Eles combinam bem com uma variedade de pratos, especialmente os que possuem sabores intensos e texturas ricas; é interessante servi-los a uma temperatura ligeiramente mais alta que a dos brancos tradicionais
Arquivo Pessoal/Esper Chacur Filho Regiões como a Geórgia, Itália e Eslovênia são especialmente conhecidas pela produção tradicional do vinho laranja
O vinho chamado de “laranja” parece ser uma grande novidade — contando que dez anos, para vinhos, é pouco tempo —, entretanto, trata-se de uma volta às origens no que tange os processos de vinificação e produção de vinhos. Eles são produzidos a partir de uvas brancas, mas com um processo de vinificação semelhante ao dos vinhos tintos, onde as cascas das uvas permanecem em contato com o mosto por um período prolongado. Esse método, conhecido como maceração pelicular, confere ao vinho uma cor que varia do dourado ao âmbar, daí o nome “vinho laranja”.
O processo de produção desses vinhos resulta em características distintas tanto no sabor quanto no aroma. Eles tendem a apresentar notas de frutas secas, mel, nozes, especiarias e, por vezes, um leve toque oxidativo, que contribui para uma complexidade notável. Além disso, a presença das cascas confere aos vinhos laranjas uma estrutura tânica mais robusta, algo incomum para vinhos brancos, o que os torna especialmente interessantes na harmonização com alimentos.
Os vinhos laranjas são frequentemente associados a métodos de vinificação naturais ou minimalistas, onde há pouca ou nenhuma adição de sulfitos e os processos são conduzidos com o mínimo de intervenção. Regiões como a Geórgia, Itália e Eslovênia são especialmente conhecidas pela produção tradicional desses vinhos, embora sua popularidade esteja se espalhando por outras partes do mundo. No Brasil, várias vinícolas têm produzido vinhos laranja, sempre acreditando no potencial de acidez de tais vinhos, resultado de um terroir absolutamente apropriado para a produção de tais vinhos.
Por serem vinhos muito versáteis, eles combinam bem com uma variedade de pratos, especialmente os que possuem sabores intensos e texturas ricas, como pratos da culinária asiática, carnes brancas e queijos envelhecidos. Para apreciá-los ao máximo, é interessante servir os vinhos laranjas a uma temperatura ligeiramente mais alta que a dos brancos tradicionais, porém não a temperatura ambiente, permitindo que suas nuances sejam plenamente percebidas.
Vou deixar algumas sugestões de vinhos laranja, a começar por dois produzidos por aqui. O primeiro é o Viapiana Exóticos Laranja, produzido em Flores da Cunha (RS), a partir da rara casta Gros Manseng. A outra sugestão é o Arancione da Vinícola Villaggio Conti, de Santa Catarina, produzido a partir de um blend das castas Ribolla Gialla, Grechetto, Vermentino e Malvásia. Dos franceses, um excepcional e bem acessível é o Si Rose da Domaine Binner, Alsácia, complexo e agradável ao paladar. Os argentinos têm investido na produção dos Laranjas e de lá sugiro o Abismal Herrencia Torrontés Naranjo, que, segundo o produtor, apresenta estrutura na boca marcado por acidez no final. Por fim, o mais cultuado vinho laranja, o Gravner Ribolla Anfora, é produzido a partir da uva Ribolla Gialla, uma casta branca ancestral e nativa de Friuli. Aqui, também, para conhecer os vinhos mais gastronômicos que têm vindo ao mercado, é importante se despir de preconceitos e paradigmas falsos e provar, beber. Salut!
*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.
O pontífice também disse orar ‘para que eles temam o julgamento da consciência, da história e de Deus, e convertam seus olhos e corações, sempre colocando o bem comum em primeiro lugar’
GIUSEPPE LAMI/EFE/EPA O papa acrescentou que ‘a Europa precisa da Bélgica para levar adiante o caminho da paz e da fraternidade entre os povos que a compõem’
O papa Francisco advertiu nesta sexta-feira (27) que “estamos próximos de uma quase guerra mundial” e espera que “aqueles que governam saibam assumir sua responsabilidade, o risco e a honra da paz”, durante seu discurso a autoridades belgas no Castelo de Laeken, em seu primeiro ato oficial na Bélgica. “Rezo para que os líderes das nações, ao olharem para a Bélgica e sua história, aprendam com ela e, assim, salvem seu povo de catástrofes intermináveis e luto incontável. Rezo para que aqueles que governam saibam assumir sua responsabilidade, o risco e a honra da paz, e saibam afastar o perigo, a ignomínia e o absurdo da guerra”, afirmou.
