Ele não era apenas um apresentador; era o amigo que visitava nossas casas todos os domingos, que sabia falar com todos — dos mais simples aos mais eruditos — sem perder a essência
CELSO JUNIOR/ESTADÃO CONTEÚDO O empresário e apresentador Silvio Santos morreu no último sábado (17), aos 93 anos
Peço licença aos leitores desta coluna para um desvio necessário do nosso tema habitual. Neste fim de semana, logo na manhã de sábado, uma sombra de tristeza pairou sobre o Brasil. Silvio Santos, o comunicador que conquistou os corações de milhões e o empresário visionário que revolucionou o mercado, nos deixou. Sua partida não marca apenas o fim de uma era na televisão brasileira, mas também o encerramento de um capítulo fundamental na história do nosso empreendedorismo. Ao refletir sobre o legado de um homem que transformou sonhos em realidade e soube cativar gerações com sua autenticidade e genialidade, honramos a memória de alguém que, com simplicidade e carisma, fez parte da vida de todos nós.
A televisão brasileira despertou em um silêncio profundo na manhã do último sábado (17). Não o silêncio comum de um aparelho desligado, mas aquele que ressoa no coração, carregado de saudade. Silvio Santos se foi, e com ele levou um pedaço inestimável da nossa história, da nossa infância, dos nossos domingos em família. Lembro-me, como se fosse ontem, das tardes em que o ritual era sempre o mesmo: a família reunida na sala, esperando a voz inconfundível de Silvio Santos ecoar pela casa. “Qual é a Música?” era o momento em que todos se reuniam em frente à televisão para testar o conhecimento musical, mas o que realmente desejávamos era aquela presença, aquele sorriso, aquela simplicidade que transformava uma tarde comum em algo especial.
Silvio Santos não era apenas um apresentador; ele era o amigo que visitava nossas casas todos os domingos, que sabia falar com todos — dos mais simples aos mais eruditos — sem perder a essência. Ele entendia o que o povo queria, porque ele era o povo. Foi nas ruas do Rio de Janeiro, vendendo canetas, que aprendeu a se comunicar, e essa comunicação o levou ao topo, mas nunca o distanciou das pessoas. Silvio era um de nós, e talvez por isso sua ausência doa tanto. Seu jeito de conduzir o “Show de Calouros”, a forma carinhosa com que abria a “Porta da Esperança”, e até mesmo as risadas que arrancava com o “Topa Tudo por Dinheiro”, tudo isso fazia parte de uma magia que só Silvio sabia criar. Ele tinha o dom de fazer o simples ser grandioso, de transformar o comum em inesquecível.
Mas o brilho de Silvio Santos não se restringia à televisão. O menino que começou vendendo bugigangas nas ruas, sempre com um olhar atento e uma mente empreendedora, transformou-se em um dos maiores empresários que o Brasil já conheceu. A fundação do Grupo Silvio Santos, que hoje abrange um império diversificado, desde emissoras de televisão e empresas de cosméticos até instituições do setor financeiro, é um testemunho não apenas de sua visão aguçada, mas de uma determinação incansável em construir algo que transcendesse as telas e impactasse a vida de milhões de brasileiros de maneira concreta e duradoura. Silvio Santos não se contentou em ser apenas o rosto mais querido da televisão; ele moldou um legado que continua a influenciar e inspirar gerações.
Um dos traços mais marcantes de Silvio Santos como empresário era sua preocupação genuína com as pessoas que faziam parte de suas empresas. Para ele, sucesso empresarial não era medido apenas pelos números ou pela expansão dos negócios, mas pelo bem-estar de seus funcionários e pela satisfação de seus consumidores. Silvio acreditava que uma empresa só é verdadeiramente grande quando seus colaboradores se sentem valorizados, respeitados e parte integrante da missão maior da organização.
Essa visão reflete um empreendedorismo humanizado, onde as pessoas são o centro de todas as decisões. Silvio fazia questão de estar presente, de conhecer as pessoas que trabalhavam para ele. Para seus funcionários, ele não era apenas o “patrão”, mas um líder que se preocupava com suas condições de trabalho, com seu desenvolvimento e com suas vidas pessoais. Ele sabia que o sucesso de suas empresas estava diretamente ligado ao bem-estar daqueles que, todos os dias, dedicavam seu tempo e talento para fazer seu império crescer. E essa preocupação não era superficial; era uma extensão de sua filosofia de vida, de sua crença de que o sucesso deve ser compartilhado e de que cada pessoa é fundamental para o alcance dos objetivos maiores.
