Maduro, de 61 anos, ocupa o cargo desde 2013, e enfrenta Edmundo González Urrutia, de 74 anos; após a votação deste domingo (28), o dirigente Jorge Rodríguez deu a entender que a vitória pertencia ao governo
EFE/PRENSA MIRAFLORES Maduro colocou esta eleição como uma encruzilhada entre ‘paz ou guerra’ e advertiu que uma vitória da oposição pode levar a um ‘banho de sangue’
A Venezuela retém o fôlego durante a contagem dos votos da eleição presidencial deste domingo (28), na qual o mandatário esquerdista Nicolás Maduro tem em risco a continuidade de 25 anos de chavismo frente à oferta de mudança da oposição. Maduro, de 61 anos, ocupa o cargo desde 2013, ungido pelo líder socialista Hugo Chávez pouco antes de sua morte. Ele enfrenta Edmundo González Urrutia, de 74 anos, representante da carismática e popular líder opositora María Corina Machado, impedida de se candidatar devido a uma inabilitação política.
A votação foi encerrada às 18h00 (19h00 em Brasília) e Machado pediu aos apoiadores que permanecessem nos centros para vigiar a apuração. “Queremos pedir a todos os venezuelanos que fiquem em seus centros de votação, que estejam lá em vigília. Lutamos todos esses anos para este dia, esses são os minutos cruciais”, disse Machado em uma coletiva de imprensa, ao lado de González, que se declarou “mais do que satisfeito” com a jornada.
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No comando da campanha de Maduro, o dirigente Jorge Rodríguez deu a entender que a vitória pertencia ao governo. “Não podemos dar resultados, mas podemos dar rostos”, disse Rodríguez, esboçando um sorriso. “Foi a vitória de todos e de todas”, acrescentou acompanhado pelo número dois do chavismo, Diosdado Cabello, e outros dirigentes governistas, todos sorridentes enquanto Rodríguez falava. Um grupo de militantes chavistas saiu às ruas do centro de Caracas gritando “Que viva Chávez, que viva Maduro!”. Alguns fogos de artifícios foram lançados.
“Defender os votos”
O Conselho Nacional Eleitoral (CNE), de linha oficialista, espera até ter uma tendência irreversível para anunciar resultados e não dá informes parciais. Maduro garantiu que reconhecerá e defenderá o resultado divulgado pelo organismo eleitoral. “Reconheço e reconhecerei o árbitro eleitoral, os boletins oficiais e farei com que sejam respeitados”, disse.
A maioria das pesquisas favorece González, um diplomata de baixo perfil que se beneficia da grande popularidade de María Corina Machado, após anos de uma crise que contraiu o Produto Interno Bruto (PIB) em 80% e empurrou ao êxodo mais de sete milhões de pessoas, segundo dados da ONU. “Estamos preparados para defender até o último voto”, assegurou o candidato opositor mais cedo.
A oposição se uniu em uma coalizão contra Maduro após se marginalizar da eleição de 2018 por considerá-la fraudulenta. No entanto, denunciou irregularidades ao longo do processo e a prisão de cerca de 150 pessoas ligadas à campanha, 37 destas nos últimos dois dias.
“Participação apoteótica”
Estavam registrados para votar cerca de 21 milhões de eleitores, em uma população de 30 milhões, mas os especialistas estimam que somente cerca de 17 milhões poderão exercer esse direito, pois estão na Venezuela e não migraram. O voto não é obrigatório. “Estamos vendo uma participação apoteótica e eu me sinto muito orgulhosa. Estamos concretizando um sonho e uma luta de liberdade”, disse Machado à imprensa após votar em Caracas.
Maduro colocou esta eleição como uma encruzilhada entre “paz ou guerra” e advertiu que uma vitória da oposição pode levar a um “banho de sangue”, o que lhe valeu críticas dos presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e do Chile, Gabriel Boric, entre outros. González reiterou seu chamado às Forças Armadas para “respeitar a decisão do nosso povo”. Os militares são o principal suporte de Maduro, que assegura que lhe são leais. “Vimos uma jornada perfeitamente em paz”, indicou o ministro da Defesa, Vladimir Padrino. “Vamos observar permanentemente toda a situação”.
Poucos observadores
Nesta eleição está presente uma pequena delegação do Centro Carter, que indicou não ter capacidade de realizar uma “avaliação integral do processo de votação, contagem e tabulação” como tinha previsto fazer a União Europeia, excluída como observadora no final de maio. Um painel de quatro especialistas da ONU também acompanha a votação, embora seu relatório seja confidencial e só será compartilhado com o secretário-geral António Guterres.
Os Estados Unidos, que impulsionaram a eleição com um alívio das sanções que impuseram em 2019 após não reconhecerem a reeleição de Maduro no ano anterior, fizeram um chamado para respeitar o “processo democrático”. “Os Estados Unidos estão com o povo da Venezuela que expressou sua voz nas históricas eleições presidenciais de hoje.
A vontade do povo venezuelano deve ser respeitada”, afirmou a vice-presidente americana, Kamala Harris, na rede social X. Continuaremos trabalhando para alcançar um futuro mais democrático, próspero e seguro para o povo da Venezuela”, acrescentou Harris, candidata presidencial democrata.
