Brasil
Veja como é possível transformar as dores da vida
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1 ano agoon
Mesmo em face dos golpes da vida, podemos contornar o vitimismo e canalizar nossa energia para o que desejamos frutificar
Imagem: Lemberg Vector studio | ShutterstockPingos grossos lambem a janela do quarto enquanto me sento para escrever. Atrás da vidraça, a paisagem cinza ameaça apagar minhas palavras. Mais um dia de cidades devastadas, gente sem casa, com fome, guerras, doenças, perdas. Fecho a página das notícias como quem cerra a cortina. Não preciso ir longe… viver é mesmo tão doído!
Escolho um livro para amainar os olhos embaçados de chuva. Tiro da estante Cartas Perto do Coração (Record), uma coletânea de correspondências entre os escritores Fernando Sabino e Clarice Lispector. Não sei bem o que procuro até achar uma página com a ponta da folha dobrada. Sou arrebatada por uma frase do Fernando, em uma carta escrita em setembro de 1946, quando morava em Nova York.
Naquele mês, após ter operado as amígdalas e deixado o hospital, ele escreve à Clarice comentando um conto dela e um sonho que teve. Nessa carta, presenteia a amiga com o que eu considero uma pérola. Ele diz: “A gente sofre muito: o que é preciso é sofrer bem, com discernimento, com classe, com serenidade de quem já é iniciado no sofrimento”. Dali por diante, me agarro a essa iluminação.
A dor, afinal, atravessa a nossa experiência humana de modo inescapável. Ou como escreve a própria Clarice Lispector no livro Água Viva: “Dor é vida exacerbada”. Se ninguém vive sem sofrer, então, a pergunta que fica é: como lidar melhor com as dores que nos afligem? Como transformá-las e seguir em frente?
Força de vida
A fim de compreender esse algo nosso que é tão humano, fui conversar com mulheres que me ajudaram a ampliar o entendimento de que estamos nesse mundo para aprender e evoluir justamente por meio do que fazemos com o que sentimos. A nutricionista e terapeuta Ana Fanelli é uma delas. Sua história de luto e reconstrução de si me impactou. Há 12 anos, ela perdeu o filho mais novo para uma doença sem cura.
Felipe foi diagnosticado com uma síndrome neurológica rara com a idade de 12 anos. Sofreu um bloqueio elétrico no coração, seguido de complicações. Com o tempo, foi perdendo a mobilidade. “Não consegui aceitar a dimensão da gravidade, mas não tinha o que fazer, a não ser cuidar dos sintomas”, conta Ana. Segundo os médicos, havia uma expectativa de um a três anos de vida. Felipe viveu mais 13.
Mesmo com tantas limitações e dependendo de ajuda para atividades simples do dia a dia, o garoto pintava, cantava e conquistava a simpatia de todos à sua volta. “Ele tinha muita força de vida, e eu sinto que ele ficou mais tempo com a gente para ensinar. Viveu a graça de expressar quem ele era, uma pessoa muito alegre, que já acordava agradecendo o dia”.
Quando o coração congela
Ana não estava preparada para a perda do filho. Dois anos e meio antes, em uma das internações que Felipe enfrentou, ela procurou o primeiro auxílio psíquico. Sentada na poltrona do consultório, no entanto, ficou muda. Não sabia o que dizer. Foi o psicólogo quem jogou as cartas na mesa: “Você veio aqui para se preparar para a morte do seu filho”. Há dores que nem as quase 400 mil palavras da língua portuguesa dão conta de expressar.
Aos 25 anos, Felipe faleceu – 45 dias depois do pai dele, de quem a mãe já estava separada havia muito tempo. A reação imediata de Ana foi mergulhar no trabalho para não encarar o sofrimento sem nome. Sua vida se resumia a acordar, trabalhar e dormir. Na mesma casa, ela e o filho mais velho sofriam isolados.
“Foi um choque, para mim, muito profundo, sinto que eu congelei meu coração”, desabafa. Entrar no vitimismo não é nada difícil em uma situação como essa. Por que isso está acontecendo comigo? Justo eu e quem amo temos de passar por tal suplício? Essas eram perguntas que Ana fazia.