Além disso, Silvio Santos sempre teve um olhar atento e cuidadoso para com seus consumidores. Ele entendia que a confiança do público era o maior patrimônio que uma empresa poderia ter. Por isso, dedicava-se a oferecer produtos e serviços de qualidade, que não apenas atendiam, mas superavam as expectativas do seu público. Essa conexão com o consumidor, construída ao longo de décadas, é o que fez do Grupo Silvio Santos uma referência de sucesso e respeito no mercado. Silvio Santos era assim: um homem que entendia de negócios, mas que, acima de tudo, entendia de gente. Ele sabia que o verdadeiro sucesso não está apenas nos números, mas no impacto que causamos na vida dos outros. E, nesse aspecto, Silvio foi imbatível.
Nesse domingo, enquanto a televisão permanecia ligada, algo parecia faltar. Não era apenas a ausência de um programa; era a ausência de uma presença que se fez constante em nossas vidas. Era o vazio deixado por aquele que, com um simples aceno e um sorriso sincero, fazia o Brasil inteiro sorrir junto. A saudade já bate forte, e talvez essa seja a maior homenagem que podemos prestar: lembrar. Lembrar das risadas, das emoções, das tardes em frente à TV, da figura que fez parte da nossa vida de uma maneira tão única. Silvio Santos nos deixou, mas seu legado é eterno. Ele estará sempre presente em cada risada, em cada memória de domingo, em cada história que contaremos aos nossos filhos e netos sobre o maior comunicador e empresário que este país já viu.
O Brasil jamais esquecerá o que você fez por todos nós, Silvio. Porque líderes vão e vêm, mas ícones, como você, são eternos. Descanse em paz, grande mestre. Seu legado nos lembra que sucesso é mais do que conquistas; é o impacto que deixamos nas vidas daqueles que cruzam o nosso caminho. E nesse quesito, Silvio Santos foi, é, e sempre será imbatível.
*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.
O pontífice também disse orar ‘para que eles temam o julgamento da consciência, da história e de Deus, e convertam seus olhos e corações, sempre colocando o bem comum em primeiro lugar’
GIUSEPPE LAMI/EFE/EPA O papa acrescentou que ‘a Europa precisa da Bélgica para levar adiante o caminho da paz e da fraternidade entre os povos que a compõem’
O papa Francisco advertiu nesta sexta-feira (27) que “estamos próximos de uma quase guerra mundial” e espera que “aqueles que governam saibam assumir sua responsabilidade, o risco e a honra da paz”, durante seu discurso a autoridades belgas no Castelo de Laeken, em seu primeiro ato oficial na Bélgica. “Rezo para que os líderes das nações, ao olharem para a Bélgica e sua história, aprendam com ela e, assim, salvem seu povo de catástrofes intermináveis e luto incontável. Rezo para que aqueles que governam saibam assumir sua responsabilidade, o risco e a honra da paz, e saibam afastar o perigo, a ignomínia e o absurdo da guerra”, afirmou.
O pontífice também disse orar “para que eles temam o julgamento da consciência, da história e de Deus, e convertam seus olhos e corações, sempre colocando o bem comum em primeiro lugar”. Diante do rei belga Philippe e da rainha Mathilde e do primeiro-ministro em exercício, Alexander De Croo, com quem se reuniu nesta sexta-feira, o papa desejou que a Bélgica seja “uma ponte, portanto, indispensável para construir a paz e repudiar a guerra”. “Essa é a dimensão da pequena Bélgica. Você entende a necessidade da Europa de se lembrar de sua história, composta de povos e culturas, de catedrais e universidades, das conquistas da engenhosidade humana, mas também de tantas guerras e de um desejo de dominar que às vezes se transformou em colonialismo e exploração”, lembrou.
