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Síndrome de BurnOn: Precisamos de uma nova síndrome?

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Fenômeno é evidenciado quando indivíduos estão constantemente à beira do esgotamento no trabalho, mas continuam a desempenhar suas atividades profissionais normalmente, inclusive demonstrando produtividade

Banco de imagens/PexelsBurnout
Síndrome foi descrita em 2021 pelos pesquisadores alemães Timo Schiele e Bert te Wildt em seu livro ‘Burnon: Sempre à Beira do Burnout’

A síndrome de BurnOn foi descrita em 2021 pelos pesquisadores alemães Timo Schiele e Bert te Wildt em seu livro “Burnon: Sempre à Beira do Burnout” (em tradução livre para o português). De acordo com os pesquisadores, trata-se de um fenômeno relacionado ao trabalho no qual indivíduos estão constantemente à beira do esgotamento, mas continuam a desempenhar suas atividades profissionais, inclusive demonstrando uma aparência de produtividade e sucesso. Os autores justificaram a criação de uma nova categoria para a descrição de um fenômeno clínico pela necessidade de categorizar os pacientes com maior precisão. Assim surge a Síndrome de BrunOn, como fenômeno crônico, sendo a síndrome de Burnout um fenômeno mais agudo.

É fundamental destacar que se trata de uma síndrome que não é reconhecida pela comunidade médica mundial e não há nenhuma definição oficial sobre este quadro, de acordo com as duas classificações mais utilizadas em saúde mental globalmente – CID-11 (Classificação Internacional das Doenças, 11ª Revisão, da Organização Mundial da Saúde) e DSM-5-TR (Manual Diagnóstico e Estatístico dos Transtornos Mentais, 5ª edição, texto revisado, da Associação Americana de Psiquiatria).

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Inclusive não há pesquisas científicas que justifiquem a criação de um novo diagnóstico em psiquiatria, já que as atuais classificações já são suficientes para descrever os transtornos psiquiátricos que estão associados ao trabalho. A síndrome de Burnout, por exemplo, é definida na CID-11 como uma síndrome resultante de estresse crônico no ambiente de trabalho que não foi bem manejado. Ela é caracterizada por três dimensões:

– Sensação de falta de energia ou exaustão;
– Aumento da distância mental em relação ao trabalho, ou sentimentos negativos ou cínicos relacionados ao trabalho;
– Sensação de ineficácia e falta de realização.

Duas questões sobre a síndrome de Burnout devem ser pontuadas. A primeira é que, apesar de estar descrita na CID-11, ela não é considerada um transtorno psiquiátrico. A própria Organização Mundial da Saúde, em seu site oficial, esclarece que a síndrome de Burnout é um fenômeno ocupacional e não é classificado como uma condição médica. O segundo ponto é que há várias discussões e discordâncias na comunidade científica sobre a própria validade da síndrome de Burnout. Diversos especialistas argumentam que a síndrome não é diferente da depressão e, inclusive, pode ser apenas outra forma dela. Os sintomas principais da síndrome de Burnout, como exaustão emocional e desempenho reduzido, também são comuns em quadros depressivos, o que pode sugerir que a classificação atual como uma síndrome única não é justificada.

A medicina é uma ciência aplicada que necessita de classificações para os fenômenos que estuda. No campo da psiquiatria, os diagnósticos são importantes a fim de guiar os estudos científicos, permitindo estudar sobre as causas, prevalência, desfechos clínicos e métodos de tratamento. Eles servem para que haja uma linguagem comum entre os profissionais de saúde mental e também ajudam os pacientes ao fornecerem detalhes sobre seu adoecimento mental. Em psiquiatria, utiliza-se o método fenomenológico, no qual a arte do clínico reside em fazer as perguntas certas e em observar os fenômenos com precisão. Dessa maneira os diagnósticos são construídos com base no que pode ser diretamente observado pelos profissionais ou relatado pelos pacientes.

Quando subdiagnosticamos pacientes, corremos o risco de não identificar doenças que podem ser tratadas. Por outro lado, se os diagnosticamos em demasia, podemos acabar tratando problemas que eles não possuem. Uma consequência da criação desnecessária de novas síndromes, como a síndrome de BurnOn, é a falha em identificar fatores de estresse social que produzem sofrimento mental. Uma síndrome inevitavelmente coloca o foco da patologia no indivíduo e não nas circunstâncias sociais em que vivemos.

Já é bem estabelecida na literatura científica a relação entre o ambiente de trabalho e o sofrimento mental. Nossa sociedade frequentemente valoriza a produtividade desmedida como um marcador de realização profissional. Em uma sociedade dominada pela ideia de que está dentro do poder de cada indivíduo de se tornar o que quer que seja, mesmo apesar da existência de estruturas sociais profundas que impactam diretamente nessas realizações, há uma incessante valorização do trabalho às custas da saúde mental das pessoas.