Além da raiva e do ressentimento por se ver naquela situação, tinha também um misto de culpa e vergonha pelos próprios sentimentos. “Eu saía daquele hospital e falava a mim mesma: ‘mas, Ana, você sai andando’… tudo o que eu assisti ao Felipe perdendo, eu podia fazer”.
O que se seguiu à morte do filho foi uma grande crise existencial. “Eu me dei conta de que estava viva. Mas e o que eu estava fazendo da minha vida?!”. O período de profunda tristeza e isolamento provocou um sentimento crescente de angústia.
No fundo do peito, martelando na consciência, a pergunta do sentido da própria vida não queria calar. E foi aí que Ana buscou novamente ajuda profissional. Chegou inicialmente a um grupo de mulheres e à psicoterapia, passando a se permitir “reconstruir os laços e lamber as feridas”.
Imagem: StockSmartStart | ShutterstockA saída do labirinto
“Sozinha é muito difícil, mas com ajuda profissional é mais fácil superar as dificuldades”, atesta a médica e psicoterapeuta Cristiane Marino, com quem também conversei. É como um guia que mostra o caminho de saída do labirinto da dor. Afinal, a gente tem a tendência de achar que o que está sentindo é a totalidade, quando não é. “Se estou triste, é como se eu toda estivesse consumida pela tristeza. Ao perceber que isso é só um aspecto meu, que algo em mim está triste, mas não sou eu toda, a pressão interna diminui um pouco”.
Cristiane explica que, em situações de dores profundas, mas também nas menores e mais corriqueiras, há três papéis com os quais a gente acaba se identificando: o de vítima, agressor ou salvador. Buscamos culpados e justificativas externas, adotamos uma postura agressiva contra o outro ou queremos salvar tudo e todos. Em nenhuma das três posições, assumimos o nosso lugar no mundo como autores da nossa própria vida.
Não se trata de papéis estanques, em que somos apenas uma coisa ou outra. São posturas presentes em todos os seres humanos. “É como se fosse uma dança das cadeiras, em cada momento que a música para, a gente senta numa cadeirinha”, compara Cristiane, que promove um grupo de leitura do livro Abandonar o Papel de Vítima: Viva sua Própria Vida (Vozes), da psicoterapeuta suíça Verena Kast.
Na obra, ela pontua a importância de identificarmos “onde e quando nós mesmos desempenhamos qual papel”. Acabo compreendendo que perceber em qual cadeira estou sentada me ajuda a discernir o que é meu e o que é do outro. Me dou conta de que a responsabilidade de como reajo às situações é apenas minha, embora ainda me pegue culpando o outro pelo que sinto. “Por mais difíceis que sejam as condições externas, a gente escolhe como quer enfrentar as situações”, diz Cristiane.
Indefesa perante a dor e o mundo
Acontece que quem vive a situação nem sempre consegue perceber isso. De acordo com a psicóloga Ilana Roriz, o lugar de vítima é doloroso porque a pessoa acredita não ter condições de agir e paralisa. “Ela se sente indefesa perante a dor e o mundo, considera-se sem condições de lutar pela dignidade de ser agente na vida”.
Quem entra no vitimismo acaba recaindo também na agressividade consigo ou com o outro. Engana-se quem pensa que o efeito disso é meramente emocional, sem grandes repercussões concretas. Como se já não fosse grande coisa, essa dinâmica suga a energia psíquica, provoca a queda da vitalidade e aciona o sistema de luta e fuga, conforme explica Cristiane Marino.
As consequências não são poucas e podem incluir sono agitado ou insônia, estresse e problemas na imunidade, como a suscetibilidade a infecções e inflamações. “Se essas dinâmicas não são cuidadas, prejudicam a saúde física, desequilibram todo o sistema nervoso autônomo e a pessoa não ativa o sistema parassimpático, que é o de restauração”, ensina a profissional.
Algo a contribuir
Assumir a postura de vítima, no entanto, não é uma decisão consciente, mas, uma vez que nos damos conta dela, é importante ter paciência conosco e saber que há sempre uma saída. Segundo Ilana, é necessário reconhecer o quanto já se caminhou até aqui para entender que existe vida além da dor.
