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Veja como encontrar alegria em atividades simples

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Ao dispensar feitos grandiosos para existir, ela se mostra possível, singela e nutridora

É preciso reconhecer e desfrutar do que nos vitaliza a cada momento É preciso reconhecer e desfrutar do que nos vitaliza a cada momento Imagem: Halfpoint | Shutterstock

Eu tenho uma alegria fácil dentro de casa: molhar meu jardim. A cada rega, as coisas pequenas, um microcosmo de vida acontecendo, me encapsulam sensorialmente no presente e eu escuto ou vejo algo novo. Um botão nascendo ou morrendo, uma mudinha que o vento trouxe de surpresa, uma cor ou inseto diferentes que seguram o instante para mim e em mim. Nesse momento, eu desligo em suspensão. Muitas vezes, confesso, me pego assobiando (embora seja péssima nisso). Levinha. É desse jeito que me nutro das plantas, na alegria mansa, calma de marola.

Muito diferente da que tomou conta do meu filho esses dias. Quando, depois de anos de treino e tentativas, ele pendurou no pescoço suado a medalha de ouro no campeonato oficial do esporte que pratica, uma onda forte quebrou sobre o seu peito. E eu o vi desabar no chão, desfigurado em lágrimas de contentamento, absorto no grito da vitória. Uma alegria avassaladora, quando finalmente alcançamos aquilo desejado e por que se trabalhou tanto.

O que é alegria?

Marolinha ou onda de ressaca, a alegria tem a ver com o balanço na descarga cerebral de hormônios e neurotransmissores naturais ao nosso corpo, relacionados às sensações de ânimo, bem-estar, prazer e motivação, como a dopamina, a serotonina, a endorfina e a oxitocina. Mas vivenciá-la não depende só de química, e sim da nossa presença real, da percepção e desfrute íntimo do instante, e com significado, seja ele trivial como a rega de um jardinzinho ou catártico como a glória de um atleta.

Triste é quem diz que foi feliz sem saber, porque essa é a confissão do desatento, que desdenhou e deixou a vida escapar, sem fincar memória, mesmo com todo o coquetel fisiológico bombando na cabeça. E, se há algo que não volta, é o tempo.

“Acredito que a alegria depende da liberdade de ser quem se é, da espontaneidade de se acolher no que se sente, no instante em que acontece. Isso nos faz mais dispostos e atentos aos momentos, aos pedacinhos do dia e às emoções que nos acompanham, sem ficarmos tão reféns do julgamento alheio ou do doping das férias. Depende de nos conhecermos, de saber o que nos faz alegres e cultivar isso”, diz Cláudio Thebas, palhaço, educador, palestrante e escritor.

Reconciliação com o agora

Levou mesmo um tempo para eu perceber que dar de beber ao jardim me fazia alegre, e para me deixar capturada nisso, tão à vontade a ponto de assobiar alto, para o azar de quem estiver por perto. Agora, conhecendo o bem que o verde me faz, o significado da rega mudou, ganhou mais afeto e atenção da minha parte, porque, por mais bobo que pareça, eu realmente fico melhor com e depois disso. E agradeço.

“Quando descobrimos o que nos faz alegres, seja lá o que for, podemos instituir intencionalidade e agenda para agir, e, com o tempo, construir uma postura de valor e estima por nossas ações”, diz Andréa Perez, especialista em Psicologia Positiva, idealizadora e coordenadora da rede Felicidade Agora é Ciência.

Em uma de suas aulas na Casa do Saber, o filósofo e professor Clóvis de Barros Filho também endossa esse estado de apreciação. Ele diz que a alegria é quando o agora e o depois são melhores que o antes, isto é, quando conseguimos compor com a realidade, sem estarmos tão presos à ciranda inesgotável de querer o que não se tem. É uma reconciliação com o mundo presente, um assentamento de alma, ele diz. Sou eu, saindo melhor da rega, ou meu filho, saboreando a medalha no pescoço, satisfeito no instante, sem pensar ou desejar o torneio seguinte.

