No maior ataque de um exército contra o solo russo desde a Segunda Guerra Mundial, o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, disse que suas forças haviam tomado Sudzha, cidade com 5.500 habitantes
EFE/EPA/ Este ataque em grande escala quebrou uma sequência de vários meses de reveses das tropas da Ucrânia, que enfrenta uma invasão russa há dois anos e meio
A Ucrânia afirmou nesta quinta-feira (15) que suas tropas obtiveram novos avanços na Rússia e já controlam mais de 1.000 km² do território russo, enquanto Moscou declarou que havia recuperado um vilarejo tomado pelas forças de Kiev e que enviaria reforços para a área. No maior ataque de um exército contra o solo russo desde a Segunda Guerra Mundial, o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, disse que suas forças haviam tomado Sudzha, cidade com 5.500 habitantes e maior localidade desde o início da surpreendente incursão, a 8 km da fronteira.”Desde o início das operações na região de Kursk, nossas tropas avançaram 35 quilômetros para o interior” e tomaram “82 localidades” em uma área de 1.150 km², acrescentou ele, em uma reunião com o chefe do Exército ucraniano, Oleksandr Sirski.
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Este ataque em grande escala quebrou uma sequência de vários meses de reveses das tropas da Ucrânia, que enfrenta uma invasão russa há dois anos e meio.
O general Sirski indicou que suas tropas estabeleceram uma administração militar na região de Kursk, “para manter a lei e a ordem e atender às necessidades prioritárias da população nos territórios controlados”.
Mais de 120.000 russos deslocados
Dezenas de pessoas prestaram homenagem nesta quinta-feira (15) em uma igreja ortodoxa de Sumy, do lado ucraniano da fronteira, a seis de seus militares mortos na ofensiva. Os familiares das vítimas foram consolados por amigos e parentes, enquanto o sacerdote entoava uma missa fúnebre em uma cerimônia com muitas coroas de flores e queima de incenso. “É tão difícil se despedir, porque queremos que vivam para sempre, que vivam entre nós como filhos honrados de sua pátria”, disse o sacerdote.
Ao final dos sepultamentos, que foram acompanhados por um coro, as sirenes antiaéreas lembraram que a guerra continuava. Em Kursk, jornalistas viram cerca de 500 evacuados das áreas de fronteira formando uma fila frente a uma distribuição de comida e roupas organizada pela Cruz Vermelha Russa. Moscou afirma que mais de 120.000 pessoas foram deslocadas pelo ataque e pelos combates. Os confrontos mataram pelo menos 12 civis e 121 ficaram feridos, de acordo com as autoridades russas, que não atualizam o balanço desde segunda-feira. Moscou enviou reforços para a área e para a região de Belgorod e anunciou a reconquista de um vilarejo em Kursk.
As forças russas “retomaram o vilarejo de Krupets” e “continuam freando” os ataques ucranianos na região de Kursk, informou o Exército em um comunicado.
O Exército russo também preparou “ações concretas” para defender a região de Belgorod, declarou o ministro russo da Defesa, Andrei Belusov, em uma reunião com oficiais, incluindo o governador dessa região, Vyacheslav Gladkov. Tanto a região de Kursk quanto a de Belgorod haviam sofrido pequenas incursões desde que o presidente russo, Vladimir Putin, lançou a invasão da Ucrânia em fevereiro de 2022. A Ucrânia, no entanto, nunca havia realizado um ataque de tamanha magnitude.
Ataques intensos
Kiev argumenta que a ofensiva é necessária para sua “autodefesa” e especialistas sugerem que pode se tratar de uma tentativa de aliviar a pressão no front leste. Apesar disso, as tropas ucranianas ainda enfrentam dificuldades na região do Donbass, que Moscou busca conquistar. Pelo menos cinco pessoas morreram em bombardeios russos no leste e no sul da Ucrânia, anunciaram as autoridades locais nesta quinta-feira (15). Duas morreram na região de Kharkiv, no nordeste, outra na de Donetsk, no leste, e mais duas em Kherson, no sul.
“A maioria dos ataques russos ocorre no leste do Donbass”, afirmou Zelensky. As tropas russas informaram nesta quinta-feira sobre a captura de Ivanivka, uma localidade ucraniana situada na linha de frente e a apenas 15 km da cidade de Pokrovsk, crucial para o suprimento das forças ucranianas. O Exército russo avança há meses em direção a Pokrovsk.
O pontífice também disse orar ‘para que eles temam o julgamento da consciência, da história e de Deus, e convertam seus olhos e corações, sempre colocando o bem comum em primeiro lugar’
GIUSEPPE LAMI/EFE/EPA O papa acrescentou que ‘a Europa precisa da Bélgica para levar adiante o caminho da paz e da fraternidade entre os povos que a compõem’
O papa Francisco advertiu nesta sexta-feira (27) que “estamos próximos de uma quase guerra mundial” e espera que “aqueles que governam saibam assumir sua responsabilidade, o risco e a honra da paz”, durante seu discurso a autoridades belgas no Castelo de Laeken, em seu primeiro ato oficial na Bélgica. “Rezo para que os líderes das nações, ao olharem para a Bélgica e sua história, aprendam com ela e, assim, salvem seu povo de catástrofes intermináveis e luto incontável. Rezo para que aqueles que governam saibam assumir sua responsabilidade, o risco e a honra da paz, e saibam afastar o perigo, a ignomínia e o absurdo da guerra”, afirmou.