Foi isso que Ana Fanelli descobriu na jornada de autoconhecimento na qual embarcou, ao compreender que precisava transformar a dor que sentia e ressignificar a própria vida. Ela fez terapia, participou de roda de mulheres, ingressou na dança circular e fez formação holística de base.
Há cerca de cinco anos, saiu do trabalho corporativo como nutricionista para fazer um retiro sabático. Passou a ser consultora em nutrição, até fazer uma transição de carreira e se tornar terapeuta transpessoal e instrutora de mindfulness. Hoje, une a isso a alimentação consciente e o trabalho com a maturidade. Ana lembra que a dor inicialmente foi tão imensa que a congelou, deixando uma cicatriz.
Uma marca tão funda que pode estar lá quietinha, mas não deixa de existir e, às vezes, até reaviva. “Quando você consegue perceber que não é só você que passa por isso, essa cicatriz se acomoda. O universo do sofrimento está dado na nossa experiência humana. A questão é o que a gente faz com isso”.
A crise existencial provocada pela perda do filho fez com que Ana fosse em busca de se reinventar e expressar sua singularidade no mundo. Para ela, o que se vive hoje também pede isso de nós. “A gente está experimentando situações que estão esfregando na nossa cara que não temos controle da vida; passamos pela pandemia, agora essa emergência climática em vários locais no planeta. O que nos cabe é expressar o que temos a contribuir”.
Imagem: GoodStudio | ShutterstockDistanciamento e recolhimento
Mas onde estão nossos insumos? Ressoam em mim as palavras de Ilana: “Quando a pessoa sai da posição de incompreensão consigo e reconhece que algo de bom já existiu, aos poucos, retorna ao lugar que sempre há em nós, o de protagonista da nossa história”.
Cristiane Marino ensina que distanciamento e recolhimento são muito importantes nesse processo. Para recrutar os recursos internos e renovar as energias, são necessários momentos de pausa e repouso, assim como contato com a natureza e o belo, boa qualidade de sono e alimentação.
Mais uma dica valiosa para quem vive um momento de dor é não se expor desnecessariamente – seja nas redes sociais ou na vida cotidiana. “Veja um animal ferido. O que ele faz? Busca um abrigo onde ninguém o encontre. A gente tem de aprender o valor do recolhimento, que é diferente do isolamento”, afirma.
Outras atitudes de cuidado consigo também são úteis para não se deixar afundar no sofrimento, como movimentar o corpo, tomar sol, cultivar relações que nos dão alegria e incluir no dia a dia atividades que nos alimentam internamente – tocar um instrumento, escrever, pintar, cozinhar, cuidar de plantas, o que mais gostar.
Punhados de fé
“Andar com fé eu vou, que a fé não costuma falhar”… Felipe, que era um rapaz musical, tinha nesses versos do Gil uma das suas canções preferidas e lema de vida. E foi justamente esse sentimento que ficou para a mãe. Além de carregar a dor a tiracolo, Ana aprendeu a levar consigo punhados de fé.
Todo o processo vivido a fez acreditar em algo maior, o que hoje ela chama de Consciência Divina. Apesar de não ter uma religião definida, os ensinamentos budistas a ajudaram a entender melhor a natureza da vida e das emoções. Ela sentiu que, como pessoa, não daria conta, e só assim pôde se sustentar. A teia que une todos nós a amparava.
A psicóloga Ilana Roriz explica que o reconhecimento de que existe algo além do ser humano está na origem da psicoterapia. Para ela, cultivar a espiritualidade é, portanto, fundamental para a cura das dores da alma. “Com essa conexão, há a certeza de que não se está só, e assim desenvolve-se a fé em um processo de restauração da saúde. Com essa ligação refeita, a confiança em si mesmo se torna viável para perceber o seu protagonismo, apropriando-se do legítimo direito de ser único e especial perante Deus e a si mesmo”.
