Corrente fascista”
O Conselho Nacional Eleitoral (CNE), acusado pela oposição de servir ao chavismo, proclamou Maduro como presidente reeleito para um terceiro mandato de seis anos com 52% dos votos contra 43% de González Urrutia. Horas após o primeiro boletim, tiveram início manifestações que deixaram pelo menos 11 civis mortos, de acordo com organizações de direitos humanos.
Maduro informou que há mais de 2.000 detidos, indicou que dois militares morreram e afirma que os protestos fazem parte de um plano para derrubá-lo. O CNE não divulgou os detalhes do resultado da eleição de 28 de julho. Seu site está fora do ar desde então e alega que seu sistema foi alvo de um ataque hacker, algo que que especialistas descartam.
Machado e González afirmam ter provas da vitória da oposição, que publicou cópias de mais de 80% das atas de votação. “Esta corrente fascista”, insistiu Padrino, “continua tentando promover a tese de uma vitória eleitoral que tentaram construir com base em pesquisas falsas e uma campanha midiática”.
Além das armas, os militares controlam empresas de mineração, petróleo e distribuição de alimentos, assim como as alfândegas e 12 dos 34 ministérios, incluindo pastas importantes como Petróleo, Energia, Defesa, Relações Interiores e Comércio. A oposição e especialistas denunciam redes de corrupção que enriqueceram muitos oficiais.
“Querem nos intimidar”
Machado denunciou nesta terça-feira uma “campanha de terror” após as prisões em massa e a cruzada de Maduro contra redes sociais e plataformas de mensagens, as quais o mandatário vincula a um suposto “golpe de Estado ciberfascista”. “Querem nos intimidar para que não nos comuniquemos, porque isolados seríamos muito mais fracos e isso não vai acontecer”, disse Machado, que anunciou na semana passada que passou à clandestinidade por temer pela própria vida.
“Não se deixem intimidar”, pediu a líder opositora. “Isso é irreversível.” Maduro convocou seus apoiadores a boicotar o WhatsApp, alegando que militares, policiais e líderes comunitários que defendem sua controversa reeleição receberam “ameaças” por meio deste aplicativo. O futuro da eleição repousa por ora na corte suprema, à qual Maduro pediu para “certificar” o resultado.
A Sala Eleitoral do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) convocou candidatos e representantes dos partidos para entregar documentos e “responder às perguntas” relacionadas ao caso. González Urrutia deve comparecer na quarta e Maduro na sexta-feira. Acadêmicos e dirigentes políticos questionam a apresentação do caso ao TSJ, considerado pela oposição como um “apêndice” do chavismo.
*Com informações da AFP Publicado por Carolina Ferreira
O pontífice também disse orar ‘para que eles temam o julgamento da consciência, da história e de Deus, e convertam seus olhos e corações, sempre colocando o bem comum em primeiro lugar’
GIUSEPPE LAMI/EFE/EPA O papa acrescentou que ‘a Europa precisa da Bélgica para levar adiante o caminho da paz e da fraternidade entre os povos que a compõem’
O papa Francisco advertiu nesta sexta-feira (27) que “estamos próximos de uma quase guerra mundial” e espera que “aqueles que governam saibam assumir sua responsabilidade, o risco e a honra da paz”, durante seu discurso a autoridades belgas no Castelo de Laeken, em seu primeiro ato oficial na Bélgica. “Rezo para que os líderes das nações, ao olharem para a Bélgica e sua história, aprendam com ela e, assim, salvem seu povo de catástrofes intermináveis e luto incontável. Rezo para que aqueles que governam saibam assumir sua responsabilidade, o risco e a honra da paz, e saibam afastar o perigo, a ignomínia e o absurdo da guerra”, afirmou.
O pontífice também disse orar “para que eles temam o julgamento da consciência, da história e de Deus, e convertam seus olhos e corações, sempre colocando o bem comum em primeiro lugar”. Diante do rei belga Philippe e da rainha Mathilde e do primeiro-ministro em exercício, Alexander De Croo, com quem se reuniu nesta sexta-feira, o papa desejou que a Bélgica seja “uma ponte, portanto, indispensável para construir a paz e repudiar a guerra”. “Essa é a dimensão da pequena Bélgica. Você entende a necessidade da Europa de se lembrar de sua história, composta de povos e culturas, de catedrais e universidades, das conquistas da engenhosidade humana, mas também de tantas guerras e de um desejo de dominar que às vezes se transformou em colonialismo e exploração”, lembrou.