O pontífice também disse orar “para que eles temam o julgamento da consciência, da história e de Deus, e convertam seus olhos e corações, sempre colocando o bem comum em primeiro lugar”. Diante do rei belga Philippe e da rainha Mathilde e do primeiro-ministro em exercício, Alexander De Croo, com quem se reuniu nesta sexta-feira, o papa desejou que a Bélgica seja “uma ponte, portanto, indispensável para construir a paz e repudiar a guerra”. “Essa é a dimensão da pequena Bélgica. Você entende a necessidade da Europa de se lembrar de sua história, composta de povos e culturas, de catedrais e universidades, das conquistas da engenhosidade humana, mas também de tantas guerras e de um desejo de dominar que às vezes se transformou em colonialismo e exploração”, lembrou.
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O papa acrescentou que “a Europa precisa da Bélgica para levar adiante o caminho da paz e da fraternidade entre os povos que a compõem”, especialmente “se as fronteiras e os tratados começarem a ser desrespeitados, e o direito de criar leis for deixado às armas, subvertendo a lei existente, a caixa de Pandora será aberta e todos os ventos começarão a soprar violentamente, batendo contra a casa e ameaçando destruí-la”. O líder religioso pediu “ações culturais, sociais e políticas constantes e oportunas que sejam corajosas e prudentes e que excluam um futuro no qual a ideia e a prática da guerra, com suas consequências catastróficas, sejam novamente uma opção viável”.
*Com informações da EFE Publicado por Marcelo Bamonte
Vítima foi encontrada em um muro no quintal da casa de Lourival Correa Netto Fadiga, que trabalhava para a família da vítima e confessou ter cometido o crime
Quase sete meses após o seu desaparecimento, o corpo da advogada Anic de Almeida Peixoto Herdy foi encontrado pela Polícia Civil do Rio de Janeiro na quarta-feira (25) em Petrópolis, na região serrana do Rio. O corpo de Anic foi identificado por meio de exame odontológico, feito por peritos do Instituto Médico Legal do Rio e cujo resultado foi divulgado pela Polícia Civil nesta quinta-feira (26). Ele estava concretado em um muro no quintal da casa de Lourival Correa Netto Fadiga, que trabalhava para a família da vítima e confessou ter cometido o crime.
Em entrevista à TV Record, a advogada de Fadiga, Flávia Froes, afirmou que a morte de Anic foi planejada em conjunto pelo seu cliente e pelo marido da vítima, Benjamin Cordeiro Herdy, e que o sequestro era uma forma de encobrir o homicídio. O motivo do crime seria uma questão familiar, disse a advogada. A defesa de Benjamin Herdy nega que ele tenha participado do crime e classificou a confissão de Fadiga como “um ato de desespero e crueldade”.
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Anic tinha 54 anos, era advogada, estudante de Psicologia e casada com Benjamin Cordeiro Herdy, de 78 anos, herdeiro de uma família que foi proprietária de um importante grupo educacional no Rio. O casal vivia em Petrópolis, na serra fluminense. Ela foi vista pela última vez em 29 de fevereiro saindo de um shopping de Petrópolis. Câmeras de vigilância do estabelecimento mostraram que ela parou o carro no estacionamento, trocou mensagens por celular e, minutos depois, saiu do centro comercial, atravessando uma rua. No mesmo dia, Benjamin recebeu mensagem no celular informando que Anic havia sido sequestrada. As mensagens, enviadas do próprio celular da advogada, também traziam ameaças contra ela. Os sequestradores pediram R$ 4,6 milhões como resgate e orientaram o marido a não avisar a polícia.
O caso só foi informado à polícia 14 dias depois, por uma filha, e passou a ser investigado pela 105ª DP (Petrópolis). Àquela altura, o montante pedido pelos supostos sequestradores já havia sido pago e um áudio de conversa de telefone entre Benjamin e Lourival foi gravado pela filha. Quatro suspeitos foram presos, incluindo Lourival, que seria um homem de confiança da família e o mandante do crime. Ele se apresentava como policial federal, mas, segundo as investigações, nunca integrou os quadros da corporação. Além dele, um casal de filhos e uma mulher com quem ele teria um caso também foram presos. O Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) apresentou denúncia contra os suspeitos. Os investigadores tiveram acesso aos telefones de todos os envolvidos e cruzaram dados de localização do dia do sequestro e do pagamento dos resgates.
Segundo mostrou o Fantástico, da TV Globo, foi possível comprovar que Lourival não esteve em uma favela para supostamente pagar os criminosos – mas sim em uma concessionária na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio, onde comprou uma caminhonete avaliada em R$ 500 mil e uma moto. Também adquiriu 950 aparelhos celulares, que foram levados a uma loja da família. Os filhos estiveram na concessionária com o pai, e a mulher chegou a viajar a Foz do Iguaçu, no Paraná, para resolver pendências relativas à aquisição dos celulares. Os três também teriam ajudado a ocultar os valores do resgate.
*Com informações do Estadão Conteúdo Publicado por Marcelo Bamonte