Cada vez mais as redes sociais têm feito parte da rotina dos brasileiros. Dados do relatório Digital Brazil, feitos pela We Are Social e Meltwater, mostram que estamos ligados ao mundo virtual em média durante nove horas e treze minutos por dia, sendo que mais de 66% dos entrevistados admitem manter perfis nas redes sociais. O mesmo estudo mostra que 78,7% das pessoas usam a internet para buscar informações e 70,5% para entrarem em contato com outras pessoas. Nesse mundo cada vez mais cibernético, você sabe o que pode ou não ser compartilhado sem penalidades? Vale lembrar que, diariamente, são produzidos milhões de conteúdos e, mesmo que o usuário esteja por trás de uma tela, existem leis que devem ser seguidas, como em qualquer outro lugar.
A advogada e consultora jurídica Suéllen Paulino explica que não podemos compartilhar um vídeo em uma rede social sem darmos os devidos créditos. “O direito de imagem protege a imagem e a identidade de uma pessoa ou empresa contra o uso não autorizado. Isso inclui a reprodução de vídeos, fotos ou qualquer outro conteúdo que contenha elementos identificáveis de terceiros.” Para utilizar os conteúdos de forma correta, ela dá algumas dicas:
Obtenha permissão: entre em contato com o proprietário do conteúdo e solicite permissão para reproduzi-lo. Isso pode envolver a obtenção de uma licença ou permissão formal;
Dê os devidos créditos: se o proprietário do conteúdo concordar em permitir que você o reproduza, é fundamental dar os créditos apropriados. Isso inclui mencionar o nome do criador do conteúdo e, se aplicável, a fonte original de onde foi retirado (como o nome da rede social e o perfil);
Verifique de onde vem o conteúdo: mesmo que você o encontre disponível online, isso não significa que tenha automaticamente o direito de usá-lo. Verifique se o conteúdo está protegido por direitos autorais e, se for o caso, procure a permissão do titular dos direitos autorais. As leis variam de acordo com o país e podem ter interpretações diferentes sobre o uso de imagens e vídeos;
Consulte um especialista: é recomendável consultar um advogado especializado em direito digital ou direito autoral para obter orientação específica, especialmente se houver dúvidas sobre a legalidade de usar determinado conteúdo.
“Você pode ser processado por utilizar conteúdo protegido por direitos autorais ou direitos de imagem sem permissão adequada. A legislação de direitos autorais e direitos de imagem varia de acordo com o país, mas, em geral, usar vídeos, fotos ou outros conteúdos sem autorização pode resultar em responsabilidade civil por violação de direitos autorais ou violação de direitos de imagem”, ressalta a advogada.
Liberdade de expressão com respeito aos demais
A especialista em redes sociais Camila Silveira esclarece que a liberdade de expressão a partir de outras publicações passa a ser uma liberdade pautada em qual forma esta postagem é realizada. “Por exemplo, quando publicamos na plataforma Instagram, existe a opção de desmarcar a autorização automática que aquele post pode ser replicado como vídeo por outras contas”. Para ela, todas as redes sociais partem do princípio de conservar os princípios jurídicos em suas diretrizes, que devem ser lidas e conhecidas antes das repostagens, e podem ser encontrada no final de todas as páginas das plataformas. “Alguns dados que na maioria das vezes não são lidos irão proteger a plataforma de intervenções entre a comunidade, digamos que, desde que estejam devidamente protegidos, a responsabilidade passa a ser atribuída ao ‘bom senso’ dos usuários”, pontua.
Suéllen explica que ao reproduzir ou usar substancialmente o conteúdo de uma matéria de um site, especialmente para fins comerciais ou públicos, é recomendável obter permissão prévia do proprietário dos direitos autorais do conteúdo. Isso pode envolver a obtenção de uma licença formal ou acordo de uso. “Enquanto você pode não ter uma obrigação legal estrita de creditar o site original em todos os casos, é uma prática ética e recomendada”.
Posso usar para ensinar?