A jornada de Ana é prova disso. Dois meses antes de falecer, Felipe pintou um quadro cuja arte retrata uma orquídea pingo de ouro, de flores miúdas e amarelas. É essa a lembrança que Ana guarda consigo, representando o coração do filho que, enquanto esteve vivo, expressou toda sua força de vida e gratidão por estar aqui. Até hoje, quando se aproxima a data de passagem ou nascimento dele, ela vê florescer orquídeas douradas miúdas por aí. Após ter sofrido muito, Ana aprendeu a sofrer bem. É como se o filho se fizesse perto outra vez, e ela, de repente, sorri.
Por Luísa Sá Lasserre – revista Vida Simples
Escritora e jornalista sensível às dores do outro e do mundo, ela acredita que viver dói, e como, mas também faz sorrir.
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As provas objetivas e a redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2025 serão aplicadas nos dias 9 e 16 de novembro, em quase todo o país, com exceção das cidades de Belém, Ananindeua e Marituba, no Pará.

Devido à realização da 30ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), em Belém, de 10 a 21 de novembro, nessas localidades as provas ocorrerão em 30 de novembro e 7 de dezembro.
Depois que o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) divulgar os resultados individuais dos participantes, com previsão para janeiro de 2026, os mais de 4,8 milhões de inscritos confirmados precisam saber como as notas obtidas poderão ser usadas.
Os resultados podem ser usados para acesso a universidades públicas, para concorrer a bolsas de estudo integrais e parciais em universidades privadas, para pleitear o crédito estudantil para o pagamento das mensalidades de faculdades privadas, para ingresso sem vestibular em faculdades, para estudar em Portugal, para autoavaliação e certificação de conclusão do ensino médio ou declaração parcial de proficiência nessa etapa do ensino básico.
Anualmente, o Enem é aplicado pelo Inep.
Acesso ao Ensino Superior
O Enem é a principal porta de entrada para a educação superior no Brasil. As notas do exame podem ser usadas para ingresso no Sistema de Seleção Unificada (Sisu), no Programa Universidade para Todos (Prouni) e para obter o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies).
As inscrições para os três processos seletivos acontecem em períodos distintos, sendo um seguido do outro, nessa ordem cronológica: Sisu, Prouni e Fies. Veja a seguir.
1 – Sisu
A seleção é feita com base na média das notas obtidas no exame, dentro do limite de vagas disponíveis para cada curso e modalidade de concorrência. A maioria dos participantes do Sisu é formada por instituições públicas, como universidades e institutos federais.
A novidade é que a edição 2026 do Sisu permitirá o uso das notas das três últimas edições do Enem – 2023, 2024 e 2025 – para a inscrição e classificação dos candidatos.
Para participar da seleção do Sisu, o candidato não pode ter zerado a redação. Também é preciso ter o ensino médio completo, ou seja, os treineiros não podem se inscrever no sistema.
O processo seletivo leva em consideração os perfis social e econômico dos candidatos, conforme determina a Lei de Cotas.
Na última edição, foram ofertadas 261.779 vagas para 6.863 cursos de graduação em 124 instituições de todas as regiões do país.
2 – Prouni
Para se inscrever nos processos seletivos do Prouni, o estudante poderá usar as notas do Enem das duas últimas edições do exame.
É preciso ter tirado nota média superior a 450 pontos nas cinco provas do Enem e ter tirado acima de zero na redação.
O Prouni oferece bolsas de estudo integrais (100% gratuitas) e parciais (50% do valor da mensalidade do curso) para graduação em instituições privadas.
O MEC realiza dois processos seletivos do programa a cada ano. O público-alvo é o estudante brasileiro sem diploma de nível superior.
Em todos os processos seletivos, o candidato pode optar por concorrer às bolsas destinadas à ampla concorrência ou às cotas para pessoas com deficiência (PCD) e autodeclaradas indígenas ou negras.
Para concorrer à bolsa integral, é preciso ter renda familiar bruta mensal de até um salário mínimo e meio por pessoa. Para a bolsa parcial, a renda familiar bruta mensal deve ser de até três salários mínimos por pessoa.
Veja aqui outras condições para os candidatos, como ter feito o ensino médio em escola pública ou ter sido bolsista em escola privada.
