Xie Huanchi/EFE/EPA/Xinhua Pequim (China), 18/07/2024.- Xi Jinping, secretário-geral do Comitê Central do Partido Comunista da China (PCC), discursando na terceira sessão plenária do 20º Comitê Central do Partido Comunista da China (PCC) em Pequim, capital da China. A sessão plenária será realizada de 15 a 18 de julho de 2024
Agricultura e economia foram alguns dos temas tratados na tradicional Plenária do Partido Comunista Chinês, que ocorreu na última semana. Um dos pontos que mais chama a atenção são os planos de Xi Jinping de realizar uma profunda reforma do sistema agrário. Entre as medidas que os chineses apostam para o futuro está a autossuficiência alimentar. Confira um trecho da conversa que tive com Ale Delara, diretor da Pine Agronegócios, sobre os possíveis impactos no Brasil e no agro:
O que você espera nas ações de Xi Jinping na economia com repercussão para o Brasil e para o agro brasileiro? Sim, a China tem um desafio muito grande, principalmente neste ano, porque a base de comparação para o crescimento do PIB pegou uma base muito alta, que foi o crescimento de 5% do ano passado. E há alguns problemas muito importantes que o Xi Jinping tem que resolver. Entre realizar inflação, ele tem que causar inflação na economia chinesa, está sendo um desafio. A China vem com deflação já no PPI, que é a inflação ao produtor no último indicador publicado pelo setor de estatística lá da China. E esta deflação se deve a uma grande capacidade industrial que a China não consegue reduzir. A população está aumentando sua poupança e está consumindo pouco, e nós podemos ver esse reflexo no setor imobiliário chinês. Para o agronegócio, acaba sendo importante, porque a China foi o maior comprador de produtos aqui do Brasil, é uma questão de financeira da própria China. Ainda mais quando nós olhamos que, com esses desafios, já que há uma crise de confiança do consumidor, a China precisaria exportar esse excedente industrial para países compradores como Estados Unidos e Europa, mas com a provável vitória de Donald Trump. O Joe Biden mesmo, ainda na presidência, colocou taxas novas, a Europa está colocando taxas novas e as exportações chinesas para o Ocidente acabam ficando mais complicadas. Então, esse é um cenário favorável ao Brasil que pode ser ancorado nessa meta de crescimento chinês, mas de uma vertente um pouquinho diferente de um canal um pouco diferente do planejado inicialmente.
Vem aí uma intensificação da guerra comercial dos Estados Unidos em relação à China, com qual efeito colateral para o Brasil? No primeiro mandato de Donald Trump, assim que a China assinou um acordo com os Estados Unidos que ficou conhecido a implantação da primeira fase do acordo, a China reduziu as tarifas, por exemplo, da importação de soja, que nos Estados Unidos eram de 25% e igualou a tarifa brasileira de 10%. Isso deveria fomentar as exportações norte-americanas. Não aconteceu porque o Donald Trump assumiu, acabou elevando as tarifas e entrou em guerra com algumas empresas listadas na bolsa norte-americana, e a China olhou para o Brasil. E o Brasil acabou se beneficiando deste cenário, mas esse foi o primeiro mandato de Donald Trump. Agora nós vimos o Joe Biden colocando algumas tarifas, inclusive de veículos elétricos, que é um dos grandes produtos que a China tem enviado ao exterior, uma tarifa, que chegará a 100% até o fim deste ano. E, na última semana, foi noticiado que o Trump poderia elevar em até 60% as tarifas de produtos chineses. Em uma entrevista, o Trump disse que não falou isso, que é de 50%, o que particularmente acho que não resolve grande coisa numa medida de proteger a economia americana. Isso causa uma provável retaliação da China. E nós vemos isso acontecendo agora porque as exportações de soja norte-americanas para a próxima temporada 24/25 estão a um terço do que foi no ano passado. São as vendas mais baixas dos últimos 23 anos. Enquanto isso, o Brasil segue exportando grandes volumes. As exportações nossas de soja, que deveriam ser menores, já estão no mesmo ritmo do ano passado e nós não temos toda esta soja. E outro detalhe que é muito bom para nós vermos é que as exportações de algodão também cresceram muito esse ano. O Brasil se tornou o maior exportador de algodão e o nosso comprador é a China. Então, a China realmente tem olhado para o Brasil, ela tem usado os Estados Unidos como fornecedor pontual, mas eu ainda teria algumas dúvidas para emplacar esse cenário porque numa das entrevistas que o Trump deu na semana passada ele disse que é amigo de Xi Jinping. Então possivelmente ele possa se aproximar da economia chinesa, não implantar as tarifas como o mercado ventila essa possibilidade, falou contra Taiwan dizendo que Taiwan tem que pagar pela proteção norte-americana, então pode-se entender: será que não é uma carta-branca para a China poder agir contra Taiwan? Então, existem essas dúvidas baseadas nas últimas falas de Donald Trump com relação à China e também com relação à Rússia.