A alegria pode estar nas pequenas coisas da vida Imagem: feodarina | Shutterstock

Celebre cada ponto

Aliás, a máxima do esporte, que manda celebrar cada ponto, ilustra bem a apreciação da ação presente, inclusive e talvez ainda mais quando o placar aponta que as coisas não estão lá muito bem. “Uma boa forma de a gente se sentir mais alegre é ter a intenção, a disposição de compor com a realidade, com o Sol que brilha ou com a chuva que cai, com o que dá certo e também com o que não está tão legal. Isso traz esperança e pode criar um estado de maior percepção da felicidade, até mesmo da felicidade de poder estar triste”, diz Cláudio.

Parece fácil, mas não é. Sobretudo em uma sociedade como a nossa, que grita que, para ser pleno e feliz, é preciso ter o último smartphone do mercado ou o cargo de CEO. E que desconfia e subestima a capacidade de estar alegre e satisfeito com coisas diferentes dessas. Afinal, quem nunca ouviu a expressão pejorativa “bobo alegre”? “Olha lá o bobo alegre, contente por nada”!

Por isso, o autoconhecimento é tão importante, para que não nos tornemos meros perseguidores de cenoura, de metas, padrões, status e tendências, isolados no cabresto, sem nos darmos conta de que, no final do dia, tudo isso significou nada ou muito pouco. Talvez o bobo alegre seja mesmo mais esperto e feliz.

Plenitude no vazio

O delicioso “Samba da Bênção”, do poeta Vinícius de Moraes, canta: “é melhor ser alegre que ser triste, a alegria é a melhor coisa que existe, é assim como a luz no coração”. “Na cultura ocidental, a alegria é muito valorizada e, na maioria das vezes, por algo que a pessoa experimenta. Mas, no mundo oriental, a serenidade é considerada a emoção que traz felicidade”, observa Andréa. Essa colocação tão interessante dialoga com a cultura hindu nos ensinamentos do mestre Osho.

Em seu livro Alegria, A Felicidade que Vem de Dentro (Cultrix), ele escreve: “A alegria é um estado de transcendência. A pessoa não está feliz nem infeliz, mas completamente serena, quieta, em absoluto equilíbrio, tão silenciosa e tão viva que o seu silêncio é uma canção”.

Na visão do indiano, a meditação é a forma por meio da qual podemos atingir o despertar da consciência observadora, desatrelada de pensamentos e emoções, capaz de trazer o verdadeiro contentamento. “Para o hindu, esse vazio não é só possível como é o estado que nos liberta das inquietações emocionais”, diz Marcelo Peri, professor credenciado de yoga na tradição espiritual indiana Navnath Sampradaya.

Marcelo explica que a prática do yoga é um instrumento para se alcançar o despertar da consciência, atravessando diferentes estágios por meio dos quais podemos experimentar o estado santosha. “Ele é a condição perene de estar completamente contente e aceitar nossos mundos interno e externo, de deixar de lado os anseios pelo que não temos, independentemente das circunstâncias, de ser grato pelo que se é. É estar diluído no vazio”, explica.

Certamente não se trata de algo a ser conquistado e experimentado da noite para o dia, ainda mais em uma cultura como a nossa, moldada para se obter coisas, em que tudo tem função. Ao menos, para mim, o santosha é um sonho, uma benção tão distante quanto uma estrela. Mas, por ora, como não se transcende e se sobe no pódio todo dia, eu tenho meu jardim no quintal de casa. Minha alegria sincera e particular, que, assim como na música “Alegria, Alegria”, de Caetano Veloso, me faz querer “seguir vivendo”, achando o Sol “tão bonito”.

Por Vanessa Costarevista Vida Simples

É jornalista, escritora, admiradora da natureza e boba alegre do jardim. Quando está contente, assobia, mesmo sem saber como afinar o próprio som.





Fonte: Terra

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PND 2025: questão discursiva aborda idadismo como desafio social

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A questão discursiva da Prova Nacional Docente (PND), aplicada neste domingo (26), abordou o idadismo como desafio social e educacional no Brasil.

O idadismo, também conhecido como etarismo, é um termo que define o preconceito, estereótipo e/ou discriminação contra indivíduos ou grupos com base na sua idade.

O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) informou que o enunciado da questão destaca o conceito do idadismo, a importância de combater estereótipos e práticas discriminatórias baseadas na idade e de promover a integração entre diferentes gerações no ambiente escolar. O texto foi extraído do Relatório Mundial sobre o Idadismo de 2023, produzido pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas).