Publicado por Carolina Ferreira *Com informações da AFP
O pontífice também disse orar ‘para que eles temam o julgamento da consciência, da história e de Deus, e convertam seus olhos e corações, sempre colocando o bem comum em primeiro lugar’
GIUSEPPE LAMI/EFE/EPA O papa acrescentou que ‘a Europa precisa da Bélgica para levar adiante o caminho da paz e da fraternidade entre os povos que a compõem’
O papa Francisco advertiu nesta sexta-feira (27) que “estamos próximos de uma quase guerra mundial” e espera que “aqueles que governam saibam assumir sua responsabilidade, o risco e a honra da paz”, durante seu discurso a autoridades belgas no Castelo de Laeken, em seu primeiro ato oficial na Bélgica. “Rezo para que os líderes das nações, ao olharem para a Bélgica e sua história, aprendam com ela e, assim, salvem seu povo de catástrofes intermináveis e luto incontável. Rezo para que aqueles que governam saibam assumir sua responsabilidade, o risco e a honra da paz, e saibam afastar o perigo, a ignomínia e o absurdo da guerra”, afirmou.
O pontífice também disse orar “para que eles temam o julgamento da consciência, da história e de Deus, e convertam seus olhos e corações, sempre colocando o bem comum em primeiro lugar”. Diante do rei belga Philippe e da rainha Mathilde e do primeiro-ministro em exercício, Alexander De Croo, com quem se reuniu nesta sexta-feira, o papa desejou que a Bélgica seja “uma ponte, portanto, indispensável para construir a paz e repudiar a guerra”. “Essa é a dimensão da pequena Bélgica. Você entende a necessidade da Europa de se lembrar de sua história, composta de povos e culturas, de catedrais e universidades, das conquistas da engenhosidade humana, mas também de tantas guerras e de um desejo de dominar que às vezes se transformou em colonialismo e exploração”, lembrou.
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O papa acrescentou que “a Europa precisa da Bélgica para levar adiante o caminho da paz e da fraternidade entre os povos que a compõem”, especialmente “se as fronteiras e os tratados começarem a ser desrespeitados, e o direito de criar leis for deixado às armas, subvertendo a lei existente, a caixa de Pandora será aberta e todos os ventos começarão a soprar violentamente, batendo contra a casa e ameaçando destruí-la”. O líder religioso pediu “ações culturais, sociais e políticas constantes e oportunas que sejam corajosas e prudentes e que excluam um futuro no qual a ideia e a prática da guerra, com suas consequências catastróficas, sejam novamente uma opção viável”.
*Com informações da EFE Publicado por Marcelo Bamonte
Vítima foi encontrada em um muro no quintal da casa de Lourival Correa Netto Fadiga, que trabalhava para a família da vítima e confessou ter cometido o crime
Quase sete meses após o seu desaparecimento, o corpo da advogada Anic de Almeida Peixoto Herdy foi encontrado pela Polícia Civil do Rio de Janeiro na quarta-feira (25) em Petrópolis, na região serrana do Rio. O corpo de Anic foi identificado por meio de exame odontológico, feito por peritos do Instituto Médico Legal do Rio e cujo resultado foi divulgado pela Polícia Civil nesta quinta-feira (26). Ele estava concretado em um muro no quintal da casa de Lourival Correa Netto Fadiga, que trabalhava para a família da vítima e confessou ter cometido o crime.
Em entrevista à TV Record, a advogada de Fadiga, Flávia Froes, afirmou que a morte de Anic foi planejada em conjunto pelo seu cliente e pelo marido da vítima, Benjamin Cordeiro Herdy, e que o sequestro era uma forma de encobrir o homicídio. O motivo do crime seria uma questão familiar, disse a advogada. A defesa de Benjamin Herdy nega que ele tenha participado do crime e classificou a confissão de Fadiga como “um ato de desespero e crueldade”.
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Anic tinha 54 anos, era advogada, estudante de Psicologia e casada com Benjamin Cordeiro Herdy, de 78 anos, herdeiro de uma família que foi proprietária de um importante grupo educacional no Rio. O casal vivia em Petrópolis, na serra fluminense. Ela foi vista pela última vez em 29 de fevereiro saindo de um shopping de Petrópolis. Câmeras de vigilância do estabelecimento mostraram que ela parou o carro no estacionamento, trocou mensagens por celular e, minutos depois, saiu do centro comercial, atravessando uma rua. No mesmo dia, Benjamin recebeu mensagem no celular informando que Anic havia sido sequestrada. As mensagens, enviadas do próprio celular da advogada, também traziam ameaças contra ela. Os sequestradores pediram R$ 4,6 milhões como resgate e orientaram o marido a não avisar a polícia.
O caso só foi informado à polícia 14 dias depois, por uma filha, e passou a ser investigado pela 105ª DP (Petrópolis). Àquela altura, o montante pedido pelos supostos sequestradores já havia sido pago e um áudio de conversa de telefone entre Benjamin e Lourival foi gravado pela filha. Quatro suspeitos foram presos, incluindo Lourival, que seria um homem de confiança da família e o mandante do crime. Ele se apresentava como policial federal, mas, segundo as investigações, nunca integrou os quadros da corporação. Além dele, um casal de filhos e uma mulher com quem ele teria um caso também foram presos. O Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) apresentou denúncia contra os suspeitos. Os investigadores tiveram acesso aos telefones de todos os envolvidos e cruzaram dados de localização do dia do sequestro e do pagamento dos resgates.
Segundo mostrou o Fantástico, da TV Globo, foi possível comprovar que Lourival não esteve em uma favela para supostamente pagar os criminosos – mas sim em uma concessionária na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio, onde comprou uma caminhonete avaliada em R$ 500 mil e uma moto. Também adquiriu 950 aparelhos celulares, que foram levados a uma loja da família. Os filhos estiveram na concessionária com o pai, e a mulher chegou a viajar a Foz do Iguaçu, no Paraná, para resolver pendências relativas à aquisição dos celulares. Os três também teriam ajudado a ocultar os valores do resgate.
*Com informações do Estadão Conteúdo Publicado por Marcelo Bamonte