Qual é a mensagem principal que tem que ficar para a nossa audiência? O Xi Jinping ele está trabalhando realmente olhando o futuro da China, tanto que já há alguns anos agora ele só reforçou essa visão de que eles têm que reduzir a dependência do mercado internacional. Então, para o Brasil, nós temos que ficar de olho, não já imediatamente, mas para os próximos anos isso deverá trazer algum impacto porque há três ou quatro anos o país anuncia que vai elevar a produção de alimentos. Nós já vimos eles liberando sementes geneticamente modificadas de milho, já há um bom volume sendo produzido neste sentido. Na última semana, eles anunciaram medidas para recuperar terrenos urbanos degradados com excesso de sal com tecnologia que já está sendo testada para aumentar essa produção agrícola no país, já que eles têm uma área agricultável muito pequena, em torno de 11% do território. Então, para o Brasil, nós teremos no curtíssimo prazo um cenário muito vantajoso com possível aumento das exportações, como nós vimos com o milho no protocolo fitossanitário assinado em 2022, recorde de exportação de soja, o algodão indo muito para lá, açúcar indo muito para lá. Mas, no médio prazo, talvez já em 2025, nós possamos ver algum reflexo em alguns produtos com essa elevação da produção agrícola da China.
*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.
O pontífice também disse orar ‘para que eles temam o julgamento da consciência, da história e de Deus, e convertam seus olhos e corações, sempre colocando o bem comum em primeiro lugar’
GIUSEPPE LAMI/EFE/EPA O papa acrescentou que ‘a Europa precisa da Bélgica para levar adiante o caminho da paz e da fraternidade entre os povos que a compõem’
O papa Francisco advertiu nesta sexta-feira (27) que “estamos próximos de uma quase guerra mundial” e espera que “aqueles que governam saibam assumir sua responsabilidade, o risco e a honra da paz”, durante seu discurso a autoridades belgas no Castelo de Laeken, em seu primeiro ato oficial na Bélgica. “Rezo para que os líderes das nações, ao olharem para a Bélgica e sua história, aprendam com ela e, assim, salvem seu povo de catástrofes intermináveis e luto incontável. Rezo para que aqueles que governam saibam assumir sua responsabilidade, o risco e a honra da paz, e saibam afastar o perigo, a ignomínia e o absurdo da guerra”, afirmou.
O pontífice também disse orar “para que eles temam o julgamento da consciência, da história e de Deus, e convertam seus olhos e corações, sempre colocando o bem comum em primeiro lugar”. Diante do rei belga Philippe e da rainha Mathilde e do primeiro-ministro em exercício, Alexander De Croo, com quem se reuniu nesta sexta-feira, o papa desejou que a Bélgica seja “uma ponte, portanto, indispensável para construir a paz e repudiar a guerra”. “Essa é a dimensão da pequena Bélgica. Você entende a necessidade da Europa de se lembrar de sua história, composta de povos e culturas, de catedrais e universidades, das conquistas da engenhosidade humana, mas também de tantas guerras e de um desejo de dominar que às vezes se transformou em colonialismo e exploração”, lembrou.