3 – Fies
As notas do Enem também podem ser usadas para concorrer a vagas ofertadas para o ensino superior pelo Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), que possibilita a estudantes de baixa renda cursar faculdades particulares por meio de financiamento, que começa a ser cobrado após a conclusão do curso.
Para participar, o estudante precisa ter feito o Enem, qualquer edição desde 2010, obtido nota média superior a 450 pontos e não ter zerado a redação.
Desde 2024, o Fies reserva vagas para candidatos autodeclarados negros, indígenas e quilombolas, assim como para pessoas com deficiência (PCDs).
Para participar, é preciso ter renda familiar mensal bruta por pessoa de até três salários mínimos. A nova modalidade do programa, o Fies Social, reserva metade das vagas para estudantes com renda familiar por pessoa de até meio salário mínimo e inscritos no Cadastro Único para Programas Sociais do governo federal (CadÚnico), em situação ativa.
Foram ofertadas mais de 112 mil vagas, em dois processos seletivos do Fies em 2025. O primeiro, para cursos com início das aulas no primeiro semestre, e o segundo, para aulas que tiveram início no segundo semestre.
4 – Enem Portugal
As notas dos estudantes brasileiros também podem ser aproveitadas em processos seletivos de instituições de ensino superior de Portugal que têm convênio com o Inep para aceitar as notas do exame.
Os acordos garantem acesso facilitado pelas universidades, institutos politécnicos e escolas superiores portuguesas às notas dos estudantes interessados em cursar a educação superior em Portugal. Porém, os convênios não envolvem transferência de recursos e não preveem financiamento estudantil pelo governo brasileiro.
Atualmente, 26 entidades de ensino em Portugal possuem convênio com o Instituto. Entre elas estão o Instituto Politécnico de Coimbra, a Universidade Nova de Lisboa e o Instituto Português de Administração de Marketing, em Porto. Confira aqui as instituições de educação superior portuguesas que aceitam notas do Enem e a vigência de cada convênio.
5 – Outras seleções
Os resultados individuais do Enem também podem ser empregados como critério único ou complementar de processos seletivos próprios realizados por cada instituição de ensino superior, seja pública ou privada do Brasil. A estratégia que possibilita o ingresso direto, substitui ou complementa o vestibular tradicional.
Certificação do ensino médio
A prova do Enem deste ano voltará a permitir que as provas sejam usadas para obter certificação de conclusão do ensino médio e declaração parcial de proficiência na etapa de ensino. Essa possibilidade a partir do Enem tinha sido descontinuada em 2017.
O participante deve atender aos seguintes requisitos específicos:
· ter, no mínimo, 18 anos completos na data da primeira prova de cada edição do exame;
· alcançar a pontuação mínima em cada área do conhecimento (igual ou maior a 450 pontos), conforme o padrão de desempenho básico definido pelo Inep;
· alcançar pelo menos 500 pontos na redação.
Durante o período em que o Enem não ofereceu essa função, o Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (Encceja) permaneceu como principal ferramenta de certificação para o ensino fundamental e médio.
Treineiros
O exame serve também para os os candidatos do tipo treineiro, que geralmente não concluíram o ensino médio ou não estão estudando, testarem seus conhecimentos
Nesse caso, como o exame tem como fim a autoavaliação, a nota do Enem não serve para ingresso no ensino superior no Brasil nem em Portugal.
Porém, pode ser útil para que o treineiro conheça o formato da prova, teste o gerenciamento de tempo, identifique as áreas do conhecimento que precisam ser aprimoradas nos estudos.
Vale ressaltar também que o resultado (as notas) dos treineiros é divulgado em data posterior à dos candidatos regulares (geralmente cerca de 60 dias depois).
Enem
O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) foi instituído em 1998.
Os participantes fazem provas de quatro áreas de conhecimento: linguagens, códigos e suas tecnologias; ciências humanas e suas tecnologias; ciências da natureza e suas tecnologias; e matemática e suas tecnologias que, ao todo, somam 180 questões objetivas.
