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Internacional

Brasil manterá esforço do Brics por opção de comércio em moedas locais

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No documento que define suas prioridades ao longo deste ciclo do Brics, a presidência do Brasil do bloco se comprometeu a desenvolver uma plataforma que permita aos países-membros usarem suas próprias moedas para o comércio entre eles.

“De forma a cumprir o mandato estabelecido pelos líderes do Brics na Cúpula de Johanesburgo em 2023, a presidência do Brasil dará continuidade aos esforços de cooperação para desenvolver instrumentos de pagamento locais que facilitem o comércio e o investimento, aproveitando sistemas de pagamento mais acessíveis, transparentes, seguros e inclusivos”, informa o documento.

A medida contraria os interesses dos Estados Unidos, que iniciaram uma guerra comercial com a elevação de tarifas para alguns mercados e produtos, incluindo o aço e alumínio, mercadorias que o Brasil exporta para o país norte-americano.

Nessa quinta-feira (13), antes de se reunir com o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, que faz parte do Brics, o presidente Trump disse que o bloco estaria “morto” depois das ameaças que fez de taxar em 100% as importações dos países que substituam o dólar.

Por sua vez, o documento da presidência brasileira do Brics afirma que o “recurso insensato ao unilateralismo e a ascensão do extremismo em várias partes do mundo ameaçam a estabilidade global e aprofundam as desigualdades”.

O documento completa dizendo que “o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem destacado o potencial do Brics como espaço para construção das soluções de que o mundo tanto precisa. Mais do que nunca, a capacidade coletiva de negociar e superar conflitos por meio da diplomacia se mostra crucial. Nosso agrupamento dialoga com todos e está na vanguarda dos que defendem a reforma da governança global”.


Brasília (DF), 25/10/2024 - O professor de ciência política da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFGRS), Fabiano Mielniczu. Foto: Fabiano Mielniczu/Arquivo Pessoal
Brasília (DF), 25/10/2024 - O professor de ciência política da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFGRS), Fabiano Mielniczu. Foto: Fabiano Mielniczu/Arquivo Pessoal

Professor de ciência política da UFRGS Fabiano Mielniczuk – Fabiano Mielniczuk/Arquivo Pessoal

Desdolarização

O professor de ciência política Fabiano Mielniczuk, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFGRS), destacou que o Brasil terá que deixar mais claro para o mundo o que significa esse tipo de mecanismo de pagamento em moeda local.

“O Brasil tem enfatizado bastante, principalmente na figura do seu Sherpa novo, o [embaixador] Maurício Lirio, que não pretende avançar no sentido da desdolarização das relações econômicas internacionais. O Brasil não quer criar atritos com os EUA. E o Brasil precisa deixar claro até que ponto a criação de mecanismos para pagamento em moeda local no âmbito do Brics representa, ou não, uma alternativa ao dólar”, ponderou.

Para especialistas consultados pela Agência Brasil, os EUA buscam preservar sua hegemonia econômica global, que tem no dólar como moeda internacional uma das suas principais vantagens. Por outro lado, os países do Brics defendem que o uso de moedas locais para o comércio traz benefícios econômicos e reduz fragilidades externas, pois os países não precisariam recorrer sempre ao dólar para o comércio exterior.

A professora de relações internacionais da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) Ana Elisa Saggioro Garcia avalia que a nota do Brasil não trouxe novidades em relação ao que já vinha sendo discutido no âmbito do bloco em relação aos meios de pagamento, faltando ainda detalhar como isso seria implementado.


Brasília (DF) 14/02/2025 - Professora de Relações Internacionais da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro e pesquisadora do BRICS Policy Center, Ana Elisa Saggioro Garcia
Foto: Ana Elisa Saggioro Garcia/Arquivo pessoal
Brasília (DF) 14/02/2025 - Professora de Relações Internacionais da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro e pesquisadora do BRICS Policy Center, Ana Elisa Saggioro Garcia
Foto: Ana Elisa Saggioro Garcia/Arquivo pessoal

Professora de Relações Internacionais da UFRRJ e pesquisadora do Brics Policy Center, Ana Elisa Saggioro Garcia – Ana Elisa Saggioro Garcia/Arquivo Pessoal

“Há muito o que se fazer para enfrentar esse período Trump. Acho que se, de fato, o Brics conseguir avançar em facilitar o comércio interno dentro do bloco, à revelia das tarifas impostas, avançando nos descontos de transações de crédito e no financiamento do comércio em moedas locais, vamos ter um avanço significativo”, comentou Ana Elisa, que é pesquisadora do Brics Policy Center, da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio).

IA e indústria

O Brasil ainda promete fortalecer a recém-criada Rede de Think Thanks sobre Finanças e a cooperação em infraestrutura, tributação e aduanas, assim como aprofundar a Parceria Brics para a Nova Revolução Industrial (PartNIR), “cujo objetivo é a diversificação e a atualização tecnológica da base industrial dos países do agrupamento”.

A regulação da Inteligência Artificial (IA) é outra agenda da presidência brasileira no Brics. Para o professor Fabiano Mielniczuk, o Brasil e os Brics precisam avançar na proteção dos dados produzidos nos países.