O texto a ser elaborado pelo candidato deve abordar os efeitos das diferenças entre gerações no contexto escolar.

Como solução para o problema, o participante da PND deve apresentar, ao menos, uma atividade de combate ao idadismo e que promova a integração intergeracional nas unidades de ensino.

Textos motivadores

Para auxiliar na construção do texto discursivo, os mais de 1,08 milhão de inscritos na prova chamada de CNU dos Professores tiveram como suporte textos motivadores ou de apoio. O conjunto de materiais que acompanha a proposta da prova discursiva tem a principal função de fornecer o recorte temático e contextualizar o candidato sobre o assunto que ele precisa desenvolver.

Entre os texto disponibilizados neste domingo está o 22º artigo do Estatuto do Idoso, que propõe a inserção de conteúdos sobre envelhecimento e valorização da pessoa idosa nos currículos escolares.

Outro texto a que os participantes da PND tiveram acesso é um trecho da obra À Sombra Desta Mangueira, do pedagogo e educador Paulo Freire (1921-1997), publicado em 1995, a partir dos manuscritos de próprio punho do autor. O texto reflete sobre a juventude e a velhice como atitudes diante da vida e da aprendizagem.

Prova objetiva

Além da questão discursiva, os participantes também respondem a questões objetivas de formação geral docente e do componente específico das 17 áreas da licenciatura.

De acordo com o edital da PND 2025, a parte da prova com conteúdo de formação geral inclui 30 questões objetivas e uma discursiva, elaboradas a partir de temas ligados à formação de um professor.

A parte específica conta com 50 questões de múltipla escolha, voltadas ao conteúdo e às habilidades próprias de cada uma das licenciaturas. São elas: artes visuais; ciências biológicas; ciências sociais; computação; educação física; filosofia; física; geografia; história; letras (inglês); letras (português); letras (português e espanhol); letras (português e inglês); matemática; música; pedagogia e química.

A prova tem a mesma matriz da avaliação teórica do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) das Licenciaturas, que, desde a sua edição, em 2024, foca nos cursos de formação docente.

Com duração de cinco horas e 30 minutos, o término ocorreu às 19h, no horário de Brasília.

PND

A Prova Nacional Docente (PND) não é uma certificação pública para o ofício de professor, também não é um concurso.

O exame, criado pelo Ministério da Educação (MEC) para avaliar o nível de conhecimento e a formação dos futuros professores das licenciaturas, tem o objetivo de auxiliar estados e municípios a selecionarem professores para as suas redes de ensino.

O MEC quer, por meio da Prova Nacional Docente, estimular a realização de concursos públicos e aumentar o número de professores efetivos nas redes de ensino do Brasil.

A prova será realizada anualmente pelo Inep. A iniciativa faz parte do programa Mais Professores para o Brasil, que reúne ações de reconhecimento e qualificação do magistério da educação básica e de incentivo à docência no país.



Fonte: Agência Brasil

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Melhorar a educação: veja histórias de professores que fazem a PND

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Mais de 1,08 milhão de inscritos participam, desde as 13h30 deste domingo (26), da primeira edição da Prova Nacional Docente (PND) em todo o país. A prova é etapa obrigatória para quem conclui um curso de licenciatura em 2025 e também para os professores que querem usar a nota do exame em um processo seletivo de docentes, feito por estados e municípios que aderiram ao chamado CNU dos Professores.

A prova tem a duração de 5 horas e 30 minutos e terminará às 19h, no horário de Brasília. Os candidatos, no entanto, podem deixar a sala de aplicação do exame após duas horas do início.

No Distrito Federal, um dos candidatos da PND é Francisco Gilvar Pereira da Silva, filho de um casal de analfabetos do Piauí. Aos 56 anos, ele concluirá o curso de letras – português em dezembro, sua segunda graduação. A vida nunca foi fácil para Francisco, que começou a trabalhar aos 7 anos como auxiliar no carregamento de areia e madeira de caminhões em Amarante (PI). A vinda para Brasília foi motivada pelo serviço militar. Mas, foi como auxiliar de limpeza, em uma escola privada de Brasília, e a proximidade com o meio acadêmico que a vontade de ser professor foi despertada em Francisco.