Os participantes também são avaliados por meio de uma redação, que exige o desenvolvimento de um texto dissertativo-argumentativo, a partir de um problema.
Para saber mais sobre o exame, acesse o link criado pelo Inep com respostas às perguntas mais frequentes.
Brasil
Pé-de-Meia: pagamento da 8ª parcela começa nesta segunda
Published
5 horas agoon
outubro 27, 2025
O Ministério da Educação (MEC) inicia, nesta segunda-feira (27), o pagamento da oitava parcela aos participantes do programa Pé-de-Meia de 2025.

Os beneficiados pelo programa federal são os estudantes do ensino médio matriculados na rede pública regular e também na modalidade Educação de Jovens e Adultos (EJA), inscritos no Cadastro Nacional de Programas Sociais do governo federal (CadÚnico).
Para ter direito ao benefício, eles devem ter presença mínima de 80% nas aulas.
Nesta nova etapa, a Caixa Econômica Federal – responsável pela gestão dos recursos repassados pelo MEC – informa que, ao todo, cerca de 3,2 milhões de estudantes de escolas públicas receberão o benefício até a próxima segunda-feira (3).
Os nascidos nos meses de janeiro e fevereiro são os primeiros a receber o valor de R$ 200 correspondente ao incentivo-frequência às aulas.
Pagamento escalonado
O pagamento do incentivo-frequência ocorre até o dia 3 de novembro, conforme o mês de nascimento dos alunos que estão matriculados em uma das três séries do ensino médio na rede pública de ensino.
Confira o calendário:
– nascidos em janeiro e fevereiro recebem em 27 de outubro;
– nascidos em março e abril, em 28 de outubro;
– nascidos em maio e junho, em de 29 de outubro;
– nascidos em julho e agosto, em 30 de outubro;
– nascidos em setembro e outubro recebem em de 31 outubro;
– nascidos em novembro e dezembro, em 3 de novembro.
Depósitos
As parcelas da chamada poupança do ensino médio de 2025 são depositadas em uma conta poupança da Caixa Econômica Federal, aberta automaticamente em nome dos estudantes.
Se o estudante tiver 18 anos ou mais, a conta já estará desbloqueada para movimentação imediata do valor recebido pelo incentivo-frequência. O banco avisa que é possível solicitar de forma gratuita o cartão Pé-de-Meia no aplicativo Caixa Tem, o que permite o uso dos recursos financeiros em compras e pagamentos.
Se o participante desejar, o valor também pode ser sacado nos terminais de autoatendimento, mesmo sem o cartão – apenas com o uso da identificação biométrica previamente cadastrada.
No caso de menor de idade, será necessário que o responsável legal autorize a movimentação da conta. O consentimento poderá ser feito no próprio aplicativo ou em uma agência da Caixa.
O participante poderá consultar no aplicativo Jornada do Estudante do MEC informações escolares, regras do programa e status de pagamentos (rejeitados ou aprovados).
As informações relativas ao pagamento também podem ser consultadas no aplicativo Caixa Tem ou no aplicativo Benefícios Sociais.
Incentivos
A chamada Poupança do Ensino Médio tem quatro tipos de incentivo financeiro:
incentivo-matrícula: por matrícula registrada no início do ano letivo, valor pago uma vez por ano, no valor de R$ 200;
incentivo-frequência: por frequência mínima escolar de 80% do total de horas letivas. Para o ensino regular, são nove parcelas, durante o ano, de R$ 200.
incentivo-conclusão: por conclusão e com aprovação em cada um dos três anos letivos do ensino médio e participação em avaliações educacionais, no valor total de R$ 3 mil. O saque depende da obtenção de certificado de conclusão do ensino médio;
incentivo-Enem: paga após a participação nos dois dias do Exame Nacional do Ensino Médio, no ano em que o estudante conclui o 3º ano do ensino médio. Os R$ 200 são pagos em parcela única.
Dessa forma, a soma do incentivo pode alcançar R$ 9,2 mil por aluno, no fim do 3º ano do ensino médio.
Pé-de-Meia
Criado em 2024, o programa do governo federal é voltado a estudantes de baixa renda do ensino médio da rede pública. A iniciativa funciona como uma poupança para promover a permanência e a conclusão escolar nessa etapa de ensino.