“Esses dados estão gerando riqueza para as big techs. O Brasil deveria focar na dimensão econômica da economia de dados que está por trás da geração de modelos de IA e não apenas regular o uso da IA. Se o viés econômico de economia de dados avançar no tratamento de IAs, aí os interesses do Sul Global vão ser atendidos”, argumentou o especialista em Brics.

FMI e Banco Mundial

No documento que detalha as prioridades da presidência brasileira, o país se comprometeu ainda a promover a defesa da reforma das instituições financeiras internacionais, em especial, do Banco Mundial e Fundo Monetário Internacional (FMI).

“A presidência brasileira pretende aumentar a representação dos países em desenvolvimento em posições de liderança [no FMI e Banco Mundial], refletindo melhor as contribuições das nações do Sul Global para a economia mundial, bem como objetiva trabalhar para aprimorar iniciativas como o Novo Banco de Desenvolvimento e o Arranjo de Reservas para Contingências”, diz o texto.

O Arranjo de Reservas para Contingências do Brics (CRA), criado em 2014, provê suporte para os países com recursos para casos de crises de liquidez das economias do bloco. O CRA conta com, ao menos, US$ 100 bilhões em reservas. Já o Novo Banco de Desenvolvimento (NBD) é o banco dos Brics, atualmente comandado pela ex-presidenta brasileira, Dilma Rousseff, que tem defendido a expansão do uso de moedas locais.



Fonte: Agência Brasil

Internacional

Lula participa de Cúpula da Ásia do Leste

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva cumpre, nesta segunda-feira (27), o seu quinto dia de agenda no Sudeste Asiático. Em Kuala Lumpur, capital da Malásia, ele participa da abertura da 20ª Cúpula da Ásia do Leste. Em seguida, será recebido em um jantar de gala, oferecido pelo presidente da Malásia, Anwar Ibrahim, e pela primeira-dama, Wan Azizah Wan Ismail.  

Lula está em viagem pelo Sudeste Asiático desde quinta-feira passada (23). Ele realizou visita oficial à Indonésia, onde tratou principalmente da cooperação econômica entre o Brasil e o país asiático. No dia 24, embarcou para Kuala Lumpur, na Malásia, onde participou da 47ª Cúpula da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) e do Fórum Bilateral Brasil-Malásia e cumpriu uma série de encontros bilaterais. 

Tarifas

Uma dessas reuniões foi com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. No encontro, os dois líderes debateram as tarifas impostas a produtos brasileiros, a situação da Venezuela e a 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas – COP 30, a ser realizada em Belém, em novembro deste ano.

Em entrevista após a reunião, Lula disse que está otimista em relação à suspensão do tarifaço imposto pelos Estados Unidos e que, em poucos dias, os países deverão chegar a um acordo.

 



Fonte: Agência Brasil

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Internacional

Lula: Em poucos dias teremos uma solução definitiva entre EUA e Brasil

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou na madrugada desta segunda-feira (27) estar “convencido” de que em poucos dias haverá um acordo definitivo entre Estados Unidos e Brasil sobre o tema da taxação

“Estou convencido de que, em poucos dias, teremos uma solução definitiva entre Estados Unidos e Brasil para que a vida siga boa e alegre do jeito que dizia o Gonzaguinha na sua música”, afirmou o presidente em coletiva de imprensa em Kuala Lumpur, na Malásia.

O presidente disse estar muito otimista com a reunião ocorrida com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e afirmou ter entregado um documento com temas que pretende abordar nas negociações.

“Eu estou muito otimista com a reunião de ontem e acho que nós vamos encontrar uma solução para o tarifaço. Não estou reivindicando nada que não seja justo para o Brasil e tenho, do meu lado, a verdade mais verdadeira do mundo: os Estados Unidos não têm déficit com o Brasil”, destacou.

Perguntado por jornalista estrangeiro se Trump fez alguma promessa ao Brasil, Lula brincou dizendo que não é santo para receber promessas. “Pra mim, o que ele tem que fazer é compromisso. E o compromisso que ele fez é que ele pretende fazer um acordo de muita boa qualidade com o Brasil.” 



Fonte: Agência Brasil

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Argentinos vão às urnas para renovar Câmara e Senado

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Os argentinos já estão nas ruas neste domingo (26) para votar nas eleições legislativas que irão renovar 127 vagas da Câmara dos Deputados e 24 do Senado. Os centros eleitorais estão abertos desde as 8h à espera de 35 milhões de eleitores. A votação se encerrará às 18h (horário local), em todas as províncias.  

O novo processo eleitoral determinará a composição do Congresso para os dois últimos anos de mandato do presidente Javier Milei. Internamente, o pleito é visto como um referendo que irá avaliar o impacto das profundas políticas de austeridade do presidente argentino. 

Renovação 

Metade da Câmara dos Deputados da Argentina, ou seja, 127 cadeiras, bem como um terço do Senado, ou seja, 24 cadeiras, estão em disputa. A corrida mais relevante se dará na província de Buenos Aires, onde um grande número de vagas é disputado.

A previsão no país é que os primeiros resultados sejam divulgados às 23h.  

*Com informações da Agência Reuters e TeleSur 



Fonte: Agência Brasil

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