OMS (Organização Mundial de Saúde) declarou que o surto atual já pode ser classificado como uma emergência de saúde pública de importância internacional; saiba mais abaixo
ADRIANA TOFFETTI/ATO PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO Tendência de queda global no número de casos de mpox fez com que a doença saísse da situação de emergência internacional
Uma nova cepa do vírus da Mpox fez com que a doença voltasse a ser pauta e preocupação dos órgãos de saúde nas últimas semanas. A OMS (Organização Mundial de Saúde) declarou que o surto atual já pode ser classificado como uma emergência de saúde pública de importância internacional. Trata-se de uma atitude acertada e prudente, uma vez que as infecções relacionadas à nova linhagem provocam sintomas mais exuberantes e maior mortalidade. No Brasil, precisamos estar preparados para lidar com a doença.
A Mpox, que no passado ficou conhecida inadequadamente como “varíola dos macacos”, conta com duas linhagens principais, chamadas “clado 1” e “clado 2”. Em 2022 houve propagação da doença provocada pela “clado 2”, que é uma versão mais branda e de menor letalidade. Já o surto atual, identificado a partir do continente africano, tem sido causado por uma variante da linhagem “clado 1”, que possui taxa de mortalidade até dez vezes maior entre os infectados.
Além de ser muito mais forte, essa nova variante também tem indicativos de ser mais transmissível. Os primeiros casos do surto atual foram registrados na República Democrática do Congo, no fim do ano passado, e rapidamente se disseminaram para países vizinhos como Uganda, Ruanda, Quênia e Burundi, que nunca haviam notificado casos da cepa anterior. Fora do continente africano, já houve registro de contaminação pela nova cepa na Suécia. Todos esses fatores são suficientes para compreender a decisão da OMS ao tratar a doença como uma emergência de interesse internacional em saúde pública. Isso permite que os órgãos de saúde de todos os países coloquem-se a postos para evitar que a situação saia de controle, tentando conter o avanço das infecções e mortes a partir de um movimento coordenado de mobilização de recursos para testes de diagnóstico, desenvolvimento e disponibilização de vacinas, dentre outras ações.
É importante frisar que a nomenclatura “emergência internacional” em saúde pública não tem o propósito de despertar pânico nas pessoas, e sim o de mobilizar a comunidade médica, bem como os gestores de saúde, na adoção de planos de contingência eficazes para conter a proliferação da doença, além de alertar a população para os cuidados relativos à prevenção.
Na sociedade pós-Covid, principalmente, as pessoas podem se assustar a ponto de achar que qualquer surto de um novo vírus pode trazer uma nova pandemia, mas não é bem assim. De todo modo, em relação à Mpox, é fundamental estarmos atentos. A medida anunciada pela OMS vem no sentido de se antecipar a uma possível pandemia, freando sua transmissão no mundo.
A Mpox é transmitida primordialmente através de contato, ou seja, só há infecção em caso de exposição de humanos a pessoas ou objetos que contenham carga viral. Isso pode acontecer, principalmente, em contato com fluidos ou secreções de pessoas contaminadas e com sintomas característicos da doença.
Os primeiros sinais da infecção costumam ser lesões e erupções na pele, acompanhados por febre e dores no corpo. São sintomas também comuns a outras doenças, e por isso é necessário buscar imediatamente atenção médica, caso esses sintomas se manifestem. O diagnóstico pode ser feito através da coleta de amostras moleculares, análise laboratorial e sequenciamento genético.
Em um mundo globalizado, no qual muitas pessoas se deslocam para países de diversos continentes, a probabilidade de um vírus atingir várias partes do mundo é grande. Esses organismos são capazes de sofrer mutações e de evoluírem para versões mais perigosas, disseminando-se rapidamente.
Mas essa mesma globalização, aliada à tecnologia e ao avanço da ciência, permite às autoridades sanitárias monitorar as doenças transmissíveis em tempo real e desenvolver medidas para evitar situações ainda mais graves. Agora, com todo o sistema de saúde mundial em alerta, é possível que se criem soluções mais eficazes e resolutivas de prevenção, incluindo a disponibilização de mais vacinas em um futuro próximo. Será mais uma batalha contra um vírus, mas temos totais condições de enfrentá-lo.
*Por Dr. David E. Uip – CRM 25876 Especialista em Infectologia Integrante do Núcleo/Centro de Infectologia no Hospital Sírio-Libanês
O pontífice também disse orar ‘para que eles temam o julgamento da consciência, da história e de Deus, e convertam seus olhos e corações, sempre colocando o bem comum em primeiro lugar’
GIUSEPPE LAMI/EFE/EPA O papa acrescentou que ‘a Europa precisa da Bélgica para levar adiante o caminho da paz e da fraternidade entre os povos que a compõem’
O papa Francisco advertiu nesta sexta-feira (27) que “estamos próximos de uma quase guerra mundial” e espera que “aqueles que governam saibam assumir sua responsabilidade, o risco e a honra da paz”, durante seu discurso a autoridades belgas no Castelo de Laeken, em seu primeiro ato oficial na Bélgica. “Rezo para que os líderes das nações, ao olharem para a Bélgica e sua história, aprendam com ela e, assim, salvem seu povo de catástrofes intermináveis e luto incontável. Rezo para que aqueles que governam saibam assumir sua responsabilidade, o risco e a honra da paz, e saibam afastar o perigo, a ignomínia e o absurdo da guerra”, afirmou.