Existem situações em que a utilização de conteúdo é liberada, mas as regras também se aplicam. “Se o seu objetivo é utilizar o vídeo como um alerta educacional ou de segurança pública, isso pode ser considerado um uso que promove o interesse público. No entanto, é importante ponderar se o uso do vídeo é necessário para atingir seus objetivos e se você está usando apenas a quantidade mínima necessária para transmitir a mensagem”, pondera Paulino.
Sendo assim, se o profissional não puder obter permissão para usar o vídeo ou se sentir desconfortável com o potencial de infringir direitos autorais, é melhor considerar outras maneiras. “Isso pode incluir criar seu próprio conteúdo original ou buscar vídeos similares que estejam disponíveis para uso livre. Mesmo que seja um conteúdo viralizado sem informações sobre o criador, é essencial equilibrar o interesse público com o respeito aos direitos autorais. Se você optar por usar o vídeo, certifique-se de entender as implicações legais e éticas envolvidas e tome medidas adequadas para mitigar quaisquer riscos de violação de direitos autorais”.
E quando tem criança?
Quando um vídeo envolve crianças, especialmente se elas têm perfis e os vídeos foram viralizados, a questão dos direitos autorais e a proteção das crianças se tornam ainda mais delicadas e importantes. “A publicação de vídeos de crianças nas redes sociais ou em plataformas online pode levantar questões de privacidade e segurança. É essencial obter consentimento dos pais ou responsáveis legais antes de usar ou compartilhar qualquer conteúdo que envolva crianças, especialmente se o vídeo mostrar situações pessoais ou íntimas”, aponta Suéllen.
Além das considerações legais, há uma responsabilidade social em proteger a privacidade e os direitos das crianças. Isso inclui evitar qualquer forma de exploração ou uso inadequado de imagens de menores. “Mesmo que você decida usar um vídeo viralizado que envolva crianças, é importante tentar identificar a fonte original e, sempre que possível, dar créditos apropriados. Isso ajuda a reconhecer o trabalho dos criadores e oferece transparência aos espectadores.” E finaliza: “Em suma, ao lidar com vídeos que apresentam crianças, é crucial considerar não apenas os aspectos legais relacionados aos direitos autorais, mas também a proteção da privacidade e os interesses das crianças envolvidas”.
O pontífice também disse orar ‘para que eles temam o julgamento da consciência, da história e de Deus, e convertam seus olhos e corações, sempre colocando o bem comum em primeiro lugar’
GIUSEPPE LAMI/EFE/EPA O papa acrescentou que ‘a Europa precisa da Bélgica para levar adiante o caminho da paz e da fraternidade entre os povos que a compõem’
O papa Francisco advertiu nesta sexta-feira (27) que “estamos próximos de uma quase guerra mundial” e espera que “aqueles que governam saibam assumir sua responsabilidade, o risco e a honra da paz”, durante seu discurso a autoridades belgas no Castelo de Laeken, em seu primeiro ato oficial na Bélgica. “Rezo para que os líderes das nações, ao olharem para a Bélgica e sua história, aprendam com ela e, assim, salvem seu povo de catástrofes intermináveis e luto incontável. Rezo para que aqueles que governam saibam assumir sua responsabilidade, o risco e a honra da paz, e saibam afastar o perigo, a ignomínia e o absurdo da guerra”, afirmou.
O pontífice também disse orar “para que eles temam o julgamento da consciência, da história e de Deus, e convertam seus olhos e corações, sempre colocando o bem comum em primeiro lugar”. Diante do rei belga Philippe e da rainha Mathilde e do primeiro-ministro em exercício, Alexander De Croo, com quem se reuniu nesta sexta-feira, o papa desejou que a Bélgica seja “uma ponte, portanto, indispensável para construir a paz e repudiar a guerra”. “Essa é a dimensão da pequena Bélgica. Você entende a necessidade da Europa de se lembrar de sua história, composta de povos e culturas, de catedrais e universidades, das conquistas da engenhosidade humana, mas também de tantas guerras e de um desejo de dominar que às vezes se transformou em colonialismo e exploração”, lembrou.
