O norte-americano detido ‘foi capturado em Caracas tirando fotos de instalações elétricas, petrolíferas e de unidades militares’, informou ministro do Interior em uma aparição no Parlamento, sem identificá-lo
EFE/ Rayner Peña Protestos que eclodiram após a proclamação da vitória de Maduro resultaram em 27 mortes e cerca de 2.400 pessoas detidas
A Venezuela prendeu o quarto cidadão americano nesta terça-feira (17), acusado de um suposto plano para assassinar o presidente Nicolás Maduro. A nova detenção se soma a outras anunciadas no sábado pelo ministro do Interior, o dirigente chavista Diosdado Cabello, em meio à crise surgida após as eleições de 28 de julho, denunciadas pela oposição como uma fraude, e que Estados Unidos, União Europeia e vários países da América Latina não reconhecem.
O cidadão americano detido “foi capturado em Caracas tirando fotos de instalações elétricas, petrolíferas e de unidades militares”, informou Cabello em uma aparição no Parlamento, sem identificá-lo. “Tenham certeza de que este senhor faz parte do plano contra a Venezuela (…): assassinar o presidente Nicolás Maduro, a (vice-presidente) Delcy Rodríguez e a minha pessoa”.
Outros estrangeiros detidos
Dois espanhóis e um tcheco também estão presos pelo caso, e as autoridades reportam a apreensão de 400 armas de guerra. Não está claro o local onde estão detidos, as acusações contra eles ou se foram apresentados perante um juiz. Seus países solicitaram “informações” à Venezuela. “Estão perguntando onde está seu pessoal, que maldade estamos fazendo com seu pessoal. Nós respeitamos os direitos humanos e eles estão sob a proteção das autoridades da Venezuela em um local seguro”, respondeu Cabello.
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Os três americanos detidos anteriormente foram identificados como Wilbert Castañeda – militar da ativa -, David Estrella e Aaron Barren Logan. Os espanhóis são José María Basoa e Andrés Martínez Adasme; e o tcheco, Jan Darmovrzal. Cabello disse que Castañeda era “o chefe” do complô. Não é a primeira vez que estrangeiros são detidos na Venezuela, acusados de conspiração.
Os americanos Luke Denman e Airan Berry foram condenados a 20 anos de prisão pela ‘Operação Gedeón’, um plano de invasão à Venezuela denunciado em 2020 pelo governo chavista que terminou com oito “mercenários” mortos. Ambos foram libertados em dezembro passado em uma troca de prisioneiros que levou à libertação do empresário colombiano Alex Saab, acusado de ser “laranja” de Maduro.
O ministro das Relações Exteriores da Espanha, José Manuel Albares, teve uma conversa telefônica com seu homólogo venezuelano, Yván Gil, e informou que Madri “vai exercer” proteção diplomática e consultar sobre os espanhóis detidos. Gil, por sua vez, insistiu que os presos fazem parte da agência de inteligência espanhola (CNI), afirmação que o governo espanhol nega. A Espanha não reconheceu a vitória de Maduro e nem a do candidato opositor Edmundo González Urrutia.
Oposição política
Um relatório da Missão Independente de Determinação dos Fatos sobre a Venezuela, criada pelo Conselho de Direitos Humanos da ONU em setembro de 2019, afirmou, nesta terça-feira, que a resposta das autoridades aos protestos que ocorreram após as eleições representou “um novo marco na deterioração do Estado de Direito”.
O documento, que examina a situação entre 1º de setembro de 2023 e 31 de agosto de 2024 com centenas de entrevistas e documentos, relata violações aos direitos humanos, incluindo crimes contra a humanidade, que considera parte de um “plano coordenado” para “silenciar” a oposição.
Os protestos que eclodiram após a proclamação da vitória de Maduro resultaram em 27 mortes e cerca de 2.400 pessoas detidas. “Estamos presenciando uma intensificação do aparato repressivo do Estado em resposta ao que percebe como críticas, oposição ou dissidência”, afirmou Marta Valiñas, presidente da missão.
Exilado na Espanha após ser alvo de um mandado de prisão, González Urrutia, que reivindica a vitória nas eleições presidenciais, afirmou em um comunicado que o relatório da missão de especialistas da ONU “mostra que os venezuelanos não estão sozinhos”.
O chefe da diplomacia dos Estados Unidos, Antony Blinken, conversou por telefone com a líder da oposição, María Corina Machado, e com o próprio González Urrutia, para expressar que a Casa Branca “continuará defendendo o retorno às liberdades democráticas” na Venezuela e “lutará para que a vontade dos eleitores seja respeitada”, disse Matthew Miller, porta-voz do Departamento de Estado americano.
O pontífice também disse orar ‘para que eles temam o julgamento da consciência, da história e de Deus, e convertam seus olhos e corações, sempre colocando o bem comum em primeiro lugar’
GIUSEPPE LAMI/EFE/EPA O papa acrescentou que ‘a Europa precisa da Bélgica para levar adiante o caminho da paz e da fraternidade entre os povos que a compõem’
O papa Francisco advertiu nesta sexta-feira (27) que “estamos próximos de uma quase guerra mundial” e espera que “aqueles que governam saibam assumir sua responsabilidade, o risco e a honra da paz”, durante seu discurso a autoridades belgas no Castelo de Laeken, em seu primeiro ato oficial na Bélgica. “Rezo para que os líderes das nações, ao olharem para a Bélgica e sua história, aprendam com ela e, assim, salvem seu povo de catástrofes intermináveis e luto incontável. Rezo para que aqueles que governam saibam assumir sua responsabilidade, o risco e a honra da paz, e saibam afastar o perigo, a ignomínia e o absurdo da guerra”, afirmou.
