‘De um a dois quilômetros em diferentes zonas desde o início do dia. Mais de 100 militares russos adicionais foram capturados no mesmo período’, indicou no Telegram o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky
Roman Pilipey/AFP Militares ucranianos operam um veículo militar blindado na região de Sumy, perto da fronteira com a Rússia
O Exército ucraniano avança na região russa de Kursk e pretende criar uma “zona tampão” e corredores humanitários, afirmou Kiev nesta quarta-feira (14), quando sua grande operação em território russo completa oito dias. Confrontada há dois anos e meio pela invasão de Moscou, Kiev surpreendeu seu inimigo em 6 de agosto com a maior incursão de um Exército estrangeiro no país desde o final da Segunda Guerra Mundial. “Estamos avançando na região de Kursk. De um a dois quilômetros em diferentes zonas desde o início do dia. Mais de 100 militares russos adicionais foram capturados no mesmo período”, indicou no Telegram o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky.
À noite, o presidente reiterou que suas tropas prosseguiam “bem” em seu avanço. “Estamos alcançando nosso objetivo estratégico”, ressaltou. A ex-república soviética, independente desde 1991, quer criar uma “zona tampão” nessa região, para “proteger nossas comunidades fronteiriças dos bombardeios hostis diários”, anunciou o ministro ucraniano do Interior, Igor Klymenko. A vice-primeira-ministra ucraniana, Iryna Vereshchuk, anunciou que as tropas de seu país planejam “abrir corredores humanitários para a retirada de civis: tanto na direção da Rússia como da Ucrânia”, e autorizar o acesso de organizações humanitárias internacionais.
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A incursão obrigou à retirada de mais de 120 mil pessoas, causou a morte de 12 civis e mais de cem feridos, segundo autoridades russas. O Exército russo indicou que suas forças terrestres, apoiadas pela aviação, drones e artilharia, “repeliram as tentativas dos grupos móveis inimigos a bordo de blindados de penetrar profundamente em território russo”.
Estado de emergência em Belgorod
Zelensky mencionou na terça-feira (13) combates “difíceis e intensos” na região de Kursk e afirmou que 74 localidades estavam sob controle de Kiev. Também disse que “centenas” de russos foram feitos prisioneiros. O governador da vizinha Belgorod, Viacheslav Gladkov, decretou estado de emergência nesta quarta-feira pelos intensos bombardeios ucranianos. O comandante ucraniano, Oleksander Sirski, reivindicou a tomada de 1.000 km2 de território russo.
Autoridades russas afirmaram na segunda-feira que perderam o controle de 28 localidades e que a incursão estende-se por 40 quilômetros de largura e 12 de profundidade no território russo. Segundo cálculos realizados na terça-feira a partir dados do Instituto para o Estudo da Guerra (ISW), com base em fontes russas, as tropas ucranianas avançaram 800 km2 na região de Kursk. A título de comparação, a Rússia ocupou 1.360 km2 de território ucraniano desde 1º de janeiro de 2024, segundo a mesma fonte.
“Dilema” para Rússia
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores ucraniano, Georgy Tiji, garantiu na terça-feira que Kiev não deseja anexar nenhum território tomado em Kursk e que cessará se Moscou aceitar uma “paz justa”. Desde fevereiro de 2022, a ex-república soviética enfrenta uma ofensiva de Moscou, que ocupa até 20% de seu território, incluindo a península da Crimeia, anexada em 2014. As negociações estão estagnadas pela dificuldade de conciliar as exigências.
Zelensky afirma que tenta desenvolver um plano antes das eleições presidenciais de novembro nos Estados Unidos, seu principal aliado, para servir de base em uma cúpula de paz que inclua o Kremlin. Seu homólogo russo, Vladimir Putin, estabeleceu como condição para as negociações que Kiev desista dos territórios ocupados por Moscou e renuncie à adesão à Otan, requisitos inaceitáveis para a Ucrânia e seus aliados ocidentais. Na terça-feira, o presidente americano, Joe Biden, disse que a ofensiva ucraniana “cria um verdadeiro dilema para Putin”.
Russos, entre a ansiedade e o desdém
Para a Ucrânia, a incursão levanta a moral de suas tropas, após meses na defensiva e cedendo terreno ao inimigo com mais armas e soldados. Em Moscou, o sentimento é de angústia. “Estamos muito preocupados”, disse Olga Raznoglazova, que vive a 30 km da usina nuclear de Kursk. “Pelo que sabemos, a ofensiva foi controlada e nossos soldados estão tomando as medidas necessárias e nos defendendo”, afirmou.
Roman, de 41 anos, que trabalha na Marinha, minimizou o ataque. Segundo ele, trata-se de um “pequeno grupo de sabotadores” armados pelas potências ocidentais e a Otan. O Exército russo “os matarão e ponto”, declarou.
*Com informações da AFP Publicado por Carolina Ferreira
O pontífice também disse orar ‘para que eles temam o julgamento da consciência, da história e de Deus, e convertam seus olhos e corações, sempre colocando o bem comum em primeiro lugar’
GIUSEPPE LAMI/EFE/EPA O papa acrescentou que ‘a Europa precisa da Bélgica para levar adiante o caminho da paz e da fraternidade entre os povos que a compõem’
O papa Francisco advertiu nesta sexta-feira (27) que “estamos próximos de uma quase guerra mundial” e espera que “aqueles que governam saibam assumir sua responsabilidade, o risco e a honra da paz”, durante seu discurso a autoridades belgas no Castelo de Laeken, em seu primeiro ato oficial na Bélgica. “Rezo para que os líderes das nações, ao olharem para a Bélgica e sua história, aprendam com ela e, assim, salvem seu povo de catástrofes intermináveis e luto incontável. Rezo para que aqueles que governam saibam assumir sua responsabilidade, o risco e a honra da paz, e saibam afastar o perigo, a ignomínia e o absurdo da guerra”, afirmou.