Brasília (DF), 26/10/2025 - Francisco Gilvan aguarda a abertura dos portões para realização da Prova Nacional Docente. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Brasília (DF), 26/10/2025 - Francisco Gilvan aguarda a abertura dos portões para realização da Prova Nacional Docente. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Francisco Gilvar aguarda a abertura dos portões para realização da Prova Nacional Docente – Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Dentro da instituição de ensino, ele galgou posições até o cargo de auxiliar administrativo, o que o influenciou na escolha do primeiro curso, o de administração. Ele foi o primeiro integrante da família a ter um curso superior, mas faltava algo para realizar o sonho. Então, conquistou uma bolsa de estudos e correu atrás do sonho de cursar a licenciatura que mais tem familiaridade com as letras, aquelas que seus parentes não conheciam. Os pais falecidos não terão a oportunidade de ver o filho com diploma na mão. Mas é para a terra natal que ele quer voltar para fazer a diferença na educação de outros “Franciscos e Franciscas”, como foi um dia em Amarante.

“Sinto uma emoção grande porque tenho vontade de retornar para o meu estado para dar oportunidade àqueles que não têm condições [de estudar], como eu não tive. E para ensinar, passar o meu conhecimento e um pouco da minha experiência para a frente. Será gratificante.”

Um sonho

Outro candidato no Distrito Federal, o indígena da etnia Marubo, Edinácio Silva Vargas, de 32 anos, aguardava o momento de cruzar o portão do Centro de Ensino Médio Paulo Freire, na Asa Norte, centro da capital federal, para fazer a Prova Nacional Docente. Ele contou à reportagem da Agência Brasil que desde que saiu da Terra Indígena (T.I.) Vale do Javari, em Cruzeiro do Sul (AC), tinha o sonho de ser professor de língua inglesa.

“Era um sonho antigo de querer falar outra língua. Ainda não estou fluente, mas falta pouco. Também penso nas perspectivas profissionais que o inglês pode proporcionar.”

Em sua trajetória de estudante, Edinácio se formou em gestão pública pela Universidade Estadual do Amazonas. Hoje, ele quer unir as duas formações superiores em benefício de seus futuros alunos.

“Com base nos últimos estágios obrigatórios que eu fiz, na licenciatura, eu quero dar apoio, mediar o conhecimento. Quero, com a minha profissão, ensinar, ajudar as pessoas, o que contribui na formação para a vida dos alunos. Eu gostei mesmo dessa ‘coisa’ de ajudar”, admite.

O exemplo arrasta

O futuro professor de educação física, Diego Lima, decidiu pelo exemplo. Como atleta paralímpico, o jovem conta que teve grandes mestres que lhe deram incentivo para competir. A dedicação desses professores o inspirou a ser um deles.

“Para mim, estar aqui, hoje, nessa última etapa, é muito gratificante, porque estou seguindo os grandes exemplos que tive.” Também é um orgulho para eles ver um aluno se formando e querendo ser um profissional assim como eles foram.”


Brasília (DF), 26/10/2025 - Diego Lima aguarda a abertura dos portões para realização da Prova Nacional Docente. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Brasília (DF), 26/10/2025 - Diego Lima aguarda a abertura dos portões para realização da Prova Nacional Docente. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Diego Lima aguarda para fazer a Prova Nacional Docente em Brasília. Foto Marcelo Camargo/Agência Brasil

Diego Lima nasceu com paralisia cerebral. Atualmente, além de estudante do último ano da graduação, ele é velocista cadeirante, depois de ter praticado atletismo, tênis e basquete de cadeira de rodas. A virada de chave na cabeça e no coração, que o fez pensar na docência, foi há dez anos.

Porém, a falta de recursos financeiros quase o fez abandonar a faculdade no meio do curso. Pelo Programa Atleta Cidadão, do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), que tem o objetivo de estimular o desenvolvimento pessoal e profissional, Diego Lima voltou a estudar e quer alçar novos voos após se formar.

“Agora, estou na fase de querer fazer a diferença na vida de outros atletas. Quando estiver na carreira de professor, quero dar sequência, passar o que aprendi para os futuros alunos e dar o conhecimento que eles precisam.”