O pontífice também disse orar “para que eles temam o julgamento da consciência, da história e de Deus, e convertam seus olhos e corações, sempre colocando o bem comum em primeiro lugar”. Diante do rei belga Philippe e da rainha Mathilde e do primeiro-ministro em exercício, Alexander De Croo, com quem se reuniu nesta sexta-feira, o papa desejou que a Bélgica seja “uma ponte, portanto, indispensável para construir a paz e repudiar a guerra”. “Essa é a dimensão da pequena Bélgica. Você entende a necessidade da Europa de se lembrar de sua história, composta de povos e culturas, de catedrais e universidades, das conquistas da engenhosidade humana, mas também de tantas guerras e de um desejo de dominar que às vezes se transformou em colonialismo e exploração”, lembrou.
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O papa acrescentou que “a Europa precisa da Bélgica para levar adiante o caminho da paz e da fraternidade entre os povos que a compõem”, especialmente “se as fronteiras e os tratados começarem a ser desrespeitados, e o direito de criar leis for deixado às armas, subvertendo a lei existente, a caixa de Pandora será aberta e todos os ventos começarão a soprar violentamente, batendo contra a casa e ameaçando destruí-la”. O líder religioso pediu “ações culturais, sociais e políticas constantes e oportunas que sejam corajosas e prudentes e que excluam um futuro no qual a ideia e a prática da guerra, com suas consequências catastróficas, sejam novamente uma opção viável”.
*Com informações da EFE Publicado por Marcelo Bamonte
Vítima foi encontrada em um muro no quintal da casa de Lourival Correa Netto Fadiga, que trabalhava para a família da vítima e confessou ter cometido o crime
Quase sete meses após o seu desaparecimento, o corpo da advogada Anic de Almeida Peixoto Herdy foi encontrado pela Polícia Civil do Rio de Janeiro na quarta-feira (25) em Petrópolis, na região serrana do Rio. O corpo de Anic foi identificado por meio de exame odontológico, feito por peritos do Instituto Médico Legal do Rio e cujo resultado foi divulgado pela Polícia Civil nesta quinta-feira (26). Ele estava concretado em um muro no quintal da casa de Lourival Correa Netto Fadiga, que trabalhava para a família da vítima e confessou ter cometido o crime.
Em entrevista à TV Record, a advogada de Fadiga, Flávia Froes, afirmou que a morte de Anic foi planejada em conjunto pelo seu cliente e pelo marido da vítima, Benjamin Cordeiro Herdy, e que o sequestro era uma forma de encobrir o homicídio. O motivo do crime seria uma questão familiar, disse a advogada. A defesa de Benjamin Herdy nega que ele tenha participado do crime e classificou a confissão de Fadiga como “um ato de desespero e crueldade”.
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Anic tinha 54 anos, era advogada, estudante de Psicologia e casada com Benjamin Cordeiro Herdy, de 78 anos, herdeiro de uma família que foi proprietária de um importante grupo educacional no Rio. O casal vivia em Petrópolis, na serra fluminense. Ela foi vista pela última vez em 29 de fevereiro saindo de um shopping de Petrópolis. Câmeras de vigilância do estabelecimento mostraram que ela parou o carro no estacionamento, trocou mensagens por celular e, minutos depois, saiu do centro comercial, atravessando uma rua. No mesmo dia, Benjamin recebeu mensagem no celular informando que Anic havia sido sequestrada. As mensagens, enviadas do próprio celular da advogada, também traziam ameaças contra ela. Os sequestradores pediram R$ 4,6 milhões como resgate e orientaram o marido a não avisar a polícia.
O caso só foi informado à polícia 14 dias depois, por uma filha, e passou a ser investigado pela 105ª DP (Petrópolis). Àquela altura, o montante pedido pelos supostos sequestradores já havia sido pago e um áudio de conversa de telefone entre Benjamin e Lourival foi gravado pela filha. Quatro suspeitos foram presos, incluindo Lourival, que seria um homem de confiança da família e o mandante do crime. Ele se apresentava como policial federal, mas, segundo as investigações, nunca integrou os quadros da corporação. Além dele, um casal de filhos e uma mulher com quem ele teria um caso também foram presos. O Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) apresentou denúncia contra os suspeitos. Os investigadores tiveram acesso aos telefones de todos os envolvidos e cruzaram dados de localização do dia do sequestro e do pagamento dos resgates.
Segundo mostrou o Fantástico, da TV Globo, foi possível comprovar que Lourival não esteve em uma favela para supostamente pagar os criminosos – mas sim em uma concessionária na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio, onde comprou uma caminhonete avaliada em R$ 500 mil e uma moto. Também adquiriu 950 aparelhos celulares, que foram levados a uma loja da família. Os filhos estiveram na concessionária com o pai, e a mulher chegou a viajar a Foz do Iguaçu, no Paraná, para resolver pendências relativas à aquisição dos celulares. Os três também teriam ajudado a ocultar os valores do resgate.
*Com informações do Estadão Conteúdo Publicado por Marcelo Bamonte