Diversos sinais de alarme indicam um adoecimento associado ao trabalho, como irritabilidade, humor depressivo, crises de ansiedade, perda de motivação, negligência do autocuidado, sono de baixa qualidade, dores de cabeça frequentes, cansaço crônico. É fundamental que pacientes que apresentam esses sintomas procurem auxílio de profissionais de saúde mental. Muitos pacientes poderão apresentar diagnósticos psiquiátricos já bem estabelecidos na literatura médica, como transtorno depressivo maior ou transtorno de ansiedade generalizada, sem que haja necessidade de ser criada uma nova categoria diagnóstica, o que pode confundir ainda mais as pessoas.

Com a tecnologia e a globalização, observa-se o fenômeno de pessoas constantemente conectadas ao trabalho, sem descanso adequado e negligenciando diversas áreas de sua vida pessoal. Há uma sensação de sobrecarga constante, tornando difícil separar as fronteiras entre trabalho e vida pessoal. Características individuais também são uma peça importante nesse processo, e há uma maior tendência de adoecimento naqueles indivíduos com traços de perfeccionismo e maior tendência de dedicação patológica ao trabalho. A cultura organizacional das empresas também é algo a ser repensado, já que ambientes que favorecem uma maior competitividade e pressão por resultados são capazes de criar um local tóxico onde os indivíduos adoecem.

Mais importante do que criar uma nova categoria diagnóstica, é fundamental que as pessoas cuidem de sua saúde mental, cultivando hábitos de vida saudáveis, como reservar tempo para atividades de lazer, praticar exercícios físicos regularmente, seguir uma dieta saudável e garantir um sono adequado – bem como as empresas seguirem diretrizes que respeitem os limites dos indivíduos.

A OMS (Organização Mundial da Saúde) oferece em seu site oficial uma série de resumos e cartilhas que dão dicas para que as empresas cultivem um ambiente organizacional adequado à saúde mental daqueles que empregam – e seus estudos apontam inclusive para uma maior produtividade e resultados por parte das empresas que as adotam. Desta forma, precisaremos cada vez menos de novas categorias, podendo cuidar daquelas que já dão conta do sofrimento psíquico tão comum aos tempos que vivemos.

* Por Dr. Gustavo Bonini Castellana – CRM 117.124 l RQE 38.983

Médico Psiquiatra Forense, mestre e doutor pela Faculdade de Medicina da USP.
Sócio-diretor da Ethos Psiquiatria





Fonte: Jovem Pan

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ENQUETE – MORNING SHOW – Você toma precauções no trânsito contra assaltos?

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Você toma precauções no trânsito contra assaltos?

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*As enquetes do Grupo de Comunicação Jovem Pan não possuem caráter científico e só refletem a opinião de sua audiência.



Fonte: Jovem Pan

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‘Estamos próximos de uma guerra quase mundial’, alerta papa Francisco

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O pontífice também disse orar ‘para que eles temam o julgamento da consciência, da história e de Deus, e convertam seus olhos e corações, sempre colocando o bem comum em primeiro lugar’

GIUSEPPE LAMI/EFE/EPAPapa Francisco preside Santa Missa da Vigília Pascal na Noite Santa de Páscoa na Basílica de São Pedro
O papa acrescentou que ‘a Europa precisa da Bélgica para levar adiante o caminho da paz e da fraternidade entre os povos que a compõem’

O papa Francisco advertiu nesta sexta-feira (27) que “estamos próximos de uma quase guerra mundial” e espera que “aqueles que governam saibam assumir sua responsabilidade, o risco e a honra da paz”, durante seu discurso a autoridades belgas no Castelo de Laeken, em seu primeiro ato oficial na Bélgica. “Rezo para que os líderes das nações, ao olharem para a Bélgica e sua história, aprendam com ela e, assim, salvem seu povo de catástrofes intermináveis e luto incontável. Rezo para que aqueles que governam saibam assumir sua responsabilidade, o risco e a honra da paz, e saibam afastar o perigo, a ignomínia e o absurdo da guerra”, afirmou.

O pontífice também disse orar “para que eles temam o julgamento da consciência, da história e de Deus, e convertam seus olhos e corações, sempre colocando o bem comum em primeiro lugar”. Diante do rei belga Philippe e da rainha Mathilde e do primeiro-ministro em exercício, Alexander De Croo, com quem se reuniu nesta sexta-feira, o papa desejou que a Bélgica seja “uma ponte, portanto, indispensável para construir a paz e repudiar a guerra”. “Essa é a dimensão da pequena Bélgica. Você entende a necessidade da Europa de se lembrar de sua história, composta de povos e culturas, de catedrais e universidades, das conquistas da engenhosidade humana, mas também de tantas guerras e de um desejo de dominar que às vezes se transformou em colonialismo e exploração”, lembrou.