Para Maíra Araújo dos Santos, de 23 anos, moradora da cidade de Itapoã, no Distrito Federal, os comportamentos de uma professora de química chamada Marina, no ensino médio, a influenciaram a decidir pelo curso.

 “Se a gente parar para pensar, tudo ao nosso redor é química. Eu quero mostrar para os estudantes que essa área é muito mais do que uma matéria que vai dar medo, como a professora Marina me ensinou.

Munida de caneta preta para fazer a prova, Maíra confessa que antes mesmo de pensar em ser professora, ela faz a prova neste domingo porque precisa comprovar a presença para, enfim, ter o aguardado diploma. “Essa prova é do Enade das Licenciaturas. Então, para a faculdade liberar meu diploma, preciso fazer a PND.”


Brasília (DF), 26/10/2025 - Maíra Santos aguarda a abertura dos portões para realização da Prova Nacional Docente. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Brasília (DF), 26/10/2025 - Maíra Santos aguarda a abertura dos portões para realização da Prova Nacional Docente. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Maíra Santos conta que o comportamento de uma professora de química, no ensino médio, a influenciou para fazer o curso – Foto Marcelo Camargo/Agência Brasil

Os candidatos respondem às questões da PND neste domingo, que têm o conteúdo baseado na mesma matriz da avaliação teórica do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) das Licenciaturas, que, desde a sua primeira edição em 2024, tem foco nos cursos de formação docente,

Carreira do cuidado

Se Maíra quer, com urgência, concluir o curso de química, o objetivo de Solange Oliveira Braga, formada em pedagogia, é ser aprovada no concurso da Secretaria de Educação do Distrito Federal, autorizado neste mês e que vai ser realizado em 2026. “Já estou estudando, porque no ano que vem já vai ter concurso da Secretaria de Educação do DF. Estou nesse propósito. Pretendo dar aulas a crianças menores 5 anos.” A vocação para a educação infantil ela diz ter percebido ao cuidar dos irmãos pequenos, na cidade mineira de São Francisco.  “Você lembra da sua infância, do cuidado com os irmãos e de como é bom aquele contato com crianças. É o amor verdadeiro.”

O pontapé que faltava para lecionar veio da própria família. “Tenho parentes que atuam nessa área. Então, fui me espelhando neles. Por isso, a vida toda eu sempre falei: quando eu estudar, quero ser professora”

Profissão que forma todas as outras

A estudante Marcela Silva Vaz, de 31 anos, também concluirá o curso de licenciatura em 2025. Ao mirar na estabilidade do serviço público e no salário certo todo início de mês, Marcela pensa ainda nas crianças em situação de vulnerabilidade econômica e social.  “Há muitas crianças carentes e algumas escolas deixam muito a desejar. Quero ser um diferencial nisso tudo, trabalhando no primeiro ano do ensino fundamental, onde o saber começa com o ensino para ler e escrever.” 


Brasília (DF), 26/10/2025 - Marcela Silva Vaz aguarda a abertura dos portões para realização da Prova Nacional Docente. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Brasília (DF), 26/10/2025 - Marcela Silva Vaz aguarda a abertura dos portões para realização da Prova Nacional Docente. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Marcela Silva Vaz quer trabalhar com crianças, no ensino fundamental – Foto Marcelo Camargo/Agência Brasil

Marcela explica que o professor da educação básica é o profissional que forma todos os outros.  

Sobre a realidade dentro de sala de aula, ela defende que as redes de ensino devem se adaptar melhor para o atendimento de estudantes neurodivergentes e com outras necessidades especiais. “Hoje em dia, há um número maior de crianças especiais nas escolas. Entendo que professores têm dificuldades e muitos não conseguem atingir bem o objetivo de ensinar, por diversos fatores. Mas aprendi a dar o meu máximo. Na escola, quero ser uma professora que dá a direção, em conjunto com a família. O professor tem que ter essa dedicação”.

Participantes

Segundo o Ministério da Educação (MEC), Brasília e demais cidades do DF aparecem na terceira posição entre as que têm maior número de inscritos (18.754), entre 1,08 milhão de inscritos. As primeiras colocações são do município de São Paulo (84.633), seguido pelo município do Rio de Janeiro (28.765). O estado com maior número de inscritos confirmados é São Paulo (253.895), seguido por Minas Gerais (97.113) e o Rio de Janeiro (72.230). 