O pontífice também disse orar “para que eles temam o julgamento da consciência, da história e de Deus, e convertam seus olhos e corações, sempre colocando o bem comum em primeiro lugar”. Diante do rei belga Philippe e da rainha Mathilde e do primeiro-ministro em exercício, Alexander De Croo, com quem se reuniu nesta sexta-feira, o papa desejou que a Bélgica seja “uma ponte, portanto, indispensável para construir a paz e repudiar a guerra”. “Essa é a dimensão da pequena Bélgica. Você entende a necessidade da Europa de se lembrar de sua história, composta de povos e culturas, de catedrais e universidades, das conquistas da engenhosidade humana, mas também de tantas guerras e de um desejo de dominar que às vezes se transformou em colonialismo e exploração”, lembrou.
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O papa acrescentou que “a Europa precisa da Bélgica para levar adiante o caminho da paz e da fraternidade entre os povos que a compõem”, especialmente “se as fronteiras e os tratados começarem a ser desrespeitados, e o direito de criar leis for deixado às armas, subvertendo a lei existente, a caixa de Pandora será aberta e todos os ventos começarão a soprar violentamente, batendo contra a casa e ameaçando destruí-la”. O líder religioso pediu “ações culturais, sociais e políticas constantes e oportunas que sejam corajosas e prudentes e que excluam um futuro no qual a ideia e a prática da guerra, com suas consequências catastróficas, sejam novamente uma opção viável”.
*Com informações da EFE Publicado por Marcelo Bamonte
Vítima foi encontrada em um muro no quintal da casa de Lourival Correa Netto Fadiga, que trabalhava para a família da vítima e confessou ter cometido o crime
Quase sete meses após o seu desaparecimento, o corpo da advogada Anic de Almeida Peixoto Herdy foi encontrado pela Polícia Civil do Rio de Janeiro na quarta-feira (25) em Petrópolis, na região serrana do Rio. O corpo de Anic foi identificado por meio de exame odontológico, feito por peritos do Instituto Médico Legal do Rio e cujo resultado foi divulgado pela Polícia Civil nesta quinta-feira (26). Ele estava concretado em um muro no quintal da casa de Lourival Correa Netto Fadiga, que trabalhava para a família da vítima e confessou ter cometido o crime.
Em entrevista à TV Record, a advogada de Fadiga, Flávia Froes, afirmou que a morte de Anic foi planejada em conjunto pelo seu cliente e pelo marido da vítima, Benjamin Cordeiro Herdy, e que o sequestro era uma forma de encobrir o homicídio. O motivo do crime seria uma questão familiar, disse a advogada. A defesa de Benjamin Herdy nega que ele tenha participado do crime e classificou a confissão de Fadiga como “um ato de desespero e crueldade”.
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Anic tinha 54 anos, era advogada, estudante de Psicologia e casada com Benjamin Cordeiro Herdy, de 78 anos, herdeiro de uma família que foi proprietária de um importante grupo educacional no Rio. O casal vivia em Petrópolis, na serra fluminense. Ela foi vista pela última vez em 29 de fevereiro saindo de um shopping de Petrópolis. Câmeras de vigilância do estabelecimento mostraram que ela parou o carro no estacionamento, trocou mensagens por celular e, minutos depois, saiu do centro comercial, atravessando uma rua. No mesmo dia, Benjamin recebeu mensagem no celular informando que Anic havia sido sequestrada. As mensagens, enviadas do próprio celular da advogada, também traziam ameaças contra ela. Os sequestradores pediram R$ 4,6 milhões como resgate e orientaram o marido a não avisar a polícia.
O caso só foi informado à polícia 14 dias depois, por uma filha, e passou a ser investigado pela 105ª DP (Petrópolis). Àquela altura, o montante pedido pelos supostos sequestradores já havia sido pago e um áudio de conversa de telefone entre Benjamin e Lourival foi gravado pela filha. Quatro suspeitos foram presos, incluindo Lourival, que seria um homem de confiança da família e o mandante do crime. Ele se apresentava como policial federal, mas, segundo as investigações, nunca integrou os quadros da corporação. Além dele, um casal de filhos e uma mulher com quem ele teria um caso também foram presos. O Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) apresentou denúncia contra os suspeitos. Os investigadores tiveram acesso aos telefones de todos os envolvidos e cruzaram dados de localização do dia do sequestro e do pagamento dos resgates.
Segundo mostrou o Fantástico, da TV Globo, foi possível comprovar que Lourival não esteve em uma favela para supostamente pagar os criminosos – mas sim em uma concessionária na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio, onde comprou uma caminhonete avaliada em R$ 500 mil e uma moto. Também adquiriu 950 aparelhos celulares, que foram levados a uma loja da família. Os filhos estiveram na concessionária com o pai, e a mulher chegou a viajar a Foz do Iguaçu, no Paraná, para resolver pendências relativas à aquisição dos celulares. Os três também teriam ajudado a ocultar os valores do resgate.
*Com informações do Estadão Conteúdo Publicado por Marcelo Bamonte