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O papa acrescentou que “a Europa precisa da Bélgica para levar adiante o caminho da paz e da fraternidade entre os povos que a compõem”, especialmente “se as fronteiras e os tratados começarem a ser desrespeitados, e o direito de criar leis for deixado às armas, subvertendo a lei existente, a caixa de Pandora será aberta e todos os ventos começarão a soprar violentamente, batendo contra a casa e ameaçando destruí-la”. O líder religioso pediu “ações culturais, sociais e políticas constantes e oportunas que sejam corajosas e prudentes e que excluam um futuro no qual a ideia e a prática da guerra, com suas consequências catastróficas, sejam novamente uma opção viável”.
*Com informações da EFE Publicado por Marcelo Bamonte
Vítima foi encontrada em um muro no quintal da casa de Lourival Correa Netto Fadiga, que trabalhava para a família da vítima e confessou ter cometido o crime
Quase sete meses após o seu desaparecimento, o corpo da advogada Anic de Almeida Peixoto Herdy foi encontrado pela Polícia Civil do Rio de Janeiro na quarta-feira (25) em Petrópolis, na região serrana do Rio. O corpo de Anic foi identificado por meio de exame odontológico, feito por peritos do Instituto Médico Legal do Rio e cujo resultado foi divulgado pela Polícia Civil nesta quinta-feira (26). Ele estava concretado em um muro no quintal da casa de Lourival Correa Netto Fadiga, que trabalhava para a família da vítima e confessou ter cometido o crime.
Em entrevista à TV Record, a advogada de Fadiga, Flávia Froes, afirmou que a morte de Anic foi planejada em conjunto pelo seu cliente e pelo marido da vítima, Benjamin Cordeiro Herdy, e que o sequestro era uma forma de encobrir o homicídio. O motivo do crime seria uma questão familiar, disse a advogada. A defesa de Benjamin Herdy nega que ele tenha participado do crime e classificou a confissão de Fadiga como “um ato de desespero e crueldade”.
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Anic tinha 54 anos, era advogada, estudante de Psicologia e casada com Benjamin Cordeiro Herdy, de 78 anos, herdeiro de uma família que foi proprietária de um importante grupo educacional no Rio. O casal vivia em Petrópolis, na serra fluminense. Ela foi vista pela última vez em 29 de fevereiro saindo de um shopping de Petrópolis. Câmeras de vigilância do estabelecimento mostraram que ela parou o carro no estacionamento, trocou mensagens por celular e, minutos depois, saiu do centro comercial, atravessando uma rua. No mesmo dia, Benjamin recebeu mensagem no celular informando que Anic havia sido sequestrada. As mensagens, enviadas do próprio celular da advogada, também traziam ameaças contra ela. Os sequestradores pediram R$ 4,6 milhões como resgate e orientaram o marido a não avisar a polícia.
O caso só foi informado à polícia 14 dias depois, por uma filha, e passou a ser investigado pela 105ª DP (Petrópolis). Àquela altura, o montante pedido pelos supostos sequestradores já havia sido pago e um áudio de conversa de telefone entre Benjamin e Lourival foi gravado pela filha. Quatro suspeitos foram presos, incluindo Lourival, que seria um homem de confiança da família e o mandante do crime. Ele se apresentava como policial federal, mas, segundo as investigações, nunca integrou os quadros da corporação. Além dele, um casal de filhos e uma mulher com quem ele teria um caso também foram presos. O Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) apresentou denúncia contra os suspeitos. Os investigadores tiveram acesso aos telefones de todos os envolvidos e cruzaram dados de localização do dia do sequestro e do pagamento dos resgates.
Segundo mostrou o Fantástico, da TV Globo, foi possível comprovar que Lourival não esteve em uma favela para supostamente pagar os criminosos – mas sim em uma concessionária na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio, onde comprou uma caminhonete avaliada em R$ 500 mil e uma moto. Também adquiriu 950 aparelhos celulares, que foram levados a uma loja da família. Os filhos estiveram na concessionária com o pai, e a mulher chegou a viajar a Foz do Iguaçu, no Paraná, para resolver pendências relativas à aquisição dos celulares. Os três também teriam ajudado a ocultar os valores do resgate.
*Com informações do Estadão Conteúdo Publicado por Marcelo Bamonte