Em relação às 17 áreas da licenciatura avaliadas neste domingo, a pedagogia liderou as inscrições na PND, com 560.576 pessoas confirmadas. Em segundo lugar, figura a área de letras – português, com 73.187 confirmações; seguida de matemática (72.530) e de educação física (65.911). 

A PND 

A PND será aplicada anualmente. A prova faz parte do programa Mais Professores para o Brasil, que reúne ações de reconhecimento e qualificação do magistério da educação básica e de incentivo à docência no país. 



Fonte: Agência Brasil

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Professores fazem a primeira edição da Prova Nacional Docente

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A professora da rede municipal de Duque de Caxias na Baixada Fluminense Ingrid Nascimento Abreu, de 60 anos, chegou antes dos portões abrirem, ao meio-dia,no Colégio Estadual Julia Kubitschek na região central do Rio para a realização da primeira edição da Prova Nacional Docente (PND) neste domingo (26). Professora de educação infantil e de autistas há quatro anos, ela disse estar disposta a ser chamada para outros municípios do Rio de Janeiro ou mesmo para outros estados.

“Onde estiver precisando, eu gostaria de ser chamada, como áreas quilombolas, indígenas. A função do professor é educar onde houver necessidade. A importância dessa prova foi para que se tenha essa possibilidade de fazer na sua cidade esse concurso nacional. O governo está focado na educação que é a base”, disse Ingrid.

Chamado de “CNU dos Professores” ou “Enem dos Professores”, o exame representa uma porta de entrada no magistério público brasileiro. As redes públicas de ensino poderão optar por usar as notas dos participantes da PND como mecanismo único ou complementar de seleção de docentes para seus quadros a partir de 2026. Ao todo, 1.086.914 inscritos fazem a prova neste ano. 

O professor da Educação de Jovens e Adultos (EJA) e do ensino médio da rede estadual na Ilha do Governador Vagner Bastos, de 64 anos, exerce sua profissão há dois anos e gostaria de trabalhar nas regiões periféricas do estado do Rio.

“Quero expandir as fronteiras no que se refere a essa linda iniciativa do governo federal que nos dá oportunidade de irmos a outros lugares e levarmos a palavra da educação. A educação não só é a base mas o princípio de uma sociedade. Uma sociedade só se faz democrática pela educação”, disse Bastos.

Recém-formada em letras habilitação português e literatura pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), Fernanda Lima Figueiredo da Silva, de 25 anos, vê a PND como a oportunidade para seu primeiro emprego.

“Estou com todo o conteúdo fresco na cabeça. Minha expectativa é alta. Estou preparada”, afirmou Fernanda que gostaria de atuar no Colégio de Aplicação da Uerj.

Sobre a PND

Com duração de cinco horas e trinta minutos, a prova tem a mesma matriz da avaliação teórica do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) das Licenciaturas, que, desde a sua edição, em 2024, foca nos cursos de formação docente. 

De acordo com o edital da PND 2025, a prova será composta por duas partes. A primeira trará questões sobre formação geral de todos os docentes e a outra será de componente específico.

A formação geral inclui 30 questões objetivas e uma discursiva, elaboradas a partir de temas ligados à formação docente.

A parte específica conta com 50 questões de múltipla escolha, voltadas ao conteúdo e às habilidades próprias de cada uma das 17 áreas da licenciatura. São elas: artes visuais; ciências biológicas; ciências sociais; computação; educação física; filosofia; física; geografia; história; letras (inglês); letras (português); letras (português e espanhol); letras (português e inglês); matemática; música; pedagogia e química.

Seleção de professores

Nesta edição, 1.508 municípios, incluindo 18 capitais, além de 22 secretarias estaduais de educação aderiam voluntariamente à prova.

Confira aqui as redes de ensino dos estados e cidades participantes da PND.

De acordo com o Ministério da Educação (MEC), a PND tem o objetivo de estimular a realização de concursos públicos e aumentar o aumento de professores efetivos nas redes de ensino do Brasil.

 



Fonte: Agência Brasil

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