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O papa acrescentou que “a Europa precisa da Bélgica para levar adiante o caminho da paz e da fraternidade entre os povos que a compõem”, especialmente “se as fronteiras e os tratados começarem a ser desrespeitados, e o direito de criar leis for deixado às armas, subvertendo a lei existente, a caixa de Pandora será aberta e todos os ventos começarão a soprar violentamente, batendo contra a casa e ameaçando destruí-la”. O líder religioso pediu “ações culturais, sociais e políticas constantes e oportunas que sejam corajosas e prudentes e que excluam um futuro no qual a ideia e a prática da guerra, com suas consequências catastróficas, sejam novamente uma opção viável”.
*Com informações da EFE Publicado por Marcelo Bamonte
Vítima foi encontrada em um muro no quintal da casa de Lourival Correa Netto Fadiga, que trabalhava para a família da vítima e confessou ter cometido o crime
Quase sete meses após o seu desaparecimento, o corpo da advogada Anic de Almeida Peixoto Herdy foi encontrado pela Polícia Civil do Rio de Janeiro na quarta-feira (25) em Petrópolis, na região serrana do Rio. O corpo de Anic foi identificado por meio de exame odontológico, feito por peritos do Instituto Médico Legal do Rio e cujo resultado foi divulgado pela Polícia Civil nesta quinta-feira (26). Ele estava concretado em um muro no quintal da casa de Lourival Correa Netto Fadiga, que trabalhava para a família da vítima e confessou ter cometido o crime.
Em entrevista à TV Record, a advogada de Fadiga, Flávia Froes, afirmou que a morte de Anic foi planejada em conjunto pelo seu cliente e pelo marido da vítima, Benjamin Cordeiro Herdy, e que o sequestro era uma forma de encobrir o homicídio. O motivo do crime seria uma questão familiar, disse a advogada. A defesa de Benjamin Herdy nega que ele tenha participado do crime e classificou a confissão de Fadiga como “um ato de desespero e crueldade”.
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Anic tinha 54 anos, era advogada, estudante de Psicologia e casada com Benjamin Cordeiro Herdy, de 78 anos, herdeiro de uma família que foi proprietária de um importante grupo educacional no Rio. O casal vivia em Petrópolis, na serra fluminense. Ela foi vista pela última vez em 29 de fevereiro saindo de um shopping de Petrópolis. Câmeras de vigilância do estabelecimento mostraram que ela parou o carro no estacionamento, trocou mensagens por celular e, minutos depois, saiu do centro comercial, atravessando uma rua. No mesmo dia, Benjamin recebeu mensagem no celular informando que Anic havia sido sequestrada. As mensagens, enviadas do próprio celular da advogada, também traziam ameaças contra ela. Os sequestradores pediram R$ 4,6 milhões como resgate e orientaram o marido a não avisar a polícia.
O caso só foi informado à polícia 14 dias depois, por uma filha, e passou a ser investigado pela 105ª DP (Petrópolis). Àquela altura, o montante pedido pelos supostos sequestradores já havia sido pago e um áudio de conversa de telefone entre Benjamin e Lourival foi gravado pela filha. Quatro suspeitos foram presos, incluindo Lourival, que seria um homem de confiança da família e o mandante do crime. Ele se apresentava como policial federal, mas, segundo as investigações, nunca integrou os quadros da corporação. Além dele, um casal de filhos e uma mulher com quem ele teria um caso também foram presos. O Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) apresentou denúncia contra os suspeitos. Os investigadores tiveram acesso aos telefones de todos os envolvidos e cruzaram dados de localização do dia do sequestro e do pagamento dos resgates.
Segundo mostrou o Fantástico, da TV Globo, foi possível comprovar que Lourival não esteve em uma favela para supostamente pagar os criminosos – mas sim em uma concessionária na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio, onde comprou uma caminhonete avaliada em R$ 500 mil e uma moto. Também adquiriu 950 aparelhos celulares, que foram levados a uma loja da família. Os filhos estiveram na concessionária com o pai, e a mulher chegou a viajar a Foz do Iguaçu, no Paraná, para resolver pendências relativas à aquisição dos celulares. Os três também teriam ajudado a ocultar os valores do resgate.
*Com informações do Estadão Conteúdo Publicado por Marcelo Bamonte