O pontífice também disse orar “para que eles temam o julgamento da consciência, da história e de Deus, e convertam seus olhos e corações, sempre colocando o bem comum em primeiro lugar”. Diante do rei belga Philippe e da rainha Mathilde e do primeiro-ministro em exercício, Alexander De Croo, com quem se reuniu nesta sexta-feira, o papa desejou que a Bélgica seja “uma ponte, portanto, indispensável para construir a paz e repudiar a guerra”. “Essa é a dimensão da pequena Bélgica. Você entende a necessidade da Europa de se lembrar de sua história, composta de povos e culturas, de catedrais e universidades, das conquistas da engenhosidade humana, mas também de tantas guerras e de um desejo de dominar que às vezes se transformou em colonialismo e exploração”, lembrou.
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O papa acrescentou que “a Europa precisa da Bélgica para levar adiante o caminho da paz e da fraternidade entre os povos que a compõem”, especialmente “se as fronteiras e os tratados começarem a ser desrespeitados, e o direito de criar leis for deixado às armas, subvertendo a lei existente, a caixa de Pandora será aberta e todos os ventos começarão a soprar violentamente, batendo contra a casa e ameaçando destruí-la”. O líder religioso pediu “ações culturais, sociais e políticas constantes e oportunas que sejam corajosas e prudentes e que excluam um futuro no qual a ideia e a prática da guerra, com suas consequências catastróficas, sejam novamente uma opção viável”.
*Com informações da EFE Publicado por Marcelo Bamonte
Vítima foi encontrada em um muro no quintal da casa de Lourival Correa Netto Fadiga, que trabalhava para a família da vítima e confessou ter cometido o crime
Quase sete meses após o seu desaparecimento, o corpo da advogada Anic de Almeida Peixoto Herdy foi encontrado pela Polícia Civil do Rio de Janeiro na quarta-feira (25) em Petrópolis, na região serrana do Rio. O corpo de Anic foi identificado por meio de exame odontológico, feito por peritos do Instituto Médico Legal do Rio e cujo resultado foi divulgado pela Polícia Civil nesta quinta-feira (26). Ele estava concretado em um muro no quintal da casa de Lourival Correa Netto Fadiga, que trabalhava para a família da vítima e confessou ter cometido o crime.
Em entrevista à TV Record, a advogada de Fadiga, Flávia Froes, afirmou que a morte de Anic foi planejada em conjunto pelo seu cliente e pelo marido da vítima, Benjamin Cordeiro Herdy, e que o sequestro era uma forma de encobrir o homicídio. O motivo do crime seria uma questão familiar, disse a advogada. A defesa de Benjamin Herdy nega que ele tenha participado do crime e classificou a confissão de Fadiga como “um ato de desespero e crueldade”.
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Anic tinha 54 anos, era advogada, estudante de Psicologia e casada com Benjamin Cordeiro Herdy, de 78 anos, herdeiro de uma família que foi proprietária de um importante grupo educacional no Rio. O casal vivia em Petrópolis, na serra fluminense. Ela foi vista pela última vez em 29 de fevereiro saindo de um shopping de Petrópolis. Câmeras de vigilância do estabelecimento mostraram que ela parou o carro no estacionamento, trocou mensagens por celular e, minutos depois, saiu do centro comercial, atravessando uma rua. No mesmo dia, Benjamin recebeu mensagem no celular informando que Anic havia sido sequestrada. As mensagens, enviadas do próprio celular da advogada, também traziam ameaças contra ela. Os sequestradores pediram R$ 4,6 milhões como resgate e orientaram o marido a não avisar a polícia.
O caso só foi informado à polícia 14 dias depois, por uma filha, e passou a ser investigado pela 105ª DP (Petrópolis). Àquela altura, o montante pedido pelos supostos sequestradores já havia sido pago e um áudio de conversa de telefone entre Benjamin e Lourival foi gravado pela filha. Quatro suspeitos foram presos, incluindo Lourival, que seria um homem de confiança da família e o mandante do crime. Ele se apresentava como policial federal, mas, segundo as investigações, nunca integrou os quadros da corporação. Além dele, um casal de filhos e uma mulher com quem ele teria um caso também foram presos. O Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) apresentou denúncia contra os suspeitos. Os investigadores tiveram acesso aos telefones de todos os envolvidos e cruzaram dados de localização do dia do sequestro e do pagamento dos resgates.
Segundo mostrou o Fantástico, da TV Globo, foi possível comprovar que Lourival não esteve em uma favela para supostamente pagar os criminosos – mas sim em uma concessionária na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio, onde comprou uma caminhonete avaliada em R$ 500 mil e uma moto. Também adquiriu 950 aparelhos celulares, que foram levados a uma loja da família. Os filhos estiveram na concessionária com o pai, e a mulher chegou a viajar a Foz do Iguaçu, no Paraná, para resolver pendências relativas à aquisição dos celulares. Os três também teriam ajudado a ocultar os valores do resgate.
*Com informações do Estadão Conteúdo Publicado por Marcelo Bamonte