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O papa acrescentou que “a Europa precisa da Bélgica para levar adiante o caminho da paz e da fraternidade entre os povos que a compõem”, especialmente “se as fronteiras e os tratados começarem a ser desrespeitados, e o direito de criar leis for deixado às armas, subvertendo a lei existente, a caixa de Pandora será aberta e todos os ventos começarão a soprar violentamente, batendo contra a casa e ameaçando destruí-la”. O líder religioso pediu “ações culturais, sociais e políticas constantes e oportunas que sejam corajosas e prudentes e que excluam um futuro no qual a ideia e a prática da guerra, com suas consequências catastróficas, sejam novamente uma opção viável”.

*Com informações da EFE
Publicado por Marcelo Bamonte





Fonte: Jovem Pan

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Corpo de Anic, advogada que desapareceu em Petrópolis, é encontrado concretado em quintal

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Vítima foi encontrada em um muro no quintal da casa de Lourival Correa Netto Fadiga, que trabalhava para a família da vítima e confessou ter cometido o crime

Quase sete meses após o seu desaparecimento, o corpo da advogada Anic de Almeida Peixoto Herdy foi encontrado pela Polícia Civil do Rio de Janeiro na quarta-feira (25) em Petrópolis, na região serrana do Rio. O corpo de Anic foi identificado por meio de exame odontológico, feito por peritos do Instituto Médico Legal do Rio e cujo resultado foi divulgado pela Polícia Civil nesta quinta-feira (26). Ele estava concretado em um muro no quintal da casa de Lourival Correa Netto Fadiga, que trabalhava para a família da vítima e confessou ter cometido o crime.

Em entrevista à TV Record, a advogada de Fadiga, Flávia Froes, afirmou que a morte de Anic foi planejada em conjunto pelo seu cliente e pelo marido da vítima, Benjamin Cordeiro Herdy, e que o sequestro era uma forma de encobrir o homicídio. O motivo do crime seria uma questão familiar, disse a advogada. A defesa de Benjamin Herdy nega que ele tenha participado do crime e classificou a confissão de Fadiga como “um ato de desespero e crueldade”.

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Anic tinha 54 anos, era advogada, estudante de Psicologia e casada com Benjamin Cordeiro Herdy, de 78 anos, herdeiro de uma família que foi proprietária de um importante grupo educacional no Rio. O casal vivia em Petrópolis, na serra fluminense. Ela foi vista pela última vez em 29 de fevereiro saindo de um shopping de Petrópolis. Câmeras de vigilância do estabelecimento mostraram que ela parou o carro no estacionamento, trocou mensagens por celular e, minutos depois, saiu do centro comercial, atravessando uma rua. No mesmo dia, Benjamin recebeu mensagem no celular informando que Anic havia sido sequestrada. As mensagens, enviadas do próprio celular da advogada, também traziam ameaças contra ela. Os sequestradores pediram R$ 4,6 milhões como resgate e orientaram o marido a não avisar a polícia.

O caso só foi informado à polícia 14 dias depois, por uma filha, e passou a ser investigado pela 105ª DP (Petrópolis). Àquela altura, o montante pedido pelos supostos sequestradores já havia sido pago e um áudio de conversa de telefone entre Benjamin e Lourival foi gravado pela filha. Quatro suspeitos foram presos, incluindo Lourival, que seria um homem de confiança da família e o mandante do crime. Ele se apresentava como policial federal, mas, segundo as investigações, nunca integrou os quadros da corporação. Além dele, um casal de filhos e uma mulher com quem ele teria um caso também foram presos. O Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) apresentou denúncia contra os suspeitos. Os investigadores tiveram acesso aos telefones de todos os envolvidos e cruzaram dados de localização do dia do sequestro e do pagamento dos resgates.

Segundo mostrou o Fantástico, da TV Globo, foi possível comprovar que Lourival não esteve em uma favela para supostamente pagar os criminosos – mas sim em uma concessionária na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio, onde comprou uma caminhonete avaliada em R$ 500 mil e uma moto. Também adquiriu 950 aparelhos celulares, que foram levados a uma loja da família. Os filhos estiveram na concessionária com o pai, e a mulher chegou a viajar a Foz do Iguaçu, no Paraná, para resolver pendências relativas à aquisição dos celulares. Os três também teriam ajudado a ocultar os valores do resgate.

*Com informações do Estadão Conteúdo
Publicado por Marcelo Bamonte





Fonte: Jovem Pan

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