O pontífice também disse orar “para que eles temam o julgamento da consciência, da história e de Deus, e convertam seus olhos e corações, sempre colocando o bem comum em primeiro lugar”. Diante do rei belga Philippe e da rainha Mathilde e do primeiro-ministro em exercício, Alexander De Croo, com quem se reuniu nesta sexta-feira, o papa desejou que a Bélgica seja “uma ponte, portanto, indispensável para construir a paz e repudiar a guerra”. “Essa é a dimensão da pequena Bélgica. Você entende a necessidade da Europa de se lembrar de sua história, composta de povos e culturas, de catedrais e universidades, das conquistas da engenhosidade humana, mas também de tantas guerras e de um desejo de dominar que às vezes se transformou em colonialismo e exploração”, lembrou.
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O papa acrescentou que “a Europa precisa da Bélgica para levar adiante o caminho da paz e da fraternidade entre os povos que a compõem”, especialmente “se as fronteiras e os tratados começarem a ser desrespeitados, e o direito de criar leis for deixado às armas, subvertendo a lei existente, a caixa de Pandora será aberta e todos os ventos começarão a soprar violentamente, batendo contra a casa e ameaçando destruí-la”. O líder religioso pediu “ações culturais, sociais e políticas constantes e oportunas que sejam corajosas e prudentes e que excluam um futuro no qual a ideia e a prática da guerra, com suas consequências catastróficas, sejam novamente uma opção viável”.
*Com informações da EFE Publicado por Marcelo Bamonte
Vítima foi encontrada em um muro no quintal da casa de Lourival Correa Netto Fadiga, que trabalhava para a família da vítima e confessou ter cometido o crime
Quase sete meses após o seu desaparecimento, o corpo da advogada Anic de Almeida Peixoto Herdy foi encontrado pela Polícia Civil do Rio de Janeiro na quarta-feira (25) em Petrópolis, na região serrana do Rio. O corpo de Anic foi identificado por meio de exame odontológico, feito por peritos do Instituto Médico Legal do Rio e cujo resultado foi divulgado pela Polícia Civil nesta quinta-feira (26). Ele estava concretado em um muro no quintal da casa de Lourival Correa Netto Fadiga, que trabalhava para a família da vítima e confessou ter cometido o crime.
Em entrevista à TV Record, a advogada de Fadiga, Flávia Froes, afirmou que a morte de Anic foi planejada em conjunto pelo seu cliente e pelo marido da vítima, Benjamin Cordeiro Herdy, e que o sequestro era uma forma de encobrir o homicídio. O motivo do crime seria uma questão familiar, disse a advogada. A defesa de Benjamin Herdy nega que ele tenha participado do crime e classificou a confissão de Fadiga como “um ato de desespero e crueldade”.
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Anic tinha 54 anos, era advogada, estudante de Psicologia e casada com Benjamin Cordeiro Herdy, de 78 anos, herdeiro de uma família que foi proprietária de um importante grupo educacional no Rio. O casal vivia em Petrópolis, na serra fluminense. Ela foi vista pela última vez em 29 de fevereiro saindo de um shopping de Petrópolis. Câmeras de vigilância do estabelecimento mostraram que ela parou o carro no estacionamento, trocou mensagens por celular e, minutos depois, saiu do centro comercial, atravessando uma rua. No mesmo dia, Benjamin recebeu mensagem no celular informando que Anic havia sido sequestrada. As mensagens, enviadas do próprio celular da advogada, também traziam ameaças contra ela. Os sequestradores pediram R$ 4,6 milhões como resgate e orientaram o marido a não avisar a polícia.
O caso só foi informado à polícia 14 dias depois, por uma filha, e passou a ser investigado pela 105ª DP (Petrópolis). Àquela altura, o montante pedido pelos supostos sequestradores já havia sido pago e um áudio de conversa de telefone entre Benjamin e Lourival foi gravado pela filha. Quatro suspeitos foram presos, incluindo Lourival, que seria um homem de confiança da família e o mandante do crime. Ele se apresentava como policial federal, mas, segundo as investigações, nunca integrou os quadros da corporação. Além dele, um casal de filhos e uma mulher com quem ele teria um caso também foram presos. O Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) apresentou denúncia contra os suspeitos. Os investigadores tiveram acesso aos telefones de todos os envolvidos e cruzaram dados de localização do dia do sequestro e do pagamento dos resgates.
Segundo mostrou o Fantástico, da TV Globo, foi possível comprovar que Lourival não esteve em uma favela para supostamente pagar os criminosos – mas sim em uma concessionária na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio, onde comprou uma caminhonete avaliada em R$ 500 mil e uma moto. Também adquiriu 950 aparelhos celulares, que foram levados a uma loja da família. Os filhos estiveram na concessionária com o pai, e a mulher chegou a viajar a Foz do Iguaçu, no Paraná, para resolver pendências relativas à aquisição dos celulares. Os três também teriam ajudado a ocultar os valores do resgate.
*Com informações do Estadão Conteúdo Publicado por Marcelo Bamonte