Saiba aqui quais são os requisitos para ser inserido no programa.
O MEC esclarece que não há necessidade de inscrição. Todo aluno que se encaixa nos critérios do programa é incluído automaticamente na iniciativa do governo federal.
Para tirar dúvidas sobre o programa Pé-de-Meia, o Ministério da Saúde criou um site com perguntas e respostas. Confira aqui.
Brasil
PND 2025: questão discursiva aborda idadismo como desafio social
Published
17 horas agoon
outubro 26, 2025
A questão discursiva da Prova Nacional Docente (PND), aplicada neste domingo (26), abordou o idadismo como desafio social e educacional no Brasil.

O idadismo, também conhecido como etarismo, é um termo que define o preconceito, estereótipo e/ou discriminação contra indivíduos ou grupos com base na sua idade.
O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) informou que o enunciado da questão destaca o conceito do idadismo, a importância de combater estereótipos e práticas discriminatórias baseadas na idade e de promover a integração entre diferentes gerações no ambiente escolar. O texto foi extraído do Relatório Mundial sobre o Idadismo de 2023, produzido pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas).
O texto a ser elaborado pelo candidato deve abordar os efeitos das diferenças entre gerações no contexto escolar.
Como solução para o problema, o participante da PND deve apresentar, ao menos, uma atividade de combate ao idadismo e que promova a integração intergeracional nas unidades de ensino.
Textos motivadores
Para auxiliar na construção do texto discursivo, os mais de 1,08 milhão de inscritos na prova chamada de CNU dos Professores tiveram como suporte textos motivadores ou de apoio. O conjunto de materiais que acompanha a proposta da prova discursiva tem a principal função de fornecer o recorte temático e contextualizar o candidato sobre o assunto que ele precisa desenvolver.
Entre os texto disponibilizados neste domingo está o 22º artigo do Estatuto do Idoso, que propõe a inserção de conteúdos sobre envelhecimento e valorização da pessoa idosa nos currículos escolares.
Outro texto a que os participantes da PND tiveram acesso é um trecho da obra À Sombra Desta Mangueira, do pedagogo e educador Paulo Freire (1921-1997), publicado em 1995, a partir dos manuscritos de próprio punho do autor. O texto reflete sobre a juventude e a velhice como atitudes diante da vida e da aprendizagem.
Prova objetiva
Além da questão discursiva, os participantes também respondem a questões objetivas de formação geral docente e do componente específico das 17 áreas da licenciatura.
De acordo com o edital da PND 2025, a parte da prova com conteúdo de formação geral inclui 30 questões objetivas e uma discursiva, elaboradas a partir de temas ligados à formação de um professor.
A parte específica conta com 50 questões de múltipla escolha, voltadas ao conteúdo e às habilidades próprias de cada uma das licenciaturas. São elas: artes visuais; ciências biológicas; ciências sociais; computação; educação física; filosofia; física; geografia; história; letras (inglês); letras (português); letras (português e espanhol); letras (português e inglês); matemática; música; pedagogia e química.
A prova tem a mesma matriz da avaliação teórica do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) das Licenciaturas, que, desde a sua edição, em 2024, foca nos cursos de formação docente.
Com duração de cinco horas e 30 minutos, o término ocorreu às 19h, no horário de Brasília.
PND
A Prova Nacional Docente (PND) não é uma certificação pública para o ofício de professor, também não é um concurso.
O exame, criado pelo Ministério da Educação (MEC) para avaliar o nível de conhecimento e a formação dos futuros professores das licenciaturas, tem o objetivo de auxiliar estados e municípios a selecionarem professores para as suas redes de ensino.
O MEC quer, por meio da Prova Nacional Docente, estimular a realização de concursos públicos e aumentar o número de professores efetivos nas redes de ensino do Brasil.
A prova será realizada anualmente pelo Inep. A iniciativa faz parte do programa Mais Professores para o Brasil, que reúne ações de reconhecimento e qualificação do magistério da educação básica e de incentivo à docência no país.
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