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O papa acrescentou que “a Europa precisa da Bélgica para levar adiante o caminho da paz e da fraternidade entre os povos que a compõem”, especialmente “se as fronteiras e os tratados começarem a ser desrespeitados, e o direito de criar leis for deixado às armas, subvertendo a lei existente, a caixa de Pandora será aberta e todos os ventos começarão a soprar violentamente, batendo contra a casa e ameaçando destruí-la”. O líder religioso pediu “ações culturais, sociais e políticas constantes e oportunas que sejam corajosas e prudentes e que excluam um futuro no qual a ideia e a prática da guerra, com suas consequências catastróficas, sejam novamente uma opção viável”.
*Com informações da EFE Publicado por Marcelo Bamonte
Vítima foi encontrada em um muro no quintal da casa de Lourival Correa Netto Fadiga, que trabalhava para a família da vítima e confessou ter cometido o crime
Quase sete meses após o seu desaparecimento, o corpo da advogada Anic de Almeida Peixoto Herdy foi encontrado pela Polícia Civil do Rio de Janeiro na quarta-feira (25) em Petrópolis, na região serrana do Rio. O corpo de Anic foi identificado por meio de exame odontológico, feito por peritos do Instituto Médico Legal do Rio e cujo resultado foi divulgado pela Polícia Civil nesta quinta-feira (26). Ele estava concretado em um muro no quintal da casa de Lourival Correa Netto Fadiga, que trabalhava para a família da vítima e confessou ter cometido o crime.
Em entrevista à TV Record, a advogada de Fadiga, Flávia Froes, afirmou que a morte de Anic foi planejada em conjunto pelo seu cliente e pelo marido da vítima, Benjamin Cordeiro Herdy, e que o sequestro era uma forma de encobrir o homicídio. O motivo do crime seria uma questão familiar, disse a advogada. A defesa de Benjamin Herdy nega que ele tenha participado do crime e classificou a confissão de Fadiga como “um ato de desespero e crueldade”.
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Anic tinha 54 anos, era advogada, estudante de Psicologia e casada com Benjamin Cordeiro Herdy, de 78 anos, herdeiro de uma família que foi proprietária de um importante grupo educacional no Rio. O casal vivia em Petrópolis, na serra fluminense. Ela foi vista pela última vez em 29 de fevereiro saindo de um shopping de Petrópolis. Câmeras de vigilância do estabelecimento mostraram que ela parou o carro no estacionamento, trocou mensagens por celular e, minutos depois, saiu do centro comercial, atravessando uma rua. No mesmo dia, Benjamin recebeu mensagem no celular informando que Anic havia sido sequestrada. As mensagens, enviadas do próprio celular da advogada, também traziam ameaças contra ela. Os sequestradores pediram R$ 4,6 milhões como resgate e orientaram o marido a não avisar a polícia.
O caso só foi informado à polícia 14 dias depois, por uma filha, e passou a ser investigado pela 105ª DP (Petrópolis). Àquela altura, o montante pedido pelos supostos sequestradores já havia sido pago e um áudio de conversa de telefone entre Benjamin e Lourival foi gravado pela filha. Quatro suspeitos foram presos, incluindo Lourival, que seria um homem de confiança da família e o mandante do crime. Ele se apresentava como policial federal, mas, segundo as investigações, nunca integrou os quadros da corporação. Além dele, um casal de filhos e uma mulher com quem ele teria um caso também foram presos. O Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) apresentou denúncia contra os suspeitos. Os investigadores tiveram acesso aos telefones de todos os envolvidos e cruzaram dados de localização do dia do sequestro e do pagamento dos resgates.
Segundo mostrou o Fantástico, da TV Globo, foi possível comprovar que Lourival não esteve em uma favela para supostamente pagar os criminosos – mas sim em uma concessionária na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio, onde comprou uma caminhonete avaliada em R$ 500 mil e uma moto. Também adquiriu 950 aparelhos celulares, que foram levados a uma loja da família. Os filhos estiveram na concessionária com o pai, e a mulher chegou a viajar a Foz do Iguaçu, no Paraná, para resolver pendências relativas à aquisição dos celulares. Os três também teriam ajudado a ocultar os valores do resgate.
*Com informações do Estadão Conteúdo Publicado por Marcelo Bamonte