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O papa acrescentou que “a Europa precisa da Bélgica para levar adiante o caminho da paz e da fraternidade entre os povos que a compõem”, especialmente “se as fronteiras e os tratados começarem a ser desrespeitados, e o direito de criar leis for deixado às armas, subvertendo a lei existente, a caixa de Pandora será aberta e todos os ventos começarão a soprar violentamente, batendo contra a casa e ameaçando destruí-la”. O líder religioso pediu “ações culturais, sociais e políticas constantes e oportunas que sejam corajosas e prudentes e que excluam um futuro no qual a ideia e a prática da guerra, com suas consequências catastróficas, sejam novamente uma opção viável”.
*Com informações da EFE Publicado por Marcelo Bamonte
Vítima foi encontrada em um muro no quintal da casa de Lourival Correa Netto Fadiga, que trabalhava para a família da vítima e confessou ter cometido o crime
Quase sete meses após o seu desaparecimento, o corpo da advogada Anic de Almeida Peixoto Herdy foi encontrado pela Polícia Civil do Rio de Janeiro na quarta-feira (25) em Petrópolis, na região serrana do Rio. O corpo de Anic foi identificado por meio de exame odontológico, feito por peritos do Instituto Médico Legal do Rio e cujo resultado foi divulgado pela Polícia Civil nesta quinta-feira (26). Ele estava concretado em um muro no quintal da casa de Lourival Correa Netto Fadiga, que trabalhava para a família da vítima e confessou ter cometido o crime.
Em entrevista à TV Record, a advogada de Fadiga, Flávia Froes, afirmou que a morte de Anic foi planejada em conjunto pelo seu cliente e pelo marido da vítima, Benjamin Cordeiro Herdy, e que o sequestro era uma forma de encobrir o homicídio. O motivo do crime seria uma questão familiar, disse a advogada. A defesa de Benjamin Herdy nega que ele tenha participado do crime e classificou a confissão de Fadiga como “um ato de desespero e crueldade”.
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Anic tinha 54 anos, era advogada, estudante de Psicologia e casada com Benjamin Cordeiro Herdy, de 78 anos, herdeiro de uma família que foi proprietária de um importante grupo educacional no Rio. O casal vivia em Petrópolis, na serra fluminense. Ela foi vista pela última vez em 29 de fevereiro saindo de um shopping de Petrópolis. Câmeras de vigilância do estabelecimento mostraram que ela parou o carro no estacionamento, trocou mensagens por celular e, minutos depois, saiu do centro comercial, atravessando uma rua. No mesmo dia, Benjamin recebeu mensagem no celular informando que Anic havia sido sequestrada. As mensagens, enviadas do próprio celular da advogada, também traziam ameaças contra ela. Os sequestradores pediram R$ 4,6 milhões como resgate e orientaram o marido a não avisar a polícia.
O caso só foi informado à polícia 14 dias depois, por uma filha, e passou a ser investigado pela 105ª DP (Petrópolis). Àquela altura, o montante pedido pelos supostos sequestradores já havia sido pago e um áudio de conversa de telefone entre Benjamin e Lourival foi gravado pela filha. Quatro suspeitos foram presos, incluindo Lourival, que seria um homem de confiança da família e o mandante do crime. Ele se apresentava como policial federal, mas, segundo as investigações, nunca integrou os quadros da corporação. Além dele, um casal de filhos e uma mulher com quem ele teria um caso também foram presos. O Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) apresentou denúncia contra os suspeitos. Os investigadores tiveram acesso aos telefones de todos os envolvidos e cruzaram dados de localização do dia do sequestro e do pagamento dos resgates.
Segundo mostrou o Fantástico, da TV Globo, foi possível comprovar que Lourival não esteve em uma favela para supostamente pagar os criminosos – mas sim em uma concessionária na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio, onde comprou uma caminhonete avaliada em R$ 500 mil e uma moto. Também adquiriu 950 aparelhos celulares, que foram levados a uma loja da família. Os filhos estiveram na concessionária com o pai, e a mulher chegou a viajar a Foz do Iguaçu, no Paraná, para resolver pendências relativas à aquisição dos celulares. Os três também teriam ajudado a ocultar os valores do resgate.
*Com informações do Estadão Conteúdo Publicado